11 ══ XI

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A idade não representava sua força e agilidade. O Lee desviava bem dos golpes de Seulgi, mas mesmo assim, ele era acertado violentamente diversas vezes.

Seulgi não conseguia pensar em nada além de sua mãe e de Jaehyun. Elas foram vítimas daquele ser abominável. Cada golpe da Kang era dado com ódio e uma fúria extrema. O seu momento de vingança seria ali, ela não o deixaria sair vivo.

— Você está lutando por um homem que te usou. Basta disso, entregue-se ao seu destino de uma vez!

Seulgi grunhiu ao receber um soco em seu estômago, devolvendo-o em forma de chute, o qual fez o Lee atravessar uma parede à direita, levantando poeira em todo o lugar.

— Minha mãe era uma pessoa boa, seu filho da puta! — ela correu e saltou em cima dele, dando vários socos consecutivos em seu rosto, mas foi parada ao recebe um chute que a fez voar para trás, mas ela pousou com os pés no chão.

— Ela nunca amou você!

— Cale a boca!

Seulgi moveu metais afiados diversos que vieram de cômodos aleatórios, atirando todos contra o Lee. Seus desvios foram inúteis e vários cortes o atingiram de raspão, um deles chegando até a mesmo a perfurar o lado direito de seu abdômen. O idoso grunhiu de dor e arrancou a espada de seu corpo, usando a mesma para investir contra a Kang. Seulgi, porém, segurou aquela lâmina com suas próprias mãos. Sangue foi derramado. Seulgi quebrou a lâmina e afundou sua ponta no peito do Lee e o chutou com força. Mais paredes foram quebradas. A Kang caminhou rapidamente até o Lee, mas no meio do caminho ela parou em seu passo ao avistar uma abertura no chão, provavelmente causado pela luta. Um grunhido muito, muito, longe foi ouvido por ela. A Kang ergueu as duas sobrancelhas e socou o chão para abrir espaço, pulando na abertura no mesmo instante.

Seulgi caiu por muitos metros pela pequena passagem, até encontrar um solo e pousar. O espaço não possuía nem mesmo um metro de largura e era muito apertado, como se ela tivesse caído por uma fenda aleatória. Algo estava errado. Porém, ao longe, o som de um grito abafado atingiu sua audição aguçada.

Jaehyun!

Seulgi se concentrou por um momento. Atravessar o solo era algo que ela podia fazer somente em seu território, mas mais do que nunca, ela precisava tentar usar aquela habilidade ali. Ela tinha que conseguir. Seus pensamentos foram guiados até a imagem de Jaehyun. Ele poderia estar em grande perigo. Se ela não pudesse o salvar, ninguém poderia. Ela saltou. O solo passando por seu corpo.

Ela havia conseguido.

Atravessando metros e metros, Seulgi estava esperançosa de o encontrar a salvo. Ela havia ouvido a voz dele da pior forma possível, gritando por algum motivo desconhecido. Aquilo indicava que ele estava vivo, no entanto, qualquer segundo perdido poderia ser fatal para ele. Cada momento era importante.

Seulgi chegou ao primeiro espaço largo que apareceu e pousou no chão.

Seu coração quase parou por um segundo no momento em que ela viu Jaehyun preso numa espécie de engenhoca feita de madeira, gritando em sofrimento por conta de todo aquele metal pesado que queimava sua pele. Ele sabiam de sua única fraqueza.

Seulgi apressou-se e começou a arrancar aquelas correntes. Jaehyun gemia o tempo inteiro. Seu corpo possuía manchas vermelhas e laranjadas, e nada além de uma calça cheia de rasgos o servia de vestimenta. Após o libertar das correntes, Seulgi o deixou no chão e acolheu seu corpo, abraçando-o com cuidado para não tocar suas feridas. Seu peito apertava tão forte que ela nem mesmo conseguia respirar. Ele realmente haviam o atormentado como castigo pela traição.

— Malditos, malditos! — exclamou Seulgi com a voz trêmula.

Jaehyun levantou a cabeça com dificuldade e a encarou. Seulgi notou diversos cortes em seu rosto, bem diferentes das manchas irregulares que as correntes haviam causados no resto de seu corpo. Ela se amaldiçoou internamente por ter demorado tanto.

Blood ScentOnde histórias criam vida. Descubra agora