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PEDRI GONZALEZ
— Caralho. — falo quando chuto novamente a bola em direção ao gol, porém ela bate na trave.
Gavi suspira e posiciona outra bola para mim.
— Mais uma vez, vai.
Chuto mais uma vez e erro de novo.
— Porra Pedri, acorda!!— Gavi fala.
— Não tô conseguindo me concentrar. — falo passando as mãos no rosto.
— Tá acontecendo alguma coisa? Tem algo te incomodando?— meu melhor amigo fala se sentando no gramado.
— Não dormi bem essa noite.
— Insônia? Decepção amorosa? Peso na consciência?
— Nada. Só fiquei me revirando na cama a noite toda.
— Oh, a Luna chegou.— Ansu diz se sentando ao lado de Pablo. — Mas acho que ela não vai descer aqui no campo, ela chegou cheia de caderno e fichário na mão.
— Que pena, queria mostar aquela música 'da hora que eu te mostrei ontem. — Gavi diz olhando para Ansu.
— 'Tô ligado mano, muito boa.
— Que música? — pergunto.
— Otro Trago, do Ozuna.
— Não sei porque vocês fazem tanta questão da presença dessa menina aqui. — falo pegando minha garrafa.
— Porque a gente não faria questão dela aqui? Ela nunca atrapalhou um treino. — Ansu responde— Muito pelo contrário, as vezes ela até me ajuda com o chute de bola.
— Ela estar aqui não muda nada no nosso rendimento durante o treino. — Gavi completa. — Você é o único aqui que se incomoda com isso
— Certeza que ele tá doido para pegar a Luna e ela já deu um fora antes mesmo de ele tentar. — Ansu brunca e eu reviro os olhos.
— Cala a boca, eu quero distância dessa menina. — respondo sua provocação.
— Quem quer pegar quem aqui?— Xavi fala se aproximando de nós e imediatamente os garotos param de falar de Luna. — Podem continuar a conversa ou eu atrapalho?
— Claro que não, professor. — Falo pegando a bola que eu estava usando. — Vou tomar uma ducha.
— Pedri, preciso falar com você. — Xavi diz e me direciona até o canto do campo. — Seu tornozelo, como está?
— Melhorou muito, foi mais rápido do que eu esperava. — Respondo.
— Você joga no próximo sábado então. Me encontra na minha sala depois que terminar de tomar sua ducha. — Me avisa e sai andando.
Xavi é sempre assim, direto. Ele brinca com nós as vezes, mas na maioria dos momentos ele é bem sério, isso fez com que criássemos um laço tanto com o nosso técnico quanto com todos do time. Hernández também dá muitos conselhos para todos, isso ajudou para que nos tornássemos uma "família".
Saio do campo e me direciono até o vestiário para tomar uma ducha. Assim que termino de arrumar minhas coisas na mochila e vou até a sala do Xavier, como ele havia pedido.
Assim que passo pela porta da sala do técnico mexendo no celular, dou de cara com Luna com seus fones de ouvido e vários livros esparramados na mesa.
— Oi? Aconteceu alguma coisa? — a garota pergunta tirando os fones.
— Não. Seu pai me pediu para que eu o encontrasse aqui, não sabia que você estava aqui. — Respondo.
A garota não olha mais na minha cara, apenas pega seu celular e inicia uma ligação.
— Pai, o Pedri ta aqui na sua sala. Tá. Tá bom pai, eu falo. Beijos. — Ela fala e desliga a ligação. — Ele falou para você esperar ele aqui, daqui um tempo ele vem. — A mesma coloca seus fones e volta a fazer o que estava fazendo antes.
— Porque você tá fazendo isso aqui? — pergunto curioso
— Minha casa está em reforma, muito barulho. — ela responde secamente.
Fiquei por uns vinte minutos esperando Xavier, até que ele cruza a porta e fica em pé ao meu lado.
Foi uma conversa rápida só para me entregar um envelope com os meus exames. Depois saio da sala de Xavi e vou embora.
