Acabou seu tempo

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— Não me irrite Yibo, sério, não era você?

Yibo digitou mais algumas palavras e fechou a tampa de seu notebook, virando-se para Yubin, que estava recostado em uma das cadeiras de seu quarto, com uma lata de cerveja nas mãos.

— Não vou repetir para você mais uma vez, Yubin, por que diabos eu iria para aquele lugar sozinho?

— Eu simplesmente não consigo aceitar que sou cego, cara... mas você tem razão, Ji Li também não te viu, então talvez eu tenha te alucinado ou algo assim.

Ele jogou uma cerveja nele e Yibo a pegou no ar, colocando-a sobre as pernas, enquanto tirava a toalha molhada que estava em volta do pescoço e a jogava no chão. A água de seu cabelo escorria pelo pescoço e encharcou toda a blusa. Maldição. Ele abriu a lata com os dentes e engoliu a cerveja, sentindo-a na garganta seca.

— Achei que você tinha ido às compras com sua loira do chicote — Yibo se levantou de sua cadeira, erguendo as sobrancelhas com uma risada um tanto sarcástica.

— Compras? Que diabo é isso? Não brinque comigo, Yubin, ou você me vê como um viado?

Yubin jogou a lata de cerveja em sua mesa, fazendo uma cara de nojo com a risada de Yibo. Ele era um verdadeiro tolo, mas tinha que aguentar. Ele aguentou isso por mais de oito anos, então não havia muito o que fazer. Além disso, ela havia esquecido a ideia de que era ele que ele tinha visto e isso era a melhor coisa que ele poderia ter feito.

— Ei, não é muito cedo para beber assim?

— Nunca é cedo para trepar ou beber — Yibo jogou-se de volta em seu assento.

— Pena que acabaram as cervejas. A propósito, e seus pais?

— Nenhum sinal deles, se desaparecerem para sempre, ótimo, cara. Desde que eu herde tudo, não há problema comigo.

Yubin deu de ombros, digitando algo em seu celular, um sorriso rastejando em seu rosto.

— E sua irmã? Eu descobri que ele tem um novo escravo, ele postou em seu perfil com pequenos corações e tudo.

O desgosto aumentou no rosto de Yibo, e ele simplesmente mordeu o polegar com força e balançou a cabeça algumas vezes.

— Ela é uma desprezível das piores, deveria ir para o inferno com toda essa estupidez. Se ela não carregasse meu sangue, eu poderia tê-la matado.

Ele ouviu Yubin rir novamente e então se levantar, pegando as chaves do carro e jogando-as no ar para pegá-las novamente.

— Eu tenho que ir, meu velho está me ligando. Te vejo à noite, ok?

A porta se fechou e Yibo abriu seu laptop novamente, tirando um cigarro de seu jeans preto. No entanto, o som da porta o fez virar instantaneamente.

— O que você esqueceu agora, idiota? — Ele soltou, procurando o isqueiro em todos os bolsos — Entre.

Ele observou a porta se abrir lentamente e então a imagem que apareceu diante de seus olhos não era a de Yubin, mas seu atraente criado, que mantinha um sorriso nos lábios e os olhos no chão, segurando uma bandeja de comida, sem se mover da soleira da porta de seu quarto.

— Bom dia, Yibo, trago seu café da manhã.

Yibo enfiou o cigarro entre os dentes, enquanto seus olhos escuros deslizavam da cabeça aos pés, percorrendo seu corpo lascivamente. Ele estava vestindo uma camiseta branca e jeans que eram tão provocativos. Seu pênis reagiu imediatamente quando ele imaginou arrancá-los e apertar aquela linda bunda até a exaustão. Memórias do momento que ele passou sozinho no banheiro na noite passada passaram por sua mente e ele sentiu sua respiração acelerar e seu sangue esquentar só de pensar nisso novamente. Cada vez, isso se tornava mais insuportável. Se continuasse assim, não resistiria mais e acabaria fazendo dele agora mesmo.

Oh merda, a porra da ideia parecia tão boa e excitante.

— Lamento desapontá-lo, carinho, mas já tomei meu café da manhã — resmungou ele, esboçando um meio sorriso meio seco, sem tirar os olhos dele.

Zhan franziu a testa, olhando um pouco para cima e notando algumas latas de bebida espalhadas por toda parte. Ele deu uma breve olhada no rosto sério de Yibo antes de olhar para baixo novamente. Ele estava chateado, ele estava chateado porque tinha atrasado o café da manhã e Yibo teve que beber tudo isso. Ele sentiu a vergonha e a culpa invadirem todo o seu rosto.

— Desculpa se me atrasei, mas não havia frutas e tive que sair para comprá-las...

Yibo pegou o prato de comida dele e o deixou na mesa de sua escrivaninha, mas não antes de pegar um morango e colocá-lo na boca.

— Não se preocupe amor, nem deu vontade de tomar café da manhã — Yibo olhou para ele da cabeça aos pés de novo — Aliás, cada dia que eu te vejo, você parece mais precioso, como faz isso, hein?

O corpo de Zhan enrijeceu, enquanto o rubor o cobria com mais força e seu coração batia a toda velocidade, quase saindo do peito, por que Yibo sempre dizia coisas assim? Baixou muito mais a cabeça, lábios franzidos.

— Não é verdade... Tem muita bagunça, quer que eu limpe seu quarto...?

As palavras saíram de seus lábios o mais rápido possível, embora a única coisa que obteve como resposta foi a mão de Yibo em seu queixo, levantando-o, enquanto diminuía a distância entre os dois. Zhan ficou assustado, embora seu corpo estivesse tão rígido que ele não conseguia nem se mover. Ele sentiu como Yibo estudou cuidadosamente os dois lados de seu rosto.

— Zhan, você está doente?

— Uh...?

— Sempre que te vejo, você fica muito vermelho, o que você tem?

A tensão no corpo de Zhan diminuiu imediatamente, e uma risada escapou de seus lábios, embora o calor em seu rosto só aumentasse. Ele tentou se mover, mas a mão de Yibo o segurou com força, enquanto ele continuava com aquele meio sorriso no rosto.

— Não estou vermelho... — sussurrou ele, ainda rindo um pouco.

— Mesmo assim, você está sempre lindo.

A mão de Yibo deslizou para suas bochechas e as apertou um pouco.

— Muito precioso — murmurou, enquanto o menino sorria com os olhos fixos no chão..

Yibo deslizou a mão até a cabeça dele e separou a mecha de cabelo que caía em sua testa, colocando-a de lado. Seus olhos escuros seguiram a linha de seu pescoço leitoso e convidativo com grande atenção.

— Você é uma das coisas mais preciosas que já vi, sabia? Talvez seja por isso que gosto tanto de você e meu coração dispara quando te vejo.

Zhan sentiu seu coração explodir dentro dele e deixou seu lugar para se acomodar em seu estômago e circular ao seu redor. Até o mundo não parecia real para ele, pelo menos não naquele momento. Tudo nele era uma espécie de nervosismo misturado com constrangimento, ele estava se declarando? Wang Yibo, ele estava se declarando para ele? Uma onda de emoção inocente começou a correr em suas veias, embora ele não ousasse olhar para cima, não ousaria mesmo se quisesse.

Yibo continuou a analisá-lo, enquanto sentia que o riso estava prestes a explodir em sua boca. Quão engraçado e ridículo isso era, ele estava acreditando seriamente em tudo? Na verdade, o que acelerou quando viu não foi seu coração, mas os malditos hormônios que agora o estavam matando a ponto de doer. Ele observou o menino sorrir daquele jeito que ele tanto odiava e teve outro daqueles "choques repentinos de congelamento" e não aguentou mais. Pegou-o por aqueles braços e com um único movimento o fez cair em sua enorme cama, caindo por cima dele. Ele observou enquanto seu empregado se liberou de seu choque e percebeu a realidade, olhando para tudo com descrença e surpresa nervosa. Sua língua também estava paralisada.

— Porque...?

Yibo acomodou as mãos nas laterais de seu corpo; seus olhos vagando pela maneira como as gotas de água de seu próprio cabelo molhado escorregaram pelo pescoço de Zhan, deslizando por sua pele.

E o meio sorriso em seu rosto desapareceu.

— Acabou o tempo, querido. Quero que me responda agora e não vou deixá-lo sair até que o faça.

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When we first meet:  Quando nos encontramos pela primeira vezOnde histórias criam vida. Descubra agora