__É preciso ter caos dentro de si para gerar uma estrela dançante__ Friedrich Nietzsche
Lucerys sentiu seu corpo todo se contrair em uma dor absurda; sua respiração ficou densa e ele percebeu seu coração batendo descontroladamente. Desejou gritar, mas parecia que sua voz não saía. Seu corpo começou a se debater sobre a cama, então um grito estrondoso escapou de seus lábios e ele pulou da cama.
Suor escorria por toda sua face, seus cabelos estavam bagunçados e ele encontrava-se completamente nu. Lucerys tentava se acostumar com a claridade em seus olhos; sua garganta estava seca e um calor descomunal assolava seu corpo. Sentiu algo se mover ao seu lado, e ao tatear a cama, um gemido sonolento foi ouvido — era Aemond, seu marido.
—Lucerys...? — A voz rouca do príncipe Aemond se fez presente. O platinado se sentou sobre a cama, observando seu marido, que tinha um olhar confuso e sonolento em sua face.
—Eu... o que aconteceu? — A voz do moreno soou tão calma e serena que o príncipe Aemond quase cogitou a possibilidade de não ter ouvido — Não me lembro de muita coisa; estávamos no baile e depois não me recordo… — o mais novo força para se lembrar — Desmaiei novamente, não foi?
— Sim... na verdade, você morreu — Aemond falou com pesar na voz e um semblante triste. — Eu vi você morrer diante dos meus olhos, foi tão doloroso... — o albino baixou o olhar. — Então, uma mulher estranha veio até nós— riu sem humor da situação absurda — Ela disse que eu poderia salvá-lo, então eu clamei a ela por ajuda, mas para isso, precisava passar por uma espécie de provação — ele explicou.
— Diga-me, Aemond, qual foi essa provação? — o moreno, ainda coberto pelos lençóis, aproximou-se um pouco do marido para segurar-lhe a mão.
— Eu tive que provar que amo você de verdade — dessa vez, o albino olhou para o marido e notou que o amarelo de seus olhos tinha sido substituído por um lindo par de olhos violeta. Ao analisar um pouco mais, percebeu também que os cabelos negros do marido tinham ganhado algumas mechas brancas. — Vivi todas as suas dores, uma por uma. Presenciei você ser a ruína da casa Lannister, eu vi tudo... mas nada disso me fez amá-lo menos, Lucerys Velaryon Targaryen. Hoje, uma parte da minha alma habita o seu corpo, e essa é a minha maior prova de amor por você. Me desculpe por não ter visto isso antes; praticamente tive que vê-lo morrer para perceber que você é a parte que me completa.
—Oh... eu nem sei o que dizer—Algumas lágrimas desciam pelas bochechas rechonchudas do moreno, então ele sorriu em meio às lágrimas — Isso explica muitas coisas, uma delas é o fato dos seus cabelos estarem com algumas mechas pretas — O mais novo passou os dedos entre os fios macios do albino, que sorriu em aprovação — E pela sua cara, eu também não estou diferente. Espero não ter perdido meu charme, Strong — debochou.
—Com certeza você não perdeu seu charme, muito menos essa sua língua afiada — Então, de repente, algumas lágrimas perdidas se fizeram presentes na face do mais velho, e Lucerys ficou um pouco atordoado com isso — Me desculpa por não ter sido um bom marido para você. Me desculpa por ter feito você quase morrer. Me perdoa por não ser bom o suficiente para você, mas eu prometo que farei seus dias únicos com compensação, porque eu, Aemond Targaryen, te amo.
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My boy
FanfictionDepois da morte do rei Viserys Targaryen, Aemond é obrigado a se casar com Lucerys Velaryon para garantir a segurança de seus dois irmãos mais velhos. "Coisas que fazemos por amor"