𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐋𝐈𝐒𝐎𝐍, ᴛᴏᴛᴛᴇɴʜᴀᴍ

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Pedido por: @http_Medusa21

NARRADOR

A visão de S / N já não aguentava mais ver a cor branca espalhada por toda a mesa. Papeis e mais papeis para ler e fazer o designer, analisar, olhar o e-mail de minuto em minuto, ligações de sua chefe querendo saber sobre o processo do projeto. A pressão para que aquele projeto saísse perfeito desabou sobre os ombros, a cada segundo o prazo se tornava mais curto, e se a mulher não tinha tempo nem para respirar, quem dirá que teria tempo para chorar. Aquela seria a coleção da sua carreira, e ela entregaria seu sangue e suor para isso.

O cansaço físico era pequeno comparado com o mental. Além de se sentir solitária por não ter o noivo a incomodando.

Richarlison estava se empenhando mais nos treinos de futebol para que Tite e sua equipe reconhecessem seu trabalho e que ele era suficiente para estar na seleção brasileira. Sendo assim, consequentemente, ele chegava mais tarde que o habitual.

Richarlison não estava lá e fazia uma falta extrema a morena. Ele não estava lá para encher o seu saco até ela largar o trabalho para dar carinho e atenção ao capixaba, ele não estava lá para lembra-la de descansar, comer ou beber água.

No momento em que ela se levantou, sentiu todos os músculos do corpo se tencionarem, sua cabeça latejou e soltou um gemido de dor, seus olhos pesaram em cansaço e ela sabia que precisava parar ali, mas seus planos eram outros. Quando ela saiu do escritório percebeu que eram quase 18 horas.

Por outro lado, Richarlison acabava de sair do carro seguindo em direção a porta da sua casa, desejando apenas um banho quente, sua cama e os braços de sua amada.

O Andrade entrou na casa e encontrou sua noiva cruzando a sala em direção a cozinha e sua expressão não era a das melhores.

Ele aproveitou o momento de distração da morena e abraçou apertado por trás, descansando sua cabeça no ombro dela. Soltou uma pequena risada ao perceber que ela havia se assustado.

— Oi, amor – Richarlison pronunciou, quebrando o silêncio, estranhando o ritmo que levava a respiração de sua noiva –

— Oi, gatinho – S / N respondeu com a voz abatida –

Richarlison a girou para olhar em seus olhos, e viu que ela estava tão cansada quanto ele, mas não era um cansaço que um sono resolveria, era um cansaço onde ela só teria paz quando acabasse, e seus olhos imploravam por esse momento.

— O que foi? Por que você tá assim, amor? – ele perguntou mesmo sabendo a resposta –

— Eu tô muito cansada. Eu só quero que isso acabe logo – seus lábios tremeram em choro, Richarlison apertou mais a cintura de sua noiva contra ele. –

— Vai passar, e quando passar, você vai ser a designer de roupa mais cobiçada do ano. Sabe por quê? – ela negou — Porque eu acredito no seu potencial, eu sei que você vai arregaçar a boca da botija quando lançar essa coleção.

S / N riu e ele se sentiu satisfeito em ver o sorriso mais bonito em todo o planeta terra. Mas Richarlison ainda sentia que algo estava fora do lugar, sua noiva estava mais gelada que o comum, e ele sentia que a cada momento ela parecia mais fraca.

— Você comeu hoje?

Após essa pergunta, o silencio se instalou na cozinha. Ela não respondeu, e não sabia se era por conta da falta de água, comida ou o cansaço, ou simplesmente não respondeu porque sabia que a resposta seria desaprovada pelo noivo.

— Eu não acredito nisso, S / N.

Ela deu de ombros quase dormindo no peito de Richarlison após encostar sua cabeça ali, se aconchegando ainda mais no abraço.

— Desculpa, eu não consegui tirar um intervalo pra mim. E eu ainda tenho muita coisa pra fazer – ela fez um bico com os lábios saindo do abraço. –

— Onde você pensa que vai? Hum? – ele a puxou novamente, deixando beijos por toda a extensão do pescoço da morena, que riu com o carinho –

— Vou trabalhar, ué. – a mulher disse como se fosse obvio –

— E eu deixei?

— Agora eu preciso da sua permissão pra trabalhar é?

— Claro. – ela riu alto e Richarlison sorriu sentindo seu estomago borbulhar de um jeito bom com a sonoridade daquela risada. Ele a beijou com toda a paixão que ele te no peito, mas o capixaba ainda achava pouco comparado com o que sentia — Eu te amo.

— Eu te amo muito mais. – S / N respondeu, sorrindo boba enquanto admirava seu futuro marido. –

— Agora vamos tomar, que de tanto trabalhar, eu duvido que você tenha lembrado de tomar banho – eles riram juntos –

— Você que acabou de voltar do treino todo fedorento, você devia tomar banho primeiro.

— Eu tô cheirosinho – S / N negou rindo alto — Tá duvidando é?

— Eu tenho certeza que você tá pior que o cascão.

[...]

Agora estavam os dois na banheira, compartilhando beijo e cafunés, S / N estava entre as pernas do jogador, enquanto ele massageava seus cabelos compridos.

Um momento intimo e calmo, sendo somente os dois. Eles não trocariam esse momento por nada.

Quando Richarlison terminou de tirar o produto cabelo de S / N, a mulher se virou pós as mãos nos ombros dele. As mãos de Richarlison passeavam por todo o corpo de sua noiva, pararam em sua cintura e a trouxe para mais perto, fazendo-a se sentar em seu colo. Logo depois, as mãos grandes foram para o rosto delicado da mulher. Richarlison a encarava com adoração, como se ela fosse uma joia rara, a flor mais bonita do jardim, um quadro de Van Gogh em meio a quadros realistas.

— Eu te amo – ele disse engolindo o bolo que se formava em sua garganta só por ter imaginado sua vida sem essa mulher ao lado, era diferente e não conseguia se imaginar sem ela — Eu te amo tanto, eu não consigo demonstrar tudo o que eu sinto. Eu faria o impossível só pra ter você olhando pra mim, desejando que eu esteja com você, desejando que eu seja seu.

As palavras do jogador a pegaram de surpresa, ela precisava e adorava saber o que Richarlison sentia em relação a ela.

— Meu amor, mesmo você não percebendo, você demonstra o quanto me ama – S / N segurou o rosto do homem e o encarou com carinho — O jeito que você me toca, ninguém me tocou dessa forma. A forma em que você me segura me seus braços, me da a sensação de que estou blindada, e que só existe eu e você no mundo. O jeito que você me olha como se eu fosse algo raro. Meu deus, até como você fala "eu te amo" é diferente!

— Eu não sei o que seria de mim se eu não tivesse pedido seu número naquele dia.

Ambos riram, relembrando da festa mais embaraçosa que já participaram, tudo estava dando errado. Entretanto, eles foram uma dadiva do que quer que cuide do destino que traçou o caminho dos dois. Eles eram gratos por terem sido sujos de glace, eles eram gratos por se esbarrarem, eram gratos por começarem a discutir sobre basquete.

Eram gratos por tudo isso, porque se não fossem esses momentos idiotas. Não teria uma vida crescendo no ventre de S / N, uma vida que traria mais alegria e barulho para uma casa, uma vida que seria muito amada – e mimada pelo futuro pai babão.


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Espero que tenham gostado :)

Sir Ariella, Febre90's🚬
Imagine©

𝐅𝐞𝐛𝐫𝐞𝟗𝟎'𝐬 ―― 𝐈𝐦𝐚𝐠𝐢𝐧𝐞 𝐀𝐭𝐡𝐥𝐞𝐭𝐞𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora