Capitulo-5

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__Silêncio e suspiros entrelaçados, misturando passado e presente__

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__Silêncio e suspiros entrelaçados, misturando passado e presente__

Desde que retornara ao castelo, o príncipe Lucerys tem desfrutado de suas refeições diárias na companhia de seus tios. Estes momentos são de inestimável valor para o Velaryon, e ter a presença de Helaena é um bálsamo para sua alma.

No entanto, durante as três refeições do dia, o jovem príncipe não compareceu, o que causou estranheza a todos os presentes, pois ele não fora avistado em momento algum. Aemond, em um primeiro momento, não se alarmou com o paradeiro de seu sobrinho, sabendo que Lucerys ocasionalmente gostava de se retirar temporariamente, mas nunca por um período tão prolongado.

De súbito, ele é interrompido por uma batida na porta de seu quarto, e ao abri-la, depara-se com um guarda de expressão sombria. Este homem fora enviado pela rainha para informá-lo de que o príncipe Lucerys fora encontrado desacordado próximo à cozinha. Contudo, tranquiliza-o ao assegurar que a situação está sob controle e que, caso deseje visitá-lo, as alas dos mestres estão abertas para receber visitantes.

Aemond não sabia ao certo o que fazer com aquela informação. Avisar seus irmãos seria uma perda de tempo, pois assim como o informaram sobre o ocorrido com seu marido, devem ter notificado o restante da família. O príncipe de cabelos prateados estava indeciso entre ir até a ala para verificar o estado de seu sobrinho ou aguardar sua recuperação.

Embora fossem casados, isso não implicava necessariamente em amor mútuo; muito pelo contrário. Além disso, o matrimônio de ambos era baseado em um contrato com prazo determinado, conforme Aemond sempre enfatizou a todos no castelo, deixando claro que ele e o jovem Lucerys eram apenas uma união estritamente política, desprovida de qualquer sentimento.

Aemond então dispensou o homem e retornou ao seus aposentos. Nem mesmo ele é o jovem Velaryon compartilhavam o mesmo quarto; suas interações limitavam-se geralmente a cumprimentos durante as refeições, às quais sua irmã os constrangia a comparecer, sem margem para recusas.

Estava decidido: não iria vê-lo. Provavelmente haveria muitas pessoas lá, e a última coisa que desejava era estar na companhia ruidosa de sua atual família. Aquelas pessoas raramente mantinham uma conversa calma ou civilizada; pareciam sempre estar engajadas em uma batalha verbal. Até mesmo Aegon concordava com essa percepção.

Helaena, por outro lado, parecia apreciar a energia caótica de sua meia-irmã e do restante da família. Seu sorriso era frequente quando Jacaerys fazia alguma brincadeira (o que não agradava em nada a Aegon) ou quando seu tio Daemon expressava seus instintos sanguinários, disfarçados por algum comentário mordaz que poucos conseguiam compreender.

Outra vez, ouvem-se batidas na porta do albino, porém, desta vez, a pessoa não que bate espera que ele abra, e quando a  figura pálida e magra de Lucerys atravessa a porta, Aemond se surpreende  com as feições enfermas do seu marido. Com certa dificuldade, o moreno desce os degraus que levam até a cama do mais velho e, sem dizer uma única palavra, ele se joga e adormece instantaneamente.

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