Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ - 02

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Quando Yibo retornou direto pra casa, confuso e frustrado, depois de continuar por algum tempo em vão, tentendo recuperar o rastro, apenas Haikuan surpreendentemente ainda estava acordado.

— Cara, eu pensei que você estaria no décimo sono a essa hora, considerando o tanto que você bebeu. — Disse Yibo, ao entrar pela porta dos fundos, encontrando Haikuan na mesa da cozinha bebendo café. Ele puxou uma camiseta do encosto da cadeira e a vestiu.

— Eu ainda aguentaria tranquilamente, mas o pai resolveu encerrar a festa mais cedo. Ele disse que estava esfriando muito e que ia chover.

— Bom... Ele nunca erra. — Yibo puxou uma cadeira e se sentou.

— É. Mas até agora nada. Você estava correndo de novo ?

— Mn.

— Fico feliz em ver que não estragou suas roupas dessa vez. — Haikuan disse, enchendo mais uma xícara. — Quer ?

— Por favor. — Haikuan entregou a xícara a Yibo, que bebeu um gole e respirou fundo. — Eu não queria ouvir outro discurso da mamãe, então pendurei em uma árvore antes de mudar.

— Boa escolha. — Haikuan riu, e logo franziu a testa, se inclinando para mais perto de Yibo. — O que... Você estava... Onde ?

— Como assim ?

— O cheiro em você.

— Uh... Você pode sentir ?

— Com certeza... Isso... — Haikuan se endireitou, uma ideia estranha se instalava em sua mente. Ele balançou a cabeça. — Quem ?

Yibo suspirou.

— Acho que é meu predestinado.

— Oh, você acha ? — Haikuan disse, levantando a sombrancelha direita.

— Ah, Não seja um idiota irônico ! Eu disse acho, por que não o vi. Só senti o cheiro. Quer dizer... Só poderia ser, não e ? Eu me senti tão estranho... Eu só queria encontrar a fonte daquele cheiro. Tão doce... O que vou fazer Haikuan? Acho que meu predestinado não quer me ver... — Yibo, de repente um pouco triste, baixou a cabeça entre as mãos.

— Oh meu... Não fique assim irmão. Tenho certeza que ele, ou ela... ? só ficou assustado. Você não ficaria, se do nada fosse perseguido pela floresta ?

Yibo pensou um pouco. Ele achou que parecia razoável, e assentiu.

— Eu acho... Que você tem razão ?

— Eu tenho. Não se preocupe. Se for mesmo seu predestinado, você vai encontrá-lo logo. — Haikuan tentou tranquiliza-lo, o que funcionou um pouco.

— Obrigado, gê...

Haikuan sorriu para ele. Em momentos como esse, Yibo era apenas seu irmãozinho mais novo um pouco ansioso com tudo.

O barulho de passos arrastados alertou os dois alfas, que olharam a fonte do som. Era Chun, que entrava na cozinha esfregando os olhos.

— Crianças... Vocês ainda estão acordados... — Ele disse, pegando um copo de água. — Já está tarde...

— Vamos deitar em breve. — Respondeu Haikuan. — Você está bem, mamã?

Yibo e Haikuan o olharam com expectativa, o que causou uma risadinha no ômega.

— Ora, vocês são crianças tão boazinhas, não é ? Não se preocupem comigo, eu estou bem. Vocês sabem que eu acordo do nada as vezes, força do hábito.

Wang Chun era um ômega de 39 anos. Ele ainda era um ômega muito bonito, devido a sua genérica de lobo, com seus cabelos castanhos e olhos pretos. Wang Chun não era natural da reserva, ele tinha apenas 16 anos quando teve Haikuan. Wang Yin estava dando uma volta pela cidade quando o encontrou. O ômega estava encolhido em um beco escuro, protegendo o filhote com o corpo enquanto tremia de frio. Lobos desgarrados sofriam muito sozinhos. Era difícil obter qualquer ajuda dessa maneira. Ômegas que tinham filhos sem parceiro não eram bem vistos. A ômega imediatamente se compadeceu dos dois, e os levou para casa. Foi uma surpresa quando seu marido imediatamente ficou atraído pelo ômega. Ela teve sentimentos conflitantes no início, mas logo se passou, por que Chun se mostrou um irmão muito bom. Ele cuidava dela quando seu marido estava, e não estava. Yin era uma ômega muito sozinha antes de Chun. Os outros Ômegas da matilha tinham receio dela, ela era a esposa do chefe, não um bibelô. Chun não achava que ela era algo acima dele, e isso a deixou feliz. O emparelhamento foi natural, e o chefe Wang também se apaixonou pelo filhote muito rapidamente. Ninguém poderia dizer que Haikuan não era seu filho de sangue, também ninguém ousaria fazer algo insensato assim. Haikuan já tinha três anos quando Yibo nasceu. O filhote ficou muito feliz por ter um irmão, e desde então eles nunca mais se soltaram. Foi um alívio para Chun que Yibo amasse Haikuan com todo seu coração desde o início. Antes, o ômega frequentemente tinha pesadelos com os dias difíceis que teve sozinho com seu filhote, isso raramente ainda acontecia, então eles se preocupavam muito.

— Hm... Está tudo bem mesmo ? — Perguntou Yibo.

— Está sim filho. Vou voltar a dormir agora. Boa noite crianças.

— Boa noite mamã. — Eles disseram juntos, como era de costume.

Chun riu e balançou a cabeça. Essas crianças nunca perdiam essa mania.

A chuva começou a cair e Yibo riu, olhando para o irmão.

— Vê ?

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Xiao Zhan entrou em casa, tirando o casaco como uma cobra, ele largou a peça pelo chão, sem se importar com a organização. Ele pegou o homem amarrado e jogou dentro do armário o trancando com a chave.

— Droga ! Quase deixei ele me pegar ! Maldito cheiro ! Como eu pude deixar isso acontecer ? — Xiao Zhan praguejava aos quatro ventos, amaldiçoando a si mesmo e ao cheiro que quase estragou sua caçada. — Acalme-se Xiao Zhan. Acabou, já passou. Nunca mais !

Ele entrou no quarto, tirando o resto de suas roupas e entrou debaixo do chuveiro, ligando a água gelada. Ele precisava esfriar sua cabeça e corpo.

Xiao Zhan fechou os olhos e deixou a água escorrer por si mesmo. Ele respirou fundo e inalou, como se pudesse sentir novamente aquele cheiro amadeirado e refrescante que o atraiu como  mosquito em direção a luz.

[ EM HIATUS ] Lycan • Yizhan ! - ABO Onde histórias criam vida. Descubra agora