Capítulo 11

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ㅡ Ordem da Fênix? ㅡ Bomami perguntou.

Eram por volta de quatro da tarde quando Aren voltou a aparecer. Ele não precisou procurar os irmãos pois, assim que saiu da lareira, pode vê-los sentados no chão do deck com Abby e as cobras, comendo as frutas geladas que a elfa havia preparado para amenizar o calor e observando as fadas-cuidadoras alimentando alguns coelhos. Assim que se juntou aos sobrinhos contou sobre o que Dumbledore queria falar.

ㅡ Uma organização secreta que atuou contra Voldemort e seus seguidores durante a primeira guerra, que esteve inativa desde então. ㅡ O homem explicou. Uma fada que tinha a pele-de-casca-de-árvore avermelhada, cabelinhos escuros e volumosos e finas asas rosa-peroladas, trouxe uma uva verde do pote até seus lábios (uma cena um tanto engraçada pois a uva tinha metade de seu tamanho e ela mal conseguia fechar os braços ao seu redor) e flutuou de barriga para baixo, mãos apoiando a cabeça, perninhas balançando e asas batendo, observando Aren mastigar e ficando ainda mais vermelha ao receber um sorriso de agradecimento. Aren engoliu antes de voltar a falar. ㅡ E está retomando as atividades agora. Dumbledore explicou que a Ordem teve muitas perdas de sua primeira formação, e que os que restaram tem tentado recrutar mais pessoas desde que Potter anunciou a volta de Voldemort.

ㅡ E ele deseja recrutar você. ㅡ foi Celeste quem disse. Sua fala soou mais como uma constatação do que uma pergunta.

ㅡ E seus tios também. ㅡ Aren respondeu mesmo assim. ㅡ Já até falei com eles. Dumbledore tem tentado me convencer desde que fui tratar de sua transferência pela primeira vez.

Celeste rapidamente entendeu que o ‘algo mais' que Aren não falou no dia anterior era sobre isso. Ela engoliu mais um pedaço de melão gelado antes de voltar a falar, ignorando o fato que que todos seus tios haviam escondido aquilo dela.

ㅡ E quais foram suas respostas?

ㅡ Não demos uma, dissemos que iriamos pensar. ㅡ Olhou para a sobrinha. ㅡ Que resposta devemos dar, Celeste?

ㅡ Você está perguntando para mim por...?

ㅡ Queremos saber se isso ajudaria em seu plano. Se nossa entrada para a organização te ajudaria ou atrapalharia.

ㅡ E por que pensam que tenho um plano?

ㅡ Porquê você obviamente tem um. ㅡ a respondeu quase que levianamente. ㅡ Nunca demonstrou interesse pela Europa no geral, apesar de eu saber que gosta do sotaque britânico, mas decide se transferir para Hogwarts assim que fala com Badok sobre Voldemort e todas aquelas coisas? Por favor, Celeste, você não é burra e nós também não.

A garota não o respondeu e o mais velho deixou que ela pensasse, afinal não tinha pressa alguma.

Deitou-se com as costas no deck e apoiou a cabeça no colo de Abby, observando Bomami rolar no chão com Sane e Hara enquanto a fadinha, que se apresentou em uma vozinha fina como Naeva, continuava a alimenta-lo com uvas, lhe lançando olhares e suspiros apaixonados sempre que os raios de sol-de-fim-de-tarde faziam seu caminho entre as altas árvores verdes e lhe iluminava diretamente a pele retinta.

Eles estavam certos, Celeste pensou consigo mesma levando outro pedaço de melancia a boca. Ela tinha um plano, não teve tempo de pensar em meios e detalhes, mas tinha um objetivo. Queria que aqueles que torturaram sua família e assassinaram seus pais sofressem como sofreu, que aquele homem que foram mortos em nome pagasse, que aqueles que o seguiam caíssem.

E queria ser o motivo disso. Não importava se se machucasse no caminho ou morresse no final.

Estava com raiva. O ódio que sentia a cada segundo só não a dominava pois estava certa de que os fariam pagar e a experiência de vinte e cinco anos de sua (antiga? Futura?) outra vida a ajudava a se controlar, já que se fosse depender apenas de seu controle da vida atual no momento não seria muito confiável.

Celeste - Resgatada da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora