um presente do destino

Terror

Nídia

Terror, é a sensação que sinto depois de pegar nesta coisa branca onde cintilam ameaças a minha família. Leio novamente as palavras no papel e meu corpo se arrepia da cabeça aos pés. Sinto o medo que um dia senti, o medo de perder quem amo. Será que a história se repetirá? Será que é uma maldição? Qual é o mal que eu fiz para merecer tanto sofrimento? Mil e um pensamentos passeiam pela minha cabeça.

Sinto a presença de Aaron na sala, mas não consigo pronunciar nem uma palavra, não consigo tirar os olhos do papel em minhas mãos.

- Meu amor, o que foi? - ele pergunta

Mas estou abalada demais para formular uma frase sem choro. Ele simplesmente tira o papel das minhas mãos e lê. Consigo ler o pavor nas suas expressões. Ele está assustado e eu também.

Aaron olha para o meu rosto assustado e demonstra com o olhar a sua preocupação, eu não me movo, não consigo.

Aaron rodeia meu corpo num abraço quente, sinto cada músculo do seu corpo me passando protecção, então caio no seus braços aos prantos, tremendo de medo, choro como um bebé assustado.

- amor, calma - diz preocupado -  calma por favor, vida - eu estou aqui, eu vou proteger vocês, eu juro. Vou proteger vocês com a minha vida, se necessário.

Com a minha vida. COM A MINHA VIDA. Essas palavras ecoam na minha cabeça. O medo paira em cada canto do meu corpo. Quantas pessoas eu preciso perder ainda?

- não. não. não. - é só o que consigo dizer - não posso, não posso. Não vos posso perder.
Não, vocês também? Não!

Tremo mais ainda, choro freneticamente.

- não vais perder, amor. - diz tentando me acalmar - Amor, olha para mim. - diz tocando o meu rosto - Vai ficar tudo bem, vamos ficar bem. Ok?

Diz e me abraça forte novamente, coloca minha cabeça no seu peito e acaricia meus cabelos enquanto os beija carinhosamente.

Os poucos me acalmo, meu corpo vai voltando ao normal e o medo vai desaparecendo.

Minutos depois, subimos para o quarto, eu não consigo falar ainda, só consigo ficar perto das pessoas que amo, os quero próximos a mim, sentir que eles nunca irão para longe de mim.

- Pega a Zahara - digo para ele e ele entende

Só uns segundos separada dele me fazem tremer, só o simples pensamento de perder a minha filha, destrói o meu psicológico.
Aaron então reaparece com Zahara no colo e então a coloca em nossa cama. Ele deita connosco por alguns minutos, mas depois o sinto levantar.

- não vai, não vai, por favor. - peço

- não vou, amor. - diz e deita novamente ao nosso lado

Aaron beija a cabecinha linda de nossa filha, e então começa a acariciar os cabelos. Essa cena só me faz pensar " e se eu os perder "?

Aaron continua acariciando meus cabelos, me acalmando, me sinto protegida, seus lábios pronunciam uma frase, não entendo muito bem e então apago.

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*Capítulo curtinho, só para avisar que estou de volta. Muitas reviravoltas acontecerão*