Meu Maior Arrependimento. | Filipe Ret.

Cap 08.

Freitas👺

Então deixa eu ver se entendi.

Filha de delegado vagando pelo morro? Cecília sabendo disso e mentindo pra mim? Hum, entendi sim.

Esconder bagulho de mim é difícil, pô. Quando eu quero, vou atrás até descobrir o que me agrada.

Na verdade, não foi difícil. Primeiramente que só o sobrenome já entrega muita coisa.

Segundamente, policiais disfarçados na delegacia me confirmaram. Aiai, se o Ret souber.

Cecília: Tá pensativo? - Falou colocando a cabeça no meu ombro e eu ri.

Freitas: Vai lá fora, vou trocar uma ideia contigo. - Falei me levantando e ela encarou. - Agiliza pô.

Só joguei a ponta do cigarro e saí da casa, indo pra uma área mais afastada. Me encostei na parede e em alguns segundos, ela apareceu.

Cecília: Tô ouvindo.

Freitas: Vou ler o bagulho aqui, tu deixa eu terminar pra falar, beleza?

Cecília: Rum, desembucha. - Ri.

Fui lendo o diálogo do chat pra ela, que só arregalava os olhos.

Freitas: Esse sobrenome Mendes, me lembra alguém daí, pô. Sabe?

???: Ué, o Roger. Por que?

Freitas: Ele tem filha?

???: Uhum. A Isabella.

Freitas: Cacheadinha?

???: Essa daí. Por que mermo?

Freitas: Tá vagando aqui pelo morro.

???: Rum, eu não botava fé.

Desliguei o celular e olhei pra ela, com um sorriso no rosto.

Cecília: Freitas...

Freitas: Eu não acabei. - Cortei a fala dela. - Então vamos ligar os pontos. Em primeiro lugar, você mentiu pra mim olhando nos meus olhos.

Cecília: Eu não menti. - Ri.

Freitas: Depois me aparece com a porra de uma filha de polícia aqui no morro? Qual é Cecília, tu tá ficando maluca?

Cecília: Ela é diferente, Freitas! Isabella nunca faria algo pra afetar vocês!

Freitas: Tem parentesco com fardado, garota! Para de ser ingênua! - Bufei. - Eu botei maior confiança em tu, a cara nem treme.

Cecília: Não tem necessidade disso tudo!

Freitas: Tem mesmo não. - Falei me desencostando da parede, me aproximando. - Mas o Ret vai saber disso, ouviu?

Cecília: Pra que, mano!? O Ret nem sabe da existência dela!

Freitas: Vai saber. - Falei cínico. - Logo filhinha de sargento? Hum, hoje a favela tá em festa.

Cecília: Se você abrir o bico, me esquece! - Falou com raiva.

Freitas: Te curto demais Cecília, nosso lance então, nem se fala. Mas esse morro aqui é a minha prioridade, se for pra ver essa favela no bagulho certo, não tem amor no mundo que me faça mudar de ideia. - Neguei com a cabeça. - Se tu prezar pela tua vida, nem te mete mais nisso.

Não falei mais nada e voltei pra dentro, me sentando novamente e vendo a Isabella perto da porta.

Cecília puxou ela rapidamente e eu ri, puxando o radinho.

"Fecha a entrada, só libera quem eu deixar"

Ret: O que tá rolando, Freitas? - Arqueou a sobrancelha e jogou a fumaça do cigarro pro ar.

Freitas: Se eu te contar quem tá vagando por aqui esses dias, tu nem vai acreditar. - Falei encarando a Isabella, que arregalou os olhos com o que a Cecília disse.

Ret: O que a cacheada ali tem á ver? - Falou cruzando os braços, olhando junto. - Ia trocar um papo com ela.

Freitas: Hum? - Arqueei a sobrancelha. - Ia trocar papo com ela?

Ret: Uhum, por que? - Ri.

Isso vai ser divertido.

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