~ POV Jisung ~
Eu estava em casa, mas não sentia estar em um lar.
Uma casa, na verdade, é um quadrado com pessoas dentro, mas um lar é algo bem diferente.
Um lar é... Como posso explicar...? Estar em seu lar é um sentimento, é se sentir acolhido, é estar com pessoas que te fazem sentir bem, que te fazem sorrir...
Então eu estava em casa, mas aquele não era meu lar.
Se eu estivesse em meu lar, o certo seria eu estar sorrindo, ao lado de alguém que amo... Ou estou errado?
E, realmente, eu nunca me senti acolhido naquele lugar, nunca estive realmente em meu lar, mas algum dia quero estar.
Eu estava chorando muito. Tudo que eu queria era estar ao lado de Minho, meu gatinho.
Minha vontade era sair correndo como se não houvesse amanhã, como se nada fosse acontecer em minha vida, como se nem vida eu tivesse mais.
Mas ser obrigado a ficar longe de Minho era como perder meu coração, era um sentimento de solidão sem fim que me corroía cada vez mais, era uma vontade de simplesmente pular da janela, correr até ele e me jogar em seus braços, sem me preocupar com o resto.
Mas, assim como de tudo existente no mundo, eu tinha medo, medo de fugir. Eu tinha medo de tudo, até de mim mesmo.
Eu e Minho trocamos algumas mensagens e espero vê-lo na escola amanhã, não me importarei com os outros, vou correr até ele e me jogar em seus braços, como se não nos víssemos há anos.
Eu estava lá, em meu quarto, encolhido em minha cama, chorando como se houvessem duas cachoeiras no lugar de meus olhos.
E meus pais, que deveriam estar ao meu lado, me ajudando, fizeram o contrário. Me colocaram cada vez mais para baixo e apenas pioraram, me separaram de meu amor, de quem realmente se importa comigo, apenas por ser um garoto.
E eu simplesmente me encolhi num canto, como o grande covarde que sou.
Não comi, já que não tinha fome, não bebi nada, pois não tinha sede, tudo que conseguia era me lamentar, era como se minha vida estivesse completamente acabada.
- Ser feliz é crime? - perguntei para mim mesmo. - Por amar um garoto, eu sou um... Criminoso? Eu sou um pecador por querer o bem de alguém que amo? Eu não posso amar um menino por também ser um? Eu só quero respostas! Eu só quero entender!
Me levantei e comecei a andar em círculos em meu quarto, para tentar me acalmar, mas só piorou.
Era como se o tempo não passasse, era como se os ponteiros do relógio estivessem parados, eu estava preso naquela tortura infinita, isso estava me matando lentamente.
Havia uma voz na minha cabeça, eu sabia muito bem de quem era.
Você tem de aprender a ser homem!
Nós não te educamos direito, Jisung!?
Agora este viadinho aqui vai aprender a ser homem de verdade.
Eu chacoalhava a cabeça de um lado para o outro, mas aquela voz não queria se soltar de minha mente, eu tapava os ouvidos para não ouvi-la, mas estava dentro de minha cabeça, e ela era cada vez mais alta, até se tornar ensurdecedora.
Aquelas frases doloridas, as mais doloridas que já ouvi em minha vida, elas se repetiam em minha mente como um áudio em loop. Aquilo estava me deixando louco.
Eu chorava e ria ao mesmo tempo, de desespero, eu andava em círculos e procurava algo que pudesse me deixar inconsciente para que eu conseguisse voltar a ser o Jisung normal, calmo e frágil que todos conhecem.
Fui até o banheiro e lá eu encontrei um depilador jogado em cima da pia. Segurei a lâmina rente ao meu braço e deixei escorrer toda minha tristeza em forma de sangue, toda minha angústia, eu a vi descer por aquele ralo. Foi tudo o que consegui fazer, eu estava fora de mim.
A loucura, a tristeza e a culpa me consumiam e me controlavam, me deixando cada vez pior.
Foi quando descobri uma forma de liberar tudo isso, foi minha única saída.
~ NOTAS DA AUTORA ~
Tudo indo muito bem, a história bem feliz, como sempre...
Mas tudo tem um porquê, e esta história não é diferente.
Prometo que não vai acabar assim, gente, não se preocupem.
Até o próximo capítulo!
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Amor Proibido • Minsung
أدب الهواةMinho e Jisung agem como se nem se conhecessem, mas isso só vale quando estão perto de outras pessoas, pois eles escondem um segredo da qual ninguém sabe. O problema só começou a acontecer quando a mãe de Minho flagrou algo que não esperava... IMPOR...