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Victor Augusto. São Paulo, Brasil.

Entrei no quarto respirando fundo, porra já fazia tempo que nao precisava dar bronca em nenhum funcionário meu. Tudo bem que todos eles eram meus amigos e sabiam de cor como trabalhar comigo e o que fazer, não que eu esteja falando mal da Tainá por ela ser nova, obviamente tem muito o que aprender, mais eu sou o tipo de chefe que basicamente não gosta de dar bronca, mesmo sendo necessário muitas vezes. Devo estar bem acostumado com os meninos, e agora com duas pessoas novas que nunca vi na vida, vai ser complicado pra minha saúde mental, ter que ficar fiscalizando tudo e dando bronquinha. Que merda.

Deixei minhas coisas largada no canto do quarto, só peguei uma toalha pra tomar um banho, já que essa noite teríamos um jantar de negócios, só pra começar bem os quatro dias por aqui.
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Terminei de dobrar as mangas da camiseta social que eu estava e fui ao espelho ajeitar meus cabelos.

Eu iria secar.

O clima em São Paulo constantemente muda, e eu não quero resfriar estando aqui, tenho uma agenda pra cumprir e não posso de forma alguma perder meu tempo ficando gripado.

Passei por último um perfume, Ferrari Black meu companheiro pra todas as horas, adoro o cheiro desse perfume, além de me deixar o dobro mais gostoso e ainda por cima, cheiroso.

Abri a porta do meu quarto indo pro elevador, Tainá e Vinicius já estavam me esperando lá em baixo. Eu demorava mais que uma mulher pra se arrumar, isso é um fato.

O elevador parou no térrio, onde os dois estavam parados conversando, trocavam olhares e sorrisos, pelo visto a conversava estava agradável.

ㅡ podemos ir, finalmente. ㅡVinicius disse ironico, já que eu cheguei agora, que cara chato.

ㅡ amigão me esquece por agora, quietinho no seu canto, entendeu? ㅡfalei entrando no carro no banco do passageiro. Vinicius ia dirigindo e a Tainá iria atrás. Ela ficou quieta assim que cheguei, o clima estava tenso entre nós dois, arrisco dizer que era a primeira vez que o clima ficava tão tenso entre nós, nunca chegamos a conversar muito, mas ao meu ver era sempre algo super tranquilo e de boa, a típica relação saudável do chefe pro funcionário.

Fomos o caminho todo em silêncio, digo de falar mesmo, porque tinha a porra de um muleke filho da puta escutando sertanejo e cantando, eu acho que fiquei surdo, porque essa anta tentava copiar os cantores nas partes mais agudas e quem se fodia era meu ouvido, que estava próximo a ele, da próxima vez vou no porta malas mesmo, é mais seguro pros meus ouvidos.

Paramos em frente ao restaurante onde seria a reunião, famoso por aqui até. O manobrista veio abrir a porta pra nós, e pegou a chave com o Vinicius pra estacionar em alguma vaga. Agradecemos e fomos entrando.

ㅡ boa noite senhores, senhora. ㅡo rapaz disse educado ao nos ver, seu olhar caiu sobre a Tainá, ele poderia facilmente babar a olhando, que cara sem noçãoㅡ mesa pra três, ou reserva?

ㅡ deixei reservado uma mesa no canto do restaurante, no nome de Victor Augusto. ㅡTaina passou a minha frente falando com o cara. Uau.

ㅡ a sim, sejam bem vindos. Me acompanhem. ㅡpediu.

O seguimos e ele nos mostrou uma mesa, com mais dois lugares reservado, provavelmente pras duas pessoas que fariam a reunião com a gente ㅡsim eu não faço ideia de quem era, eu só vim vindo mesmo.

Olhei pra Tainá e o Vinicius, e eles estavam dando um toquinho com as mãos comemorando, agora o que seria, não faço ideia também.

ㅡ o que voces estão comemorando? ㅡperguntei pela curiosidade.

ㅡ ah...nada, coisa de amigos que trabalham juntos mesmo.
ㅡVinicius a olhou e eles sorriram sem dentes.

ㅡ entendi. Quem é que vai vir pra cá?  ㅡperguntei. Vinicius me olhou indignado porque eu não sabia quem era, eu segurei a risada confesso, era sempre assim, e possivelmente ele avisou quem era e eu não prestei atenção.

ㅡ ainda bem que você é meu chefe Victor. ㅡele falou sério com um tom de voz de riso.

ㅡ é muita coisa na minha cabeça amigão, agora fala, quem é?

Vinicius encarou a Tainá, e ela me olhou.

ㅡ os donos da TicsRobs estão aqui em São Paulo, querem por um ponto final na negociação da parceria em relação ao Robô de tamanho humano que o Felipe e o Guilherme estão planejando.
ㅡela explicou. Em nenhum momento tentou tirar seus olhos de mim como de costume, parecia que tentava "encarar um desafio" que foi dado a ela.

ㅡ entendi, e porque eles não fecharam isso lá?

ㅡ porque o próprio dono da Tics disse que queria resolver isso com você.

ㅡ ah! Certo, certo.

ㅡ mais afinal, se vai fechar essa parceria? ㅡVinicius perguntou.

ㅡ pelos meninos, e a Alfa sim, não é uma ideia ruim e vai precisar de ajudar, mesmo com todo o processo desse robô a Alfa tem muitos lançamentos pra fazer, e não pode parar.

ㅡ eu tava pensando nisso, usar esse robô pra anúncios de lançamentos e até pra marketing da empresa. Já viu tiktok Victor? nosso robô podia dançar. ㅡVinicius falou. Eu o olhei de boca aberta com uma expressão de "é serio isso?".

ㅡ eu acho uma ideia massa, pique o filme Gigantes de aço, você amassou Vini. ㅡTaina falou. "Vini?" quanto tempo eu dormi? que intimidade, nossa.

ㅡ vou manda essa ideia pros mulekes no grupo, obrigado por me apoiar Tai, que bom que nos entendemos a nova geração. ㅡele disse e seu olhar veio a mim, como uma DIRETA mesmo.

ㅡ beleza, jovem de dezessete anos. ㅡironizei.

Ele revirou os olhos. Ele e Tainá ficaram a todo tempo, olhando memes no celular, e tiktok também porque dava pra ouvir as músicas baixo mais dava. Fiquei no meu canto olhando algumas coisas no celular, e respondendo mensagens dos meninos que eu esquecia de responder, e depois era xingado e mesmo assim não respondia, pelo menos passava o tempo até esses caras chegar, já perderam um ponto comigo pelo atraso.

𝘽𝙪𝙨𝙞𝙣𝙚𝙨𝙨 𝙇𝙤𝙫𝙚 (Loud Coringa/Tainá Costa)Onde histórias criam vida. Descubra agora