Foi no estacionamento da academia onde eu malhava todos os dias, depois de sair da empresa da qual eu era o CEO, que eu a encontrei. Ela e o bebê. Muito linda e jovem, Lília parecia disposta a tudo para proteger aquela criança, e isso me comoveu. Qu...
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📌 Florida, EUA
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Ficamos olhando um para o outro, como se estivéssemos começando um duelo, mas que nenhum dos dois tinha coragem de dar o primeiro passo. Ou como se houvesse um abismo entre nós, uma rachadura no asfalto, que nos levaria a um abismo. O sorriso debochado de Carlos Alberto tinha realmente desaparecido, e eu o sentia um pouco mais tenso. Era um homem alto, de ombros largos, embora eu fosse ainda maior, e tinha alguma técnica.
Para lutas, de fato, estava um pouco enferrujado, porque treinava apenas os golpes e os movimentos, mas era Lília em jogo. E, de certa forma, aquele bebezinho por quem eu já nutria um sentimento quase de pai. Não podia decepcioná-los. Foram alguns minutos de total inércia, como se o tempo tivesse parado, como se o mundo não mais girasse. Ainda tive esperanças que desistisse. Não porque estava com medo, longe disso, mas porque queria que ele simplesmente sumisse dali e me deixasse com Lília, para que pudéssemos ir para casa.
Talvez, naquela noite, algo acontecesse. Talvez não se tratasse apenas de uma distribuição de socos aleatória. Talvez eu precisasse feri-lo seriamente; precisasse tirar a vida de alguém. Não era fácil pensar em me tornar um assassino. Mas era mais difícil ainda pensar que aquele louco à minha frente era capaz de muito mais, e ele certamente me mataria se tivesse a oportunidade. E se ficasse a disputa entre nós, eu queria sair dali inteiro, principalmente porque havia uma mulher sob minha proteção. Ela dependia da minha segurança.
Continuei nutrindo essa esperança de que as coisas terminariam melhor do que eu imaginava, só que ele veio para cima de mim. Veio como quem não tem muita noção do que está fazendo, inclinado para frente, querendo me atingir como um touro que vai de encontro a um pano vermelho. Preparado, desviei e o lancei ao chão, de cara com o asfalto. Chutei-o bem no estômago, tentando manter em mente que não podia ser uma luta limpa. Eu não estava em um ringue, com um juiz, uma pessoa que iria incitar limites. Não havia limite ali. Curvado, segurando a barriga, Carlos Alberto tentou levantar. Vi quando cuspiu sangue e me olhou com os dentes sujos. Estava puto, completamente.
