Prólogo

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Minha primeira fanfic no universo de harry potter, espero que gostem.

Se alguém perguntasse, Celeste apenas poderia descrever a morte como algo sem graça.

Humanos costumam se perguntar muito sobre o que acontece após a morte, tendo expectativas emocionantes pós momentos finais.

Bom, Celeste havia morrido. Um acidente enquanto voltava para casa, após o trabalho.

A questão era que, desde então, ela estava ali. Poderia fazer anos, meses, dias, horas, minutos, ou segundos. Era impossível saber, afinal não existia relógios ou calendários no nada.

Não era o Inferno, ou Paraiso, ou Purgatório. Era aquele conceito de “nada" que confunde a cabeça. Não era escuro ou claro, alto ou baixo, apertado ou espaçoso, quente ou frio, era apenas nada.

Celeste fazia parte desse nada, mas de uma forma semiconsciente. Celeste era nada, flutuava no nada e via nada. Ela poderia facilmente ficar maluca, isso é claro se ela estivesse viva.

Terrivelmente entediante. Será que ela ficaria ali para sempre? Ou será que ela já estava ali para sempre? Naquele ponto sua morte já parecia muito distante, mas talvez seu corpo nem tivesse esfriado ainda, afinal não tinha a mínima ideia de como o tempo atuava no nada, isso se houvesse tempo naquele lugar, é claro. Aquilo era um lugar?

ㅡ  Pensa demais. ㅡ o som que poderia ser uma voz feminina e masculina, alta e baixa, melodiosa e estridente, soou no vazio. Celeste se sentiu pular, o que era impossível já que ela não tinha um corpo.

Um amontoado de sombras começou a se formar no nada, não tinha uma forma certa. Era como corpos de humanos e animais, objetos, plantas e paisagens, tudo misturado.

ㅡ Isso foi muito específico. ㅡ o som se fez ouvir novamente. ㅡ Nesse plano me pareço como vou para os vivos.

Celeste mal prestou atenção ao que a sombra sussurrou, ou gritou. Era difícil distinguir. Estava ocupada de mais pensando em como aquele som poderia estar se propagando no vácuo. Aquilo era o vácuo, não era?

ㅡ Não, aqui é o Vazio. ㅡ o som parecia estar ficando irritado, ou talvez aquilo fosse sereno, de novo, era difícil saber. Celeste agora pensava em como era possível estar vendo aquela sombra esquisita no meio do nada, quando nem olhos tinha. ㅡ Pare de se distrair.

Mas Celeste não fez nada além de observar a forma que a sombra havia tomado. Era uma paisagem de sua morte observada pelo seu ponto de vista. Era possível ver os bancos do ônibus lotados de passageiros, o celular em sua mão conectado ao fone de ouvido e aberto em um aplicativo de leitura, e a janela escurecida pela proximidade do caminhão desgovernado, um segundo antes de atingi-la e mata-la. Ela teria estremecido com a imagem caso tivesse um corpo. Aquilo era perturbador.

ㅡ Tudo bem, não sei por que esperei que fosse dar certo dessa vez. Vou dar um jeito nisso. ㅡ o som disse de uma forma energética, ou talvez cansada.

No segundo seguinte o nada deu lugar a alguma coisa. Celeste agora era algo perolado semitransparente e sem forma, flutuando a um metro acima do que parecia ser uma piscina muito larga e funda cavada no chão.

ㅡ Bem-vinda a Algum Lugar.

Estava em um lugar muito amplo e claro, tudo parecia reluzir e sombrear ao mesmo tempo. O chão era de um branco tão limpo que refletia, as pilastras eram pretas e o teto cinzento. Não haviam decorações ou coisas do tipo, apenas aquela piscina que ocupava a maior parte do lugar, em cima de uma parte elevada do piso havia um trono negro cravejado com adagas e espadas e que parecia atrair as sombras para si, e logo ao lado dele havia uma árvore majestosa que parecia emitir luz, era como uma cerejeira, mas seu tronco era muito grosso e suas folhas prateadas, com frutos que eram como pitayas do tamanho de melancias. Era divino.

Celeste - Resgatada da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora