Meu Maior Arrependimento. | Filipe Ret.

Cap 58.

Ret🌪️

Acendi um cigarro e respirei fundo, passando a mão no cabelo.

Freitas: Não vai falar nada mesmo? - Encarou.

Ret: E tu quer que eu fale o que? - Revidei.

Freitas: Sei lá, o motivo de você não ter me convocado pra salvar a minha namorada!? - Falou entre um sorriso irônico.

Ret: Quer que eu fale mesmo? - Ri junto.

Freitas: É o mínimo, não é?

Ret: Você não tinha estrutura psicológica pra ir. - Encarei.

Freitas: É óbvio que eu tinha, Ret! Era a minha namorada em perigo! - Bufou.

Ret: Não Freitas, não tinha! - Falei passando a mão no cabelo. - Quando se trata dela, tu muda total. Eu não reconheço mais aquele vapor que tá comigo á anos!

Freitas: Talvez seja porquê eu tento mudar, Ret! - Falou sério. - Tu acha que eu quero morrer sozinho? Dentro de uma boca de fumo, me drogando até ter uma overdose!?

Ret: Quando você entrou nessa vida, você sabia muito bem que essa era uma das condições, e resolveu continuar! Se for pra ser escravo de mulher, me avisa logo que a gente dá um jeito agora! - Respondi no mesmo tom.

Freitas: Eu continuei porquê o meu pai morreu e eu precisava de sustento, você sabe disso! - Falou batendo na mesa. - Eu não sou escravo de mulher, só valorizo a que eu tenho.

Ret: E tá vindo descontar isso em mim!? Eu te acolho desde que tu se entende por muleque, ainda poupei tua saúde mental por causa dessa menina. - Falei apontando pra Cecília. - Tu chegar aqui pedindo satisfação dos bagulho que eu resolvo é mancada.

Freitas não falou mais nada e segurou a mão da Cecília, saíndo da sala.

Só respirei fundo e sorri cínico, pensando no que tinha acontecido. Porra, papo furado é uma das coisas que eu realmente não preciso agora.

Isabella tava sentada no sofá, braços cruzados  e o celular na mão. Cara de peixe morto e eu já senti a tensão na sala.

Levantei e fui até ela, sentando ao seu lado e ela bufou.

Bella: Tem coragem de se aproximar de mim depois de ter matado o meu pai? - Falou passando a mão no cabelo, nitidamente triste.

Ret: Ou era ele, ou eu. - Cruzei os braços. - Era a única escolha.

Bella: Você sabe que não precisava disso. Poderia muito bem ter recuado, ou sei lá. - Encarou.

Ret: Aí pô, se tu quiser ficar de caô, tu fica. Mas dentro da minha sala, não.

Bella: Você mandou eu vir pra cá, quer que eu faça o que agora!? - Aumentou o tom.

Ret: Queria você por perto, pô. Só isso. Agora se for pra ficar com esse show seu, mesmo sabendo de tudo que teu pai fez pra minha comunidade, pode meter o pé.

Não falei mais nada e voltei pra minha cadeira, vendo ela sair da sala.

Respirei fundo e pensei nisso que aconteceu. Em uma noite, consegui recuperar um sequestro, participar de uma invasão e brigar com meu melhor vapor.

Daniel entrou na sala poucos minutos após a Isabella sair e se sentou na mesa, virando pra mim.

Daniel: Tá tudo bem, irmão?

Ret: Tá, eu só tô cansado. - Falei baixando  a cabeça.

Daniel: Muita perca de vapor na invasão? - Neguei. - Hm.

Ret: Ravier tá morto. - Encarei. - Mas sei lá.

Daniel: Não era isso que tu queria desde sempre? - Assenti.

Ret: O bagulho é que não foi o mesmo gosto de ter sido algo planejado. Não foi dentro da minha comunidade, eu coloquei meus vapores em risco.

Daniel: Tu devia ter avisado o que tava rolando, eu e Freitas tinha ajudado. - Neguei com a cabeça.

Ret: O agradecimento que ganhei do Freitas por ter salvado a namorada dele foi uma puta tentativa de sermão, isso na frente das meninas. - Ri.

Daniel: Tu tem que entender o lado dele, Ret. - Encarou. - O cara tava preocupado pra caralho contigo e com a mina, mas soube que a maioria dos vapores tavam ao seu lado, ele não.

Ret: Freitas não tinha estrutura pra isso, Daniel. - Ele negou.

Daniel: Ele tinha, ele sabia o que tava em jogo. O vacilo dele em relação á isso foi enorme, mas o teu por não ter avisado foi maior ainda.

Ele não falou mais nada e fez um toque comigo, avisando que iria pra casa.

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