A prática de Oclumência se tornou mais fácil para Celeste após sua pequena descoberta, então ao fim daquele mesmo dia sua barreira já estava construída, um tanto fraca ainda, afinal era nova naquilo, mas já havia sido surpreendente ela ter conseguido mantê-la levantada por mais do que alguns poucos minutos.
Nos próximos dias conforme praticava junto de seu irmão (durante as pausas nos estudos dos negócios de sua família – não que ela não já estudasse sobre desde os onze anos, mas sempre havia algo de novo) passou a conhecer, entender e descobrir sua barreira.
Haviam erros que minimizava sua eficiência, então Celeste passou a concerta-la, retirando o que enfraquecia e substituindo pelo que ela percebeu ser mais eficiente.
Após o jantar, dois dias após sua volta ao castelo, pediu que seus tios a testasse.
ㅡ Tem certeza? ㅡ Jawari perguntou assim que todos já estavam acomodados na Sala Azul.
Desde o momento em que acordou após a aparecer em Luanda que ela se recusava veemente a qualquer ideia que remetesse a sua mente. Isso ia de curandeiros mentais (porque era óbvio que sua família insistiu muito nessa ideia mesmo após suas recusas), a recolhas de memorias de seu sequestro para fins investigativos.
Mesmo após comentar que estaria praticando Oclumência não havia permitido que a testassem como estavam fazendo com Bomami. Era perigoso de mais e não valeria o risco.
Mas Celeste se sentia confiante o suficiente. Naquele ponto sua barreira estava mais forte e estável, mas ela apenas queria ter certeza.
ㅡ Tenho. ㅡrespondeu, sentada com os pés para cima ao lado do irmão no sofá em que ele teve suas memorias apagadas. ㅡ Pratiquei muito esses dias, mas seria bom testar.
Jawari parecia prestes a falar mas alguma coisa, mas o estalo que Jiwi fez ao aparecer o interrompeu.
ㅡ Mestre Aren está ao telefone no escritório. ㅡ ela falou. Sua voz fina soou baixinha, ainda deprimida, e ao olhar para os mais novos seus olhos se encheram de lagrimas grossas. ㅡ Mestre Aren pede para que alguém fale com ele.
E desapareceu assim que um guinchar sofrido escapou de seus lábios. Todos trocaram um rápido olhar após ela sumir.
O luto parecia dez vezes pior para os elfos.
ㅡ Eu atendo o Aren. ㅡ Bintu falou, levantando-se da poltrona confortável e caminhando para porta. Lançou um olhar por cima do ombro para o marido. ㅡ Não faça ou fale nenhuma besteira.
Jawari revirou os olhos assim que teve certeza que a esposa não veria e se voltou para Celeste.
ㅡ Quer se preparar?
ㅡ Não.
ㅡ Então tudo bem. - seus olhos se focaram na sobrinha e sem demora tentou deslizar para sua cabeça.
Celeste sentiu um sabor de magia na língua mas parecia diferente, ainda era doce mas agora parecia um tanto cítrico, e então ela sentiu algo mais, foi como uma pequena brisa dentro de sua cabeça, mas sumiu tão rapidamente como apareceu.
Jawari tropeçou para trás sentindo o coração bater forte dentro de seu peito e as mãos tremerem, os lábios crispados sufocaram arfar assustado e seus olhos agora encaravam a menina com horror.
Celeste e Bomami saltaram para segurar o tio antes que ele caísse no chão. Jawari se retesou ao toque e os mais novos o encararam em estranhamento, mas ele não se importou ao se afastar mais um passo, finalmente recuperando o equilíbrio, mesmo que o olhar para sobrinha continuasse o mesmo.
ㅡ Você está bem? ㅡ ela o perguntou, sua voz demonstrava preocupação. ㅡ Conseguiu passar pela barreira? ㅡ o homem não respondeu. ㅡ Viu alguma coisa?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Celeste - Resgatada da Morte
FanficResgatada pela própria Morte após um fragmento de sua alma se perder em outra realidade, Celeste é enviada para seu resto, onde finalmente ficaria completa. Chegando em sua nova (e certa) realide em um momento complicado, a Carolino agora tem um o...