Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ - 13

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— Caramba... — Zuocheng disse baixinho, ele estava consternado, seu tom e expressão sairam como um lamento desacreditado.

A lua nasce no céu quando eles o encontram, aos fundos de um estreito mal iluminado, Xiao Zhan e Zuocheng olharam entre a fenda escura, de onde o som saia, agora muito baixo, encolhido entre algumas raízes, os irmãos observaram a pequena figura encolhida no lugar frio e úmido, onde a parte que ainda estava intacta da árvore velha pouco fazia para proteger o menino do mal tempo.

Veja, Xiao Zhan não era algum tipo de herói sombrio ou algo do tipo, ele sempre foi um pensador excessivo que avaliava diligentemente todas as coisas que ele tinha que fazer e o que sairia disso, então ele não saía por aí salvando criancinhas em perigo, isso era mais o trabalho de Yubin, este que era definitivamente um anjo na terra, mas que não estava ali naquele momento. Foi por isso que Xiao Zhan não teve tempo de se sentir surpreso por estar fazendo aquilo.

Os olhos curiosos o encaravam enquanto  Xiao Zhan pensava no que fazer sobre isso, procurando possíveis ferimentos no menino, mas apesar da aparência claramente exausta ao extremo, o menino parecia bem a primeira vista. O que era estranho, por que de onde vinha o cheiro de sangue ?a

Xiao Zhan retirou a jaqueta de couro que antes ele julgava um tanto extravagante demais para o gosto geralmente um tanto simplório dele para roupas. Acontece que a jaqueta se mostrou muito útil enquanto ele envolvia o menino trêmulo com ela. Bendito seja o senso de moda agressivo de Ziyi.

— Hum... — Xiao Zhan exitou. Ele não sabia bem como deveria falar com uma criança, então Xiao Zhan se sentia um tanto perdido. — Olá ?

Não é comum. Aquela sensação e tão completamente nova e diferente de qualquer coisa que Xiao Zhan já sentiu. A criança levanta a cabeça que estava aninhada entre os joelhos, encolhido daquela forma, quando ele o vê, os grandes olhos castanhos do menino olham pra ele com uma curiosidade infantil e incompreendida.

Inicialmente, o menino não diz nada, apenas olha para Xiao Zhan com aqueles olhos insondáveis, como se quisesse reconhece-lo. O que é uma tolice, por que Xiao Zhan nunca viu aquele bebê em sua vida.

— Baba ?

O vampiro piscou uma, duas, três vezes. Ele olhou para Zuocheng como se dissesse “Eu ouvi bem ?” e Zuocheng na sua vez, com uma expressão igualmente surpresa acenou, dizendo que sim.

— Você é meu baba ? — Ele repete, mas Xiao Zhan ainda está um pouco estranho.

Vendo que seu irmão não ia funcionar ainda, Zuocheng decide falar com o menino, que até então, parecia prestar atenção apenas em seu irmão.

— E aí, amigo ? — Zuocheng sorriu, e disse o mais suavemente que pôde. Só assim o menino pareceu vê-lo, e lhe deu um olhar. — O que você faz aqui a essa hora ? Onde está sua mãe ?

— Mãe... Mãe A-Zheng não tem. — O menino dá de ombros e continua. — Yan-jiejie... Ela disse que eu tinha que esperar aqui, Yan-jiejie disse que meu baba vinha me buscar... — Ele responde, e novamente retorna a olhar para o vampiro petrificado. — eu vim ontem...

Muito tempo para uma criança ficar tão sozinha, foi uma sorte que ele estava basicamente ileso. Provavelmente algo aconteceu com essa, ou com esse suposto pai, para que ela e nem mesmo ele não tenha o apanhado como disse que faria. O pensamento de Xiao Zhan corre enquanto ele observa quieto. O menino tem cheiro de leite, mel e pinheiros, filhote de Lycan, Xiao Zhan pensa.

Olhando para o pequeno, um tipo de sentimento amargo e dolorosamente ardente surgiu das profundezas mais escuras da alma e arranhou fortemente o coração, fazendo Xiao Zhan curvar os ombros e abaixar a cabeça por um longo momento, experimentando uma onda de emoções antigas e esquecidas que ele não entendeu bem. Alguma coisa naquela situação era tão terrivelmente familiar, que Xiao Zhan precisou de algum esforço considerável para olhar para o menino.

[ EM HIATUS ] Lycan • Yizhan ! - ABO Onde histórias criam vida. Descubra agora