Capítulo 12 - Despedida do Raul... e o aroma de um beta.

31 4 2
                                    

Ao olhar para trás onde o alfa estava anteriormente, ele não estava mais lá, forcei um pouco as vistas para o fundo da casa, mas nada dele... Arya ele sumiu, como se nem estivesse aqui, que estranho...

- Tudo bem Elias? - Raul pergunta ao chegar mais próximo.

- Er... Está tudo tranquilo!!!

- O que faz aqui? - o vejo olhando para os lados, então tentei falar com sinceridade, ao menos a parte que eu poderia contar.

- Estava apenas conhecendo a casa e avaliando este canto, onde posso criar uma horta... - sorri sincero. Raul ainda ficou me olhando por um tempo, antes de retribuir o sorriso.

- Só você mesmo para pensar em algo assim. - Raul se aproxima e me abraça, beijando a minha bochecha. - Amanhã você terá tempo para fazer isso mais efetivamente, agora vamos entrar porque está ficando frio. - sempre protetor comigo, então o segui, porém antes dei uma última olhada para trás e nada do alfa, ele era bom mesmo.

•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•

Heitor permaneceu conosco por mais alguns dias, já que ele iria levar Raul para Julliard. Ele providenciou tudo o que era necessário para que nos adequamos a nova casa e a nova vida que estávamos iniciando e com a ajuda dele todos nós conseguimos nossos documentos de identidade, não éramos mais a párea na sociedade, vivendo a margem, agora poderíamos ter um pouco mais de dignidade.

Com a partida de Raul próxima preparamos uma festa de aniversário-barra-despedida. Lucas nos cedeu a última noite que Raul iria cantar na boate para podermos fazer a surpresa para ele, foi tudo preparado com muito carinho.

Na noite combinada, fui com Carlos, mas o Lucas só me permitiu passar para a parte de inferior da boate depois de um tempo, eu fiquei com ele em seu escritório, ele dizia que eu era muito jovem pra estar ali, mas que no momento certo poderia descer. O seu escritório era aconchegante e fiquei quieto sentado no grande sofá que tinha ali e mexendo no meu celular, enquanto Lucas ficava em seu computador, segundo ele, resolvendo algumas pendências. Quando Raul começou a cantar pude sair do escritório e fiquei o observando, ele era tão bonito e sua voz parecia de anjos cantando, vi o momento que ele cantou para Heitor, que chegou bem próximo ao palco e ao término da música os seguranças permitiram ele subir, ficaram frente a frente um do outro e se olharam com tanta intensidade, tanto amor, até que se beijaram... Suspirei e fiquei pensando se algum dia poderei viver um amor tão lindo assim?

Naquele momento Lucas me puxou para parte de inferior e me reuni aos meus amigos, mas por curiosidade olhei por todo o ambiente, a boate era muito sofisticada e haviam muitas pessoas, entre betas, ômegas e alfas, mas não estava com medo deles, porque me sentia protegido entre meus amigos, como a boate era uma das mais badaladas da nossa cidade haviam tantas pessoas charmosas e bem vestidas. Eu havia me vestido com uma das roupas de Raul e me senti bonito pela primeira vez.

Ao passar por um grupo, ouvi que falavam sobre Raul, sobre o quanto o amavam e no meio deles haviam ômegas que revelaram que desejavam ser Heitor por um instante, achei graça, não é comum no nosso país ver a união entre gêneros secundários iguais, o que era mais comum e até aceito era um alfa e um ômega ou um ômega com um beta ou no máximo um beta com um beta, qualquer outra união era vista como disfuncional e muitos tinham preconceito, mas eu não via problemas com outras uniões porque... o que importava era o amor.

Quando Heitor se separou do beijo era a nossa deixa, erguemos uma faixa que havíamos confeccionado e começamos a cantar "parabéns a você". Carlos e Lucas levaram o bolo que eu havia preparado, com as velinhas acesas, mantivemos cantando e logo todos os que estavam presentes cantaram junto, Raul parecia muito surpreso e emocionado com nossa atitude, ele nos olhou antes de fechar os olhos e apagar as velinhas, logo depois Carlos, Lucas e Heitor o puxaram para o nosso meio e um DJ tomou o seu lugar, a batida da música logo tomou o local e nossos corpos começaram a se mover no ritmo da música, nunca havia vindo a uma festa e muito menos a uma boate, mas estava muito feliz por estar aqui com meu amigo.

Não vou mentir que a princípio me senti um pouco desconfortável, porque muitas pessoas se aproximaram e haviam muitos alfas, mas os seguranças já eram orientados e nós encaminharam para a área VIP da boate, aos poucos fui me soltando e já dançava junto a Raul, a festa durou até altas horas da madrugada, mas já estava tão cansado, porém tão feliz. Decidimos ir embora e estávamos já próximo a saída, quando senti um aroma maravilhoso, meu coração disparou e Arya ficou eufórica, olhei para os lados para tentar identificar de quem aquele aroma vinha, mas não consegui identificar quem era o dono daquele aroma que mexeu com meu interior todinho... Na saída da boate haviam muitas pessoas que queriam chegar próximas a Raul, mas os seguranças os continham, sem conseguir identificar quem era, acabei só seguindo o fluxo, com Raul segurando a minha mão.

Heitor levou Raul e Rodrigo pra casa e Théo, o guarda costa de Raul, levou-nos em outro carro, estava tão cansado que acabei adormecendo no colo de Carlos, porém antes de me render ao cansaço uma pergunta invadiu meus pensamentos... Quem será que era o dono daquele aroma, Arya?

(...)

Estava tão estressado com a faculdade e com as cobranças do meu pai que aceitei vir com meus amigos em uma badalada boate da cidade, fiquei impressionado com o ômega que estava cantando, que me pareceu tão familiar, embora na hora não consegui me lembrar da onde eu já o tinha visto antes e ouvi algumas pessoas falando que esse era o último show dele, porque ele iria para Juilliard e só pensei o quão talentoso ele realmente era por ter essa oportunidade.

Eu o vi sendo encaminhado a área VIP junto aos seus amigos e eu permaneci com meu amigos dançado na pista. Tiveram algumas ômegas que ficaram me cercando pra ficar comigo, mas me considero um romântico e não gosto de ficar por ficar, diferente dos meus amigos que não rejeitam ninguém, eles vivem me zoando, mas não ligo. Nunca namorei ninguém e quando acontecer será com uma pessoa especial e não com essas pessoas vazias e que nem sabem conversar direito, só ficam querendo me tocar como se eu fosse um pedaço de carne.

Estava muito tarde já e decidi ir embora, tinha ficado no bar tomando um dos drinks especiais que eles preparavam, enquanto os meus amigos em um dado momento haviam me dado um perdido, tentei ligar para eles, mas pelo jeito eles estavam "ocupados", então fui procurar ao menos um deles pra avisar que iria embora.

Estava olhando para todos os lados a procura de um deles, quando vi a silhueta daquele pequeno beta, fiquei parado no mesmo local hipnotizado pelo seu sorriso contido e suas faces rosadas, meu coração disparou naquele momento, meu cerne choramingou e sem nem perceber minhas pernas me levavam para próximo dele, haviam os seguranças do cantor que não me deixaram aproximar mais, mas mesmo assim consegui sentir o seu aroma, como era possível??? No meio a tantos odores... e outra ele era um beta, seu aroma nem deveria ser atrativo pra mim e muito menos eu deveria conseguir senti-lo.

Sorvi o ar novamente e seu aroma me fez sentir algo que nunca havia sentido, algo indescritível, meu senso de proteção ficou aguçado e podia ouvir os batimentos do meu coração em meu ouvido, estava enfeitiçado por ele, inconscientemente acabei liberando um pouco dos meus feromônios e percebi que ele reagiu tentando me procurar, um sorriso se fez nos meus lábios, mas um dos meus amigo me puxou naquele exato momento e por segundos que olhei para meu amigo, o perdi de vista.

Até cheguei a me desvencilhar do meu amigo, que ficou sem entender nada e sair da boate, mas só o vi entrar em um dos carros e alguém o pegar no colo, isso fez meu sangue ferver. Que ódio, preciso saber quem era aquele pequeno beta.

- Se acalme e pense com a cabeça... ao menos temos uma pista... ele é amigo do ômega cantor! - me falou meu cerne, um sorriso se formou em meus lábios, realmente nem tudo estava perdido.

•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•

N.A.: Finalmente Jeremias apareceu... rs...

Elias: Destino Inesperado Onde histórias criam vida. Descubra agora