Nightmares ** MUKE

c i n c o

Assim que Luke acordou se arrastou pra fora de seu quarto, se sentindo mais exausto do que na noite anterior quando fora dormir, estava cansado, como se tivesse corrido durante toda a noite, bom, é assim que ele se sente quase todos os dias após uma de suas péssimas noites de sono.

Assim que passou pela sala Michael já estava acordado, com cara de poucos amigos, enrolado em cobertores segurando uma enorme caneca de café.

Michael o olhou por alguns segundos, mas Luke se apressou em correr até a cozinha e se servir de alguns pães e chá, não quer piadas de mau gosto logo pela manhã, está faminto e só quer um pouco de silêncio, não tem mais idade ou energia pra lidar com esse tipo de coisa, sua cabeça dói e nesse momento seus pães são sua prioridade.

- Bom dia querido, dormiu bem? - Karen perguntou entrando na cozinha.

- Bom dia tia, dormi sim e você?

- Bem. Eu vou ter que ir trabalhar, mas qualquer problema com Michael me ligue, certo? - Karen beijou a bochecha de Luke e no mesmo instante Michael entrou na cozinha. - Meu filho sabe ser desagradável quando quer. - Sussurrou em tom de brincadeira com um sorriso no rosto.

- A senhora fala como se fosse eu o problema. - Michael disse olhando diretamente pra Luke, que se encolheu em sua cadeira. Antigamente as provocações de Michael não o afetavam, tinha seus pais e Karen que o protegiam quando a situação saia do controle e colocavam tudo de volta em seu devido lugar, mas agora está por sua conta e risco, se sente pequeno, sozinho e inseguro, não que Michael ainda o intimide de alguma forma, só é uma situação incômoda que já não deveria mais existir.

- Não se preocupe, logo vou começar a procurar um lugar pra mim. - Luke disse irritado, porém mantendo a voz baixa não querendo iniciar uma discussão. Hemmings tem pensado nisso desde que completou seus dezoito anos, por mais que em alguns momentos se sente não pertencente à aquela casa, Karen sempre o tranquiliza dizendo que ele não incomoda de forma alguma, que é bem vindo e pode ficar pelo tempo que quiser, sabe que as palavras são verdadeiras e ditas com um carinho genuíno, porém de certa forma seria bom ter um lugar só seu, sua casa, construir seu próprio lar, mas ainda não se sente preparado ou sequer seguro o suficiente pra o fazer,

- Não não Luke, não de ouvidos ao que Michael fala, você não é um problema querido fique o tempo que quiser. - Karen acariciou seus fios loiros e Luke sorriu carinhoso para a mulher. - E você senhor Michael, se continuar assim vai apanhar da mamãe depois de velho. - Karen zombou fazendo Michael revirar os olhos, mas ainda assim deixar um beijo na bochecha da mãe.

- Bom trabalho mamãe. - Karen saiu apressada e assim que Michael escutou a porta da frente da casa bater encarou Luke. - Você mentiu pra ela. - Michael acusou com os braços cruzados sobre o peito.

- Isso não é da sua conta. - Luke rebateu. - Foi só um sonho ruim, depois voltei a dormir. - O que na realidade também é uma mentira, mas não deve satisfação a Michael Clifford.

- Você deveria contar pra ela.

- Eu não quero causar mais transtornos, como você mesmo disse não quero ser um problema ainda maior. - Luke se defendeu e levantou da cadeira, saindo da cozinha em passos largos, se livrando do olhar curioso e cínico de Michael. Já se sentia suficientemente um problema, não precisava de Michael reforçando sua paranóia e implicando com absolutamente qualquer palavra dita.

De fato não quer preocupar Karen Clifford, que gentilmente lhe cedeu uma casa e um colo para o confortar, por mais eu seja doloroso sente que é capaz de enfrentar seus demônios, não da melhor forma, muito menos da forma ideal, mas julga ser o melhor que pode fazer no momento, tenta não se cobrar sobre isso e pensar que isso possa se tornar um transtorno para a dona da casa, as paranóias já o consomem diariamente, tenta não alimentá-las.

Já está ficando tarde, mas eu estou sem sono, então vamos conversar, me contém a coisa mais louca, o maior absurdo que vocês já fizeram.
No próximo capítulo conto meu absurdo.