𝐆𝐀𝐁𝐑𝐈𝐄𝐋 𝐁𝐀𝐑𝐁𝐎𝐒𝐀, ғʟᴀᴍᴇɴɢᴏ

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NARRADOR

— Coucou, tu dors? – (Oi, você está dormindo?) –

Gabriel escutou a doce voz soar solenemente, como o mel desce pela garganta. Ele se mexeu, ainda um pouco adormecido, e soltou um resmungo preguiçoso.

— Oh, je suis désolée! – (Oh, me desculpe!) –

A voz se desculpou. A visão de Gabriel ainda estava um pouco turvada, ele não conseguia associar aquela voz a alguém que conhecia, ainda assim conseguia identificar uma silhueta... uma não, duas!

Coçando os olhos e sentando-se na beira da cama, pode ver com mais clareza as duas figuras. A mulher mais linda que já vira, tão perfeita tal qual uma deusa, e a criança de cinco meses em seu colo. Gabriel viu sua cópia no colo da moça, ao qual não se recordava o nome, mas a única coisa que sabia, e que importava, era de que estava perdidamente apaixonado por ela.

— Dis "hé" à papa. – (Diga "oi" para o papai) –

Ela disse a menina em seu colo, que balbuciou algo incompreensível e riu em seguida. A mulher riu e embalou a linda menina em seus braços, porém, começou a estranhar a quietude de Gabriel.

— Amor, tá tudo bem? – ela disse, tocando o rosto do Barbosa. Gabriel se sentiu um pouco mal por sentir aquele estranhamento e incerteza. Ele estava apaixonado por ela, mas estava incerto sobre algo, desconfiava de algo, mas... o que era esse algo? –

— Sim, tá tudo bem. Acho que ainda não despertei. – Ele respondeu em voz baixa, querendo acreditar em suas próprias palavras. –

Ela duvidou as palavras dele, mas não preferiu debater muito sobre isso.

— Tá bom. Vamos tomar café, acho que isso vai fazer você despertar mais rápido. - Ela sorriu e piscou um olho para ele. Gabriel sentiu um arrepio correr por suas veias e uma onda de calor inexplicável tomar contar do seu peito. –

Ele seguiu as vozes das duas, risadas contagiantes da menininha e o francês impecável da mulher. Gabriel desceu as escadas, pelos corredores, várias fotos dos três, todas com sorrisos perfeitos e cheios de alegria.

Mas havia uma coisa que não mudava: o sentimento de paz, realização e felicidade. Ele se indagava sobre os sentimentos enraizados em seu peito. Quando atingira aquele estado de êxtase? Não se recordava, mas adorava aquilo.

— Oui, mon amour. Papa est fou! Un fou – (Sim, meu amor. Papai está birutinha! Um doido.) a mulher divagava com a menina, que riu com as cócegas causadas pela mãe. –

— Já tá tentando colocar minha própria filha contra mim? – Gabriel disse, abraçando-a por trás e beijando seu pescoço diversas vezes, fazendo-a rir. –

— Eu só estou falando a verdade, amor. Aceite! – ela disse com um sorriso debochado em seu rosto, provocando. Gabriel semicerrou os olhos para ela, em desafio. –

— Ela você chama de "meu amor" e eu sou só "amor"? – ele protestou. –

— Prioridades, né amor. – Ela riu da expressão de aborrecimento do jogador. Ele resmungou em desaprovação, se separando dela e indo até a mesa. –

𝐅𝐞𝐛𝐫𝐞𝟗𝟎'𝐬 ―― 𝐈𝐦𝐚𝐠𝐢𝐧𝐞 𝐀𝐭𝐡𝐥𝐞𝐭𝐞𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora