Permissão

351 54 4
                                    


✧☆∵✧☆

— Você quer torta de mirtilo ou torta de morango para o jantar?

Yibo revirou os olhos, enquanto apoiava um cotovelo na mesa e levantava uma sobrancelha, lançando um olhar frio para a velha à sua frente.

— Traga o que for, eu não me importo.

A mulher assentiu, mas não se mexeu.

— Vou trazer uma toalha para você secar o cabelo, está todo molhado e você pode pegar um resfriado.

— Não! Não quero nada! Apenas cuide da sua vida.

Ele bateu as palmas das mãos na mesa, ele estava tão chateado com todas as perguntas e as pessoas se intrometendo! Ele só queria comer e a mulher estava fazendo uma lista de perguntas e comentários estúpidos para ele, enquanto seu estômago fazia barulhos estranhos a cada cinco segundos.

— Tudo bem, jovem Wang, como desejar — começou a sair devagar.

Ele havia passado a tarde inteira em seu quarto fumando, dormindo e conversando com todos da universidade. Aparentemente, Yubin foi pego com o aparelho do telefone durante alguma aula e expulso da sala, mas não foi culpa dele, foi? Ele soltou uma risada entediada. No final, todos os professores eram demônios arruinadores de vidas, eram todos iguais! Então eles iriam expulsar o estúpido viciado em esportes da sala de aula com ou sem telefone celular.

Seu estômago roncou de novo e ele estava prestes a gritar para eles se apressarem com a porra do jantar, mas acabou fechando a boca quando percebeu a pessoa que estava entrando com uma bandeja nas mãos, os olhos no chão e um sorriso suave em seus lábios.

Esses malditos lábios.

— Aqui está o seu jantar — ele murmurou, colocando alguns pratos na mesa.

— É tão difícil me encarar e me chamar pelo meu nome?

Quando os olhos de Zhan encontraram os de Yibo, o mais novo tremeu um pouco, colocando os espetos de camarão na mesa e corando completamente ao se lembrar das palavras que ouvira naquela manhã. Ele inclinou a cabeça, ainda sorrindo. Os olhos escuros de Yibo estavam fixos nele, sem se mexer, enquanto ele tinha o rosto apoiado na mão, totalmente entretido.

— Desculpe, pensei que só poderia fazer isso quando estivesse fora de casa.

— Claro que não, carinho – ele pegou um espeto e colocou na boca— Me chame assim em todos os lugares, você tem minha total permissão.

Os camarões estavam tão quentes que ele os sentiu queimar na boca. Ele lambeu os lábios, observando o cabelo de seu servo cair sobre sua testa e seus lábios carnudos se separarem, embora seus olhos ainda não se voltassem para olhá-lo.

— Está bem...

Ele pegou a bandeja e mostrou um sorriso tímido novamente, voltando para a cozinha. Os olhos de Yibo varreram sua camisa branca larga e calça de algodão azul, movendo rapidamente seus olhos para aquele lugar que tanto o atraía.

Ele passou a língua pelos lábios.

— Onde você está indo, Zhan?

O mais novo permaneceu imóvel, voltando seu olhar confuso para Yibo. Os olhos dela pareciam tão bons em comparação com os dele, que pena seria corrompê-los!

— Vou jantar também.

— Por que você não janta aqui então? — Yibo apontou para o assento na frente dele — Comigo. Não quero jantar sozinho.

Xiao Zhan mudou imediatamente, sentiu como os nervos percorriam todas as partes de seu corpo e, como sempre, seu rosto começou a queimar com mais força. Ele queria que a terra o engolisse inteiro.

When we first meet:  Quando nos encontramos pela primeira vezOnde histórias criam vida. Descubra agora