Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ - 10

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Foi como esperado. No dia seguinte, quando Yibo acordou, ele não encontrou seus pais na cozinha conversando como acontecia todos os dias. Haikuan estava lá, mas ele parecia mais interessado no prato de frango frito a sua frente. Por que ele estava comendo frango frito de café da manhã? Yibo pensou sobre isso, mas era Haikuan, então era ilógico buscar lógica das ações do mais velho. Haikuan olhou para o irmão quando ele desceu as escadas fazendo o mínimo de barulho possível.

— Bom dia... — Yibo disse.

— Boa tarde, Didi. — Haikuan disse com uma expressão divertida. — Pensei que você não ia se levantar hoje.

— Huh...? — Yibo se tornou confuso.

— São duas da tarde. — Haikuan disse simplesmente.

Agora Yibo se sentiu surpreso. Duas da tarde era demais. Ele não sabia que estava se sentindo tão cansado a ponto de dormir tanto. Talvez sua mente tivesse corrido ao invés disso, e ele não percebeu. De qualquer jeito, agora já era. Foi quando ele se lembrou de algo.

— Meu Deus... As-

— Yuchen já os levou para a escola. — Haikuan disse depois de engolir.

Não haviam escolas na reserva, então todos em idade escolar tinham que que ir juntos em um horário. Não era muito prático, no entanto também não haviam muitos, e eles poderiam estudar em casa se fosse o caso, mas houve um consenso de que seria mais do que adequado fazer com que os mais novos tivessem interação com pessoas de fora, então a tarefa de levá-los ficava com uma pessoa por vez. Yibo, como líder não estava isento disso, mas com toda a comoção recente, ele havia esquecido.

— Droga, eu esqueci totalmente...

— Eu vejo. — Haikuan deixou o prato vazio de lado. — Como você está?

— Bem... — Yibo se sentou a mesa. — Acho que tem acontecido muitas coisas ultimamente. Não estou acostumado.

— Também pudera. Tem muitas coisas com as quais precisamos lidar. Você vai atrás do seu Xiao Zhan hoje ?

— Ge. — Yibo olhou para irmão. — Não comece.

— O que? Foi só uma pergunta inocente.

E foi. Mas o meio sorriso de Haikuan dizia outra coisa.

— Sei. — Yibo apanhou a garrafa de café que estava em cima da mesa de madeira. — Mas sim, eu vou. Só que antes disso, preciso falar com He Peng.

Foi um milagre que He Peng ainda não tivesse dado as caras. O que era no mínimo suspeito. Se fosse em circunstâncias menores, ele já estaria nos limites do território Wang espumando pela boca. Por isso nenhum deles entendeu aquela demora. Para que a situação fosse resolvida sem maiores transtornos, Yibo pensou que deveria ir pessoalmente ver sobre isso.

— Você deve, mesmo. — Haikuan concordou distraidamente, pegando uma xícara cheia de café.

— Eu sei. — Yibo olhou para o lado de fora sem realmente ver. — Essa situação me incomoda. Se foi mesmo ele-

— O que? Vai deixá-lo e desistir sem saber da história toda? Você parecia mais determinado antes.

— Não, não é isso, eu estou. Mas... De todo jeito, aquilo foi assassinato, Haikuan.

Depois de toda a euforia inicial, a realidade dos fatos estava começando a pesar sobre Yibo. Agora que sua cabeça estava fria, a ideia de ter um predestinado tão incomum estava começando a gerar um conflito com a vida pacífica que ele tinha levado até agora.

— Sim. E você acha que aquele clã é cheio de flores que se cheirem? Naquele lugar bizarro? Eu sei que você é um cara muito bom, mas você não pode ser tão ingênuo, pode? — O olhar de Haikuan era um pouco mais duro que anteriormente. — Seja quais forem os motivos que ele tiver, você precisa ouvi-lo. Não adianta ficar fazendo suposições.

[ EM HIATUS ] Lycan • Yizhan ! - ABO Onde histórias criam vida. Descubra agora