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Acho que comecei a te odiar desde quando te conheci, seus cabelos de tonalidade escura, lábios finos, olhos grandes, pele lisa sem nenhum defeito aparente e um sorriso encantador aos olhos dos outros, diria que você era o tipo ideal de qualquer pessoa na qual te visse.

Você começou a frequentar o colégio no primeiro ano do ensino médio e em pouco tempo no qual se fez presente, se tornou o centro das atenções, todos gostavam de você e queriam ser seus amigos. E eu? Diria que naquela época eu era excluído de tudo e de todos, não tinha amigos e também nunca senti vontade de ter um vínculo de amizade com alguém.

Até que um dia um estrangeiro Austráliano chamado Christopher, me obrigou a ser seu amigo e logo após mais dois garotos entraram em minha vida.

Depois de um tempo, iniciamos uma banda, todos tínham uma certa habilidade com instrumentos musicais, Bangchan tocava bateria, eu e Felix guitarra e Jeongin tocava baixo. Após um tempo a direção do colégio descobriu sobre essa banda e pediu para que tocassemos em eventos que ocorriam no local.

E pela primeira vez eu senti a sensação de ser o centro das atenções, a cada show, a cada grito de felicidade dos fãs que tínhamos na época e a adrenalina que corria no meu sangue, tudo isso moldou o que eu era na época, foi a melhor experiência que eu tive na minha vida.

Porém em alguns meses você também criou uma banda, não havia problema algum com isso, mas você como sempre roubou à atenção e isso fez meu grupo começar a perder visibilidade, já não éramos chamados para fazer tantos shows, alguns eram cancelados, quando queríamos o motivo, era porque as pessoas queriam ver o seu grupo e o meu não era mais significante.

Depois disso, meu ódio por você aumentou, e bem, comecei a criar uma rivalidade mental com você e acho que você reparou isso, eu criava uma música na esperança do meu grupo voltar a ser reconhecido, você ia lá e postava uma música também e isso continuou por vários anos.

Até que um dia eu cansei e desisti da banda, comecei a achá-la um fardo na minha vida e parei de comparecer aos ensaios, nada me motivava a continuar com aquele grupo, Chan até tentou me convencer a desistir dessa ideia, porém estava tão cego pelo meu ódio, que perdi minha razão.

(...)

- JISUNG! VOCÊ TA LOUCO?- Christopher lhe encarava com espanto.- COMO ASSIM SAIR DO GRUPO?

- E o que você quer que eu faça, em? ELE SEMPRE ACABA COM TUDO, APARECE E ROUBA TUDO O QUE OS OUTROS CONQUISTAM, PRA MIM JÁ DEU.- Jisung dizia enquanto arrumava sua guitarra.

- A gente só precisa fazer algo que vire sucesso, não precisa disso Han.- Por mais que o loiro não quisesse, ele não conseguia esconder seu nervosismo.

- Christopher você acha mesmo, que o público vai parar de acompanhar ele e vão querer virar fãs de 4 garotos esquisitos, me poupe de suas ladainhas.

- Han você sabe muito bem, que nosso fracasso não tem nada haver com o Lee, ele não tem culpa se o público gosta mais da banda dele, você tem que parar de jogar seus fardos nas costas de outras pessoas, esse seu jeito me irrita. - Apertando sua tempora, Christopher voltou seu olhar ao Han.- Vai acabar ficando sozinho se continuar assim.

- Se for assim, realmente prefiro a solidão.

O loiro estava desacreditado, de como o Han não sabia lidar com seus problemas.

- Essa sua arrogância, vai acabar te ferrando Jisung, o Minho nunca fez nada para a gente.

- Ele nunca fez nada, para "vocês"- Disse, dando ênfase na sua última palavra. - E se me der licença, tenho coisas mais importantes para fazer, além de aturar esse grupo fracassado.

(...)

Depois de algumas semanas, os membros anunciaram o fim definitivo do grupo.

E enquanto minha banda se decaia ao fundo do poço, você continuava ficando mais famoso.

E depois do fim, nunca mais apareci, criei um certo medo de andar em público, não conseguia mais sair de casa sem estar acompanhado e também não consigo ficar muito tempo fora, sinto que estou enfraquecendo.

Então fico trancado vinte e quatro horas por dia dentro de casa junto com meu irmão mais novo, eu odeio ser assim me sinto o pior irmão do mundo, mas não tenho culpa...

(...)

Estava parado em frente ao fogão preparando um misto quente para mim e meu irmão comermos, digamos que eu não sou um cara muito bom em questão de culinária, Junhan e eu só não passamos fome porque nossa irmã mais velha nos traz refeições.

Hoje ela não poderá trazer nada, pois ela tem um compromisso marcado em seu escritório, então terei que bancar o cozinheiro por agora.

Enquanto a todo custo eu tenho não deixar o queijo do misto ser incinerado pela frigideira, meu irmão batucava seus dedos sobre a bancada no aguardo de seu pão, logo o depositei em um prato e o estendi para o mais novo.

Porém Junhan estava estranho, ele normalmente sempre está reclamando de algo, mas ele não havia dito nada desde que se sentou.

- Desembucha, o que você quer falar?- Jisung questionou o mais novo, o mesmo lhe encarou relutante.- Jun, não precisa ficar com receio de falar as coisas pra mim, sou seu irmão.

- Queria sua ajuda pra um trabalho do colégio.- Ele resmungou de cabeça baixa. - E não estou com medo ou receio de te dizer as coisas, eu e os meninos fomos convidados a tocar no colégio, mas antes disso teremos que passar em uma audição com mais outras duas bandas e a que passar vai poder tocar no festival do colégio.

- E em qual parte dessa história eu me encaixo? - Já não estava gostando do rumo dessa estória.

- Eu e o Gunil escrevemos uma música, porém não temos um instrumental para ela e eu queria que você nos desse uma ajuda para criá-lo e mais uma coisa que eu queria pedir é a sua assistência, você já tem experiência com isso, acho que tendo uma pessoa experiente possa nos ajudar um pouco.- Han analisou o pedido do outro, ele sabia que não poderia negar, ainda mais sendo seu irmão. - Olha eu não quero que faça algo que não se sinta confortável, porém os meninos querem muito passar nessa audição e não quero quebrar as expectativas deles.

- Os meninos? - Arqueou as sombrancelhas após a fala do moreno.

- O que? Não vai me dizer que era pra mim estar feliz, em tocar na frente de um monte de pessoas que não faço a mínima ideia de quem são, eu não gosto de chamar a atenção, me sinto nervoso ao ponto de achar que vou desmaiar.- Disse pondo uma de suas mãos contra peito, em uma espécie de simulação. - Agora você já sabe o que eu quero, só falta dizer se aceita ou não.

Eu não podia negar esse pedido, afinal nunca fui um irmão muito presente, se eu quisesse me aproximar de Junhan eu só teria essa chance.
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CAPÍTULO REESCRITO.

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𝑬𝒏𝒆𝒎𝒚 𝑩𝒂𝒏𝒅𝒔 |Minsung Onde histórias criam vida. Descubra agora