Cap 49.

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Maratona 2/3🇧🇷

Ret🌪️

Cheguei no morro e de longe reconheci o movimento estranho.

Nenhum caralho de vapor na entrada, morro sem supervisão á partir dali. Subi rapidão pra boca e quando abri a porta, vi geral lá.

Ret: Que porra tá acontecendo? - Arqueei a sobrancelha e vi o Freitas com a arma na mão, com os vapores á sua volta.

Freitas: Levaram a Cecília, Ret! - Falou sentando na cadeira, passando a mão no rosto e eu arqueei a sobrancelha.

Ret: Não entendi. - Falei indo até ele. - Explica certo.

Freitas: Eu saí do morro de madrugada com ela, só aventura mesmo. - Falou baixo. - Parei no bar pra comprar um cigarro e quando voltei, ela não tava mais na moto.

Ret: E quem te garante que ela não só saiu? - Ele riu.

Freitas: Procurei ela por tudo que é canto, dentro e fora do morro. - Falou pegando o celular. - Até que recebi isso á uma hora atrás.

Peguei o celular e abri o WhatsApp, vendo a mensagem.

"Se quiser ela de volta, avisa pro seu chefe que é sangue por sangue."

Eu arqueei a sobrancelha e vi o olho do Freitas cheio de lágrima, os vapores só encarando e eu soltei uma risada.

Dani: Como é que você tá rindo disso, Ret? - Falou sério.

Ret: Quero os vapores da entrada lá de volta, ninguém sai, ninguém entra. - Falei entregando o celular pro Freitas. - Vai, caralho!

Eles saíram rapidamente e o resto ficou reunido, até eu me sentar na mesa.

Freitas: Ret.. - Falou com a voz trêmula.

Ret: Engole o choro, porra! - Falei sério. - Eu quero é te ver chorando por mulher de novo, Freitas.

Freitas: Tu ainda não entendeu o que aconteceu!? - Falou alto.

Ret: Fica quieto e me deixa pensar! - Bufei. - Me dá o celular e toma. - Falei entregando a latinha pra ele.

Freitas me entregou o celular e eu abri a mensagem novamente, analisando cada detalhe.

Daniel: Voltem para suas posições, fiquem alerta aos radinhos. - Ordenou e eles assentiram, saíndo da sala.

Ret: Foi policial. - Falei colocando o celular na mesa e eles me encararam. - A ortografia tá muito certa, fora que é o único movimento que estamos em confronto.

Daniel: Mas tu também escreve e fala certo, pô. - Ri.

Ret: Dá de diferençar, Daniel. - Neguei com a cabeça. - Olha pra mim, Freitas.

Freitas: Tô olhando. - Me encarou.

Ret: Não quero tu modificado aqui por causa disso, se ligou? - Falei me levantando. - Vamo atrás dela, mas tua cabeça precisa estar disposta pra enfrentar isso.

Freitas: Jae. - Falou baixo, se levantando.

Ret: Pega o carro, vamo na casa da Isabella. - Falei entregando a chave do carro pro Daniel e ele arqueou a sobrancelha.

Daniel: Sabe que o pai dela provavelmente tá em casa, né? - Neguei com a cabeça.

Ret: Tá trabalhando hora dessas, velho filho da puta quase interrompeu minha foda ontem. - Falei saíndo da sala. - Bora caralho, que demora!

Eles apenas se juntaram e nós saímos da boca, fechando o acesso de qualquer pessoa.

Descemos o morro e nós entramos no carro, indo direto na casa dela.

O bagulho é que tem que raciocinar. Última invasão do morro foi de policial, isso causou b.o enorme.

Meu "envolvimento" com a filha do maluco influenciou mais ainda, mas o bagulho da resenha foi o limite.

O pré-limite, na verdade. O limite foi ontem, na casa dele.

É, posso fazer nada.

O velho se estressou e foi atrás da Cecília, que sabia que afetaria tanto á nós do morro, quanto a própria filha. Nisso, a Isabella nem tá sabendo.

Mas se ele quer sangue por sangue, que seja.

Não é o sangue do corpo dele, mas é o sangue dele em outra pessoa.

Meu Maior Arrependimento. | Filipe Ret.Onde histórias criam vida. Descubra agora