um presente do destino

Diferenças

Nídia

Desde que Aaron descobriu a possibilidade de Zahara ser filha dele, ele se comportou de forma estranha ele estava distante, eu senti, apenas não quis insistir.

Eu sei que algo não está bem, eu olhei para os olhos dele eu vi, havia acusação, tristeza, eu diria até... raiva.

Era meia noite e dezanove, muito tempo desde que Aaron saiu de casa, sem nem trocar uma frase completa comigo. Zahara estava nos meus braços e começava a sentir a falta de Aaron.

- mamã, onde o papai foi? - pergunta

- ele deve estar resolvendo assuntos do trabalho, meu amor. - disfarço - agora vamos dormir,está bem?

- papai não vem pá pó eu pá dulmi? - pergunta

- ele está muito ocupado, mas disse para eu te dar um beijinho de boa noite por ele - dou sorriso amarelo

- ce liga pá ele pá eu dá boa noite?

Zahara está tão habituada com Aaron, ele se tornou realmente o pai dela, ela sente falta e os nossos problemas não podem afeta-la.

- está bem, vamos ligar.

Ligação on

- Nídia.

- Aaron, desculpa o incomodo, é que a Zahara pediu para falar com você. - digo

- Nídia eu...

- eu vou passar para ela. - corto o que ele ia falar. Não quero falar com ele por telefone, esse assunto tem de ser falado pessoalmente

- Aqui meu amor - falo entregando o telefone para ela

- papai?

- oi meu anjinho.

- você tá tabanhando?  A mamã dixe que oxe tá tabanhando. Oxe num vai vi hoje? Eu tô com saudade - fala

- são muitas perguntas, meu amor. - ri - eu não volto hoje, mas amanhã a gente se vê, está bem?

- tá bem papai. amo oxe. Dolme bem.

- eu também te amo, anjo. - diz - boa noite.

Ligação off

- já posso dolmi mamã - diz.

- sim? - ri - vamos então.

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O dia amanheceu, acordo com uma mensagem de Aaron dizendo que vem nos pegar para fazer o teste de DNA. Eu não sei porquê, mas sinto um aperto no peito, um pressentimento de algo não está bem, ou vai acontecer algo de errado. Um medo atinge o meu coração. Mas logo me recomponho, preparo Zahara e a mim própria.

Logo Aaron chega e o clima pesado entre nós também.

- bom dia.  - cumprimenta

- bom dia - respondo

- papai. - Zahara diz estendendo os bracinhos para que Aaron a pegue no colo

- minha princesa. Dormiu bem? - pergunta a Zahara

- sim. A gente vai sai? - Zahara pergunta

- sim meu amor. - responde - podemos ir? - pergunta para mim

- podemos sim.

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Ao chegarmos no hospital, me lembro que nunca gostei de hospitais, me trazem más lembranças, revivo tudo de horroroso que já vivi na minha vida.

Aaron se dirige a recepção para avisar a nossa chegada, por sorte somos atendidos rapidamente. Eles fazem tudo o que rápido e saímos do hospital.

Passeamos um pouco com Zahara para que ela se distraisse, já que ela chorou horrores na hora de tirar o sangue.

Quando chegamos em casa, Zahara dormiu. Estava cansada pelo dia. Aaron e eu nos dirigimos para a sala, a gente precisava conversar.

- Aaron, tem algo incomodando você? Porquê você saiu daquela maneira daqui? - sou directa

- Nídia, eu... eu não sei como responder isso...

- não sabe? - pergunto com um olhar intimidador

- o que você quer que eu fale? Isso é tudo muito novo, eu... Eu precisava de um tempo para pensar. Só isso.

- só isso? Você tem a certeza?  - pergunto e continuo - eu senti que algo não estava bem com você, eu quis te ajudar, te ouvir... ficar com você... Você nem me deu espaço. Tudo bem que não quisesse desabafar comigo, mas a forma como agiu mostrou tudo o que você não disse naquele momento.

- Nídia... eu...

- Admita. Admita o que passou na sua cabeça vezes sem conta de ontem para hoje. - digo

- Nídia... - diz se aproximando de mim e eu me afasto - por favor...

- você acha que se talvez eu não tivesse criado a Zahara como minha filha, se pelo menos eu tivesse entrado com o pedido de adopção, talvez você tivesse achado a Zahara desde o princípio. Não é? - pergunto

- Nídia...

- Não é Aaron? - pergunto e ele baixa a cara - quem cala consente. Mas, você sabe que a culpada do seu sofrimento não sou eu, você sabe que a Pandora sim, ela sim é a culpada. Mas como ela já não está entre nós você quer outra pessoa para culpar, desculpa, mas essa pessoa não sou eu.

- Nídia, eu sei que eu fui um completo idiota tá? Eu sei. Mas eu não quero que fique assim comigo - diz se aproximando e coloca as mãos no meu rosto - me desculpa por favor?

- quem precisa de um tempo para pensar agora sou eu. - tiro suas mãos do meu rosto - eu vou dormir.

- você prefere que eu vá para a minha casa? - pergunta

- não. Você pode vir dormir também se quiser. - falo me dirigindo ao quarto e Aaron me segue.

Entramos no quarto e dormimos,  tranquilamente. Aprendi com a minha mãe que as relações têm brigas, mas há que se ter maturidade para resolve-las, os casais brigam, mas não precisam dormir separados, isso prejudica a relação, uma relação duradoura exige maturidade, respeito e tolerância além do amor.

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Espero que tenham gostado😘

Até o próximo beijinhos 😚

Cuidem - se 😚

# xô Coronavírus 😤