Capítulo 8 - Prenúncio de mudanças

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Raul em uma noite me chamou para conversarmos, nos sentamos na laje e sentia que ele estava muito angustiado com alguma coisa e depois de perguntar como eu estava e querer saber sobre as atividades escolares que ele havia me passado para realizar, ficamos um pouco em silêncio.

— Raul pode falar o que está querendo me contar... - ele sorri e faz um carinho no meu rosto, me inclino em sua mão apreciando o seu toque quente.

— Nunca consegui te enganar ou esconder algo de você, não é? - ele sorri carinhosamente, apenas neguei, retribuindo o sorriso.

— Bem... - ele suspirou e eu segurei sua mão como forma de incentivo.

— Você sabe que eu amo cantar, entretanto nunca pensei realmente em me dedicar a música, pelas nossas condições... mas surgiu uma oportunidade muito interessante... Pra não dizer única... - permaneci o olhando nos olhos, fazendo carinho em sua mão. — Eu ganhei uma bolsa para estudar musica em Juilliard, mas ... só irei se você estiver bem... - ele fala pausadamente me olhando esperançoso e seu olhar transparecia todas suas dúvidas.

No fundo eu sentia o seu medo e sua insegurança, mas como não poderia estar bem?  Meu amigo estava tendo uma oportunidade única de realizar um sonho,  simplesmente pulei em seu colo o abraçando forte... acabei liberando um pouco do meu feromônio por causa da excitação do momento, mas Raul não disse nada.

— Meu caro amigo, realmente essa é uma oportunidade única e nunca me perdoaria se você a perdesse... (me afasto e sorrio ao olhar em seus olhos e ver a sua felicidade)... além de poder ficar próximo daqueles alfas lindos que estão babando por você... - caio na risada vendo ele corar totalmente.

— Deixa de ser besta... - ele me dá um soquinho no braço fazendo beicinho, mas  rindo no final, fiz cara fingindo dor, para depois o acompanhar na sua risada.

— Eu ainda terei Carlos, Lucas e os outros comigo, não estarei sozinho... lógico que sentirei a sua falta, mas amigo... agora você tem que pensar em você, pensar no seu futuro! - ainda no colo dele, o abracei novamente, sentindo o seu aroma.

— Muito obrigado Elias, você é muito especial pra mim, vou sentir muitas saudades suas!!! - ele me aperta um pouco mais em seu abraço e sinto suas lágrimas molharem meu ombro.

Enxuguei suas lágrimas e mudei de assunto, tendo a certeza que meu amigo iria ser muito feliz!!!!

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Naquela tarde fui trabalhar como de costume, aquele ômega e os outros alfas que me atacaram mantiveram-se longe de mim, achei melhor desta forma e o alfa que foi ferido estava afastado, ao menos não seria incomodado... ao menos era o que pensava...

O dia passou rápido que nem percebi, tinha muito trabalho a ser feito naquela tarde e naquele momento estava no banheiro dos funcionários, trocando de roupa para poder ir embora, quando escuto um barulho, fiquei um pouco assustado a princípio, olhei ao redor e não vi ninguém continuei a me trocar, mas quando fui sair percebi que alguém havia trancado a porta.

— Ei... tem alguém ai??? Porque fecharam a porta? Estou aqui ainda... - não conseguia ver direito o lado de fora, mas com certeza havia alguém ali, pois conseguia visualizar uma silhueta.

— Eu sei que está aí... não adianta me trancar aqui... o que ganha com isso? - mas não obtive nenhuma resposta, vendo a sombra se afastar.

Arya o que vamos fazer? O turno da noite já começou e não vai ter ninguém por aqui por muitas horas. - olhava por todo o vestiário, era um local grande com armários em uma das paredes, banheiros e chuveiros dispostos ao fundo, as janelas eram muito altas e pequenas demais para poder passar, olhei para o teto e observei que tinham os dutos de ar, mas não gostava muito de lugares apertados, me causavam fobia e não havia nada tão alto que me fizessem alcançar a janela de acesso.

Elias: Destino Inesperado Onde histórias criam vida. Descubra agora