Essa história se passa no omegaverso, sendo um spin-off de "Ironias do destino"
Elias nasceu um beta, mas ao descobrir o que seus "pais" queriam fazer com ele, mesmo com medo ele foge, mas o destino o leva até a porta de Raul, que junto com seus ami...
Haviam já se passado dois anos desde a minha saída da comunidade, a vida nessa comunidade era difícil, já que tínhamos pouco, mas isso naquele momento nos bastava e estávamos felizes por termos uns aos outros.
Raul está trabalhando como auxiliar da limpeza em um restaurante, ele sempre trás algum alimento para casa, Carlos trabalha como barman em uma boate e vive suspirando pelos cantos, como se eu não percebesse, George está como recepcionista em um hotel na orla da praia onde moramos, Rodrigo e eu também estamos trabalhando no mesmo hotel, mas ele trabalha como camareiro e como precisávamos de estar muitas vezes na base social, ele começou a trabalhar com eles e agora não preciso ter medo de ser enviado a algum orfanato e eu trabalho na cozinha como ajudante, preferi mudar de emprego tanto porque eles não fazem perguntas, ficando reservado dentro da proteção do hotel sem entrar em contato com os hospedes e também porque assim posso estar próximo ao que ao gosto, ainda sonho no dia que possa ser reconhecido como um grande chefe, com meu restaurante super renomado, pode até estar pensando que sonho muito alto e grandioso, mas esse é o meu sonho, se ele irá se realizar só vai depender de mim e talvez eu possa contar com uma ajudazinha do destino.
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Já era noite e estava deitado no grande ninho, junto a Rodrigo que ressonava, Carlos estava trabalhando, George estava no turno da noite esta semana, já havia deitado fazia um tempo, mas não conseguia dormir, talvez porque naquele dia havia visto uma noticia preocupante sobre a comunidade em que vivi. Minha mente estava a mil, quando escuto Raul cantar, ele estava na laje novamente por causa dos pesadelos, ele me contou que eles não eram frequentes e parecia que eram relacionados com seus pais, mas ele não tinha certeza, já que poderia ser apenas pesadelos.
Sua voz era maravilhosa, se anjos existem creio que eles cantariam desta forma, me levantei e fui devagar para que ele não percebesse minha presença, mas se percebeu nunca disse nada, então permaneci o escutando, uma paz invadia a gente quando ele começava a cantar.
Sabendo que eu não iria conseguir dormir tão cedo e percebendo que Rodrigo estava em sono pesado, resolvi preparar um bolo para deixar para o café da manhã, ainda tinha beterraba, alguns morangos e frutinhas vermelhas, conferi os outros ingredientes e comecei a preparar um bolo, não demorou e estava pronto e Raul pelo visto havia conseguido dormir, resolvi ir também tentar dormir, me aconchego em Rodrigo e não tardo a adormecer.
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(Bolo Red Velvet, que Elias preparou)
Sou acordado por Carlos, era visível que o dia já tinha amanhecido, pela luz que invadia o ambiente.
- Bom dia querido!!!!! - ele sorri sentado na borda do nosso ninho, esfrego os olhos e retribuo o sorriso.
- Bom dia!!!!
- Elias você gastou o seu dinheiro novamente pra comprar aquelas frutinhas, não foi? - ele fala em um tom meio de reprovação.
- Ah Carlos, você sabe que não ficaria perfeito sem elas. - falo tentando me justificar, com a melhor cara de lobo abandonado.
- Então venha vamos provar a sua perfeição. - Carlos se levanta e sai rindo da minha cara.
Após minha higiene matinal, encontro meus amigos ao redor da pequena mesa lateral, com o bolo ao centro e havia chá quentinho, pão, leite, manteiga e frutas.
- Depois falam das minhas frutinhas. - começamos a rir.
Conversamos amenidades e planos para os próximos dias, era assim quando nos reuníamos, a vida poderia ser difícil, não tínhamos muito e trabalhávamos duro, mas ali imperava a alegria, éramos uma família.
- Bem... Vou me preparar para o trabalho. - Raul me deixa um beijo em minha bochecha.
- Muito obrigado, por tudo!!!! - ele sussurra em meu ouvido, me fazendo sorrir ao encara-lo, uma coisa que havia aprendido era que com o Raul não se questionava muito as coisas, apenas confiava.
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Fui trabalhar caminhando pela orla e admirando o mar que naquele dia estava revolto, haviam poucos banhistas naquele horário, quando vejo uma aglomeração e pessoas gritando, corri para onde elas estavam e me deparo com um jovem rodeado de pessoas e um alfa o segurando gritando por ajuda, compreendi que o garoto havia se afogado.
_ Me deem licença, eu posso ajudar. - nem pensei direito e já fui me aproximando mais dos dois. O alfa me olha com certo desprezo.
_ Não o toque, você não pode ajuda-lo, quero alguém que saiba o que fazer... e não um...um... beta qualquer... - ele quase rosna as palavras com muito ódio.
_ Você pode esperar a ajuda profissional, mas nessa parte da praia e neste horário, não tem salva vidas e a cada minuto que passa você perde ele, daqui a pouco será tarde demais até para um profissional. - não sei da onde tirei esta coragem, mas era visível que o jovem tinha parado de respirar e sua boca estava começando a ficar cianótica.
_ Tenha calma ele só esta com medo, embora possa ser um daqueles fanáticos... mas você sabe o que fazer... - Arya me fala me dando forças para continuar.
O alfa apenas se afasta um pouco, parecia até que estava com nojo de mim. Dou graças a Deus pelas aulas de primeiros socorros que Raul me deu, com muita insistência, já que morávamos próximo a praia e frequentemente a vínhamos brincar na água. Verifiquei o pulso do jovem e percebi que não havia pulsação e as vias aéreas estavam livres, logo iniciei massagem cardíaca, mas quando fui fazer a respiração boca a boca o alfa me segurou e gritou.
_ O QUE VOCÊ VAI FAZER?
_ Pretendo salvar a vida de uma pessoa... se você se importa com ele pararia de me interromper... - as pessoas em volta começaram a discutir com o alfa, que me olha ainda com raiva. Creio que ele seja louco.
Fiz a respiração boca a boca e logo reiniciei as massagens, verificando a pulsação novamente e senti um pulso fraco, quando de repente em inspira o ar fortemente vomitando muita água, ao mesmo tempo tossindo muito, o alfa o agarra abraçando fortemente.
_ Achei que iria te perder... você está bem? - o jovem afirma que sim, mas antes que percebam eu já havia seguido o meu caminho, sabia que eles ficariam bem. Os paramédicos também haviam acabado de chegar.
_ Você nem sabe o nome do jovem... - Arya me inquere.
_ Não preciso saber, eles ficaram bem e isto que importa.
Cheguei ao trabalho e fui direto me trocar para começar na minha estação, tudo estava uma loucura, haviam muitos hospedes devido a época de férias, estava quieto descascando os legumes, quando escuto o chefe comentando com outro funcionário que hoje pela manhã um herói anônimo havia salvado o filho de um dos homens mais influentes da atualidade e que o idiota nem ficou para ser recompensado.
Engraçado como as pessoas só pensam em dinheiro, status, em fazer as coisas para ganhar algo em troca, aquele alfa quase perdeu o filho porque não queria que eu, um beta e pobre o ajudasse, mas pra mim a maior recompensa foi ver que o jovem estava vivo.