Em nenhuma hipótese confie no inimigo.
Candice Black e Nicholas Galitzine pertencem a lados opostos da mesma moeda. Casados há mais de seis anos, eles têm um casamento perfeito e uma vida até então "normal".
No entanto, na mesma medida que são duas...
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Minhas mãos tremem um pouco enquanto percebo o que estou fazendo.
Entro na área de pericia que no momento está com poucos funcionários, e mostro meu distintivo para o policial que fica na recepção da ala de reconhecimento de alguns criminosos que foram mortos em confronto ou encontrados mortos.
Eles vêm para essa parte reservada para que a pericia possa reconhecer, e se o indivíduo ainda tiver família ou alguém que o ame, ter o reconhecimento dos parentes queridos.
Mais cedo falei para Nicholas qual era meu plano. De inicio ele ficou um pouco duvidoso se daria certo, mas depois percebeu que a bunda dele precisa ser salva de alguma forma.
E odeio admitir que a minha também de certa forma.
Dar cobertura à um criminoso é crime, e é ainda pior pelo fato deu ser "investigadora". Respiro fundo me questionando à que ponto cheguei.
— Onde está o corpo? — Pergunto ao legista que me percebe entrar na ala.
Odeio esse ambiente, não gosto de estar em uma sala fechada com vários corpos em decomposição.
— Estou aqui para reconhecer o corpo. — Falo para o legista que inicialmente não parece muito satisfeito com a minha presença.
Acredite, nem mesmo eu estou satisfeita em estar aqui.
— Por aqui. — o rapaz diz suavemente enquanto anda para um dos pontos da sala. Vejo alguns corpos cobertos em cima de macas de metal, e sinto meu estomago embrulhar um pouco. — Mais de 75% do corpo dele foi queimado. — O legista me diz.
Sim, eu sei.
Quando soube que a policia encontrou corpo de alguns criminosos próximos de uma área que seria pertencente ao Rizzo na noite de ontem, enquanto eu ia para casa após o pequeno "momento" desprezível com meu marido em sua boate. Tive a ideia perfeita.
Não conseguiria prende-lo, e eu sabia disso desde o momento que o deixe "passar" por mim naquela noite. Eu poderia ter atirado contra ele, mas meus tiros erraram a mira. No dia da emboscada, eu poderia ter acionado a policia antes de entrarmos na floresta, mas me deixei propositalmente levar.
Porque no fundo eu sempre soube que por mais que o Rizzo fosse um criminoso, ainda assim, ele seria incapaz de me machucar.
Eu soube disso anos atrás.
Quando estivemos cara a cara. Na época só namorávamos, duas semanas antes dele me pedir em casamento, fiquei cara a cara com Rizzo. E ele teve a oportunidade perfeita de me matar, mas não o fez.
Fecho meus olhos enquanto minha respiração está ofegante.
Que droga!
O carro girou contra a via da estrada e bateu diretamente no encostamento, vejo pelo retrovisor o homem sair do carro, enquanto do outro lado uma figura de preto permanece parada ao lado da porta enquanto nos observa.
