17 • Polaroids

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Jisung subiu as escadas aliviado e apreensivo sem ao menos olhar para trás. Aliviado porque precisava processar tudo o que aconteceu minutos atrás, talvez foi o mais próximo que esteve de transar com alguém. Apreensivo porque não entendeu o motivo de MinHo não deixar Seo saber que estava lá; mudaria algo essa informação? Sabia que o policial ia desconfiar e provavelmente bolar uma teoria mirabolante com ambos, "Vocês são cúmplices portanto irão ser presos juntos", contudo, aquele motivo não parecia ser o principal para Lee. Ele pegou algo na mesa e segurou firmemente enquanto ia em direção à porta, provavelmente era uma arma, então ele quis receber um policial armado ou pensou ser outra pessoa? Nunca ia saber de qualquer forma.

Olhou para o corredor minimalista, ou melhor, vazio, e sentiu uma pequena pontada em seu peito; por ser em um azul claro e a luz posicionada bem no centro algumas partes não eram bem iluminadas então parecia um corredor macabro de um filme de terror ruim do anos 2000. Sentia uma sensação avassaladora de estar sendo observado, algo que não sentia nos últimos dias. Se era para ser pego, que fosse depois de vasculhar o que havia nessas 5 portas; 2 de cada lado, e uma que ficava no final do corredor, seu lado curioso e imprudente sempre falava mais alto.

Sentiu a garganta secar quando tocou sua mão na maçaneta gélida da primeira porta. Repensou bastante, "ninguém acharia legal a visita bisbilhotar sua casa", "o que ele fará comigo quando descobrir?", só que foi em frente e abriu, se decepcionando por ser um banheiro normal, nada demais, exceto por passar a vibe de homem solteiro; o cesto cheio de roupa, escova de cabelo, perfume e produtos de higiene em cima da bancada da pia, o toalha pendurada no box de vidro, aliás parecia que ele tinha tomado banho há pouco tempo, o box estava molhado e o banheiro cheirava a perfume amadeirado + shampoo Clearmen, o que fez Jisung pensar se ele gostava de futebol, "hétero demais, eca!".

O outro cômodo era um pequeno armazém com produtos de limpeza, fita silver tape, cordas, abraçadeiras de metal, ferramentas estranhamente brilhosas e limpas, alguns sacos com comprimidos que julgou ser veneno para ratos, inseticidas e amônia, aquele cubículo fedia a amônia e mofo, nojento! Em sua mente achou aquilo hilário, ele facilmente podia matar alguém ou manter em cativeiro com todas as ferramentas que tinha em sua disposição.

Se você for um assassino ou sequestrador é mais clichê do que imaginei, Lee. — Conentou Jisung debochando em baixo tom enquanto fechava aquele cômodo fedorento e arrepiante.

A terceira porta por maldição do destino não queria abrir, ou melhor, ser aberta, havia algo muito pesado impedindo a abertura. Com o pouquíssimo que conseguiu abrir, e espiar, o cômodo não possuía luz alguma e também cheirava a mofo, o que o fez questionar há quanto tempo não abria aquele cômodo e o porquê. Será que era ali que guardava suas artes? Cadáveres? Sala do sexo igual em 50 tons? Um altar para satã? Um quarto para seu refém? "Nunca ia saber".

A quarta porta, revelou-se o começo de muitas dúvidas e pequenas revelações.
O ambiente tinha uma decoração minimalista e agradável. Duas estantes de em paredes paralelas repletas de livros. Uma poltrona de couro clássica em frente há um pequeno sofá de couro preto com uma luminária de piso grande e estilo vintage — ali no geral cheirava a escritório de velho rico e vintage. Ao lado, bem encostado na parede tinha um cavalete com uma obra interminada — era um corpo masculino, curvilíneo e muito bonito, praticamente digno de um hentai barato, tipo os que Lino o mandou.

E mais adiante, de frente para a janela havia a mesa dele com uma cadeira bem confortável de frente para o computador. Por cima da mesa de madeira maciça escura, havia uma xícara com café frio provavelmente há horas ali, alguns papéis vazios, além de um porta-retrato com uma foto dele e de uma bela moça de fios negros, julgou ser Kim, sua ex-noiva. A pele clara, os fios longos e alinhados, a boca em formato de coração, as roupas de grife e toda uma elegância em sua postura e essência, ela com certeza não vinha de uma família qualquer, todos que a olhassem diria que era rica, muito rica. Isso fez com que ficasse cim uma pulga atrás da orelha porque significava que Lee também não era qualquer um. Por precaução e curiosidade, pegou seu celular e tirou foto com o foto bem centralizado naquela garota, ia descobrir quem era.
Aquela mesa possuía algumas gavetas, mais precisamente, 4 de cada lado. Engoliu a seco, não tinha tempo para vasculhar precisamente tudo aquilo.

Sweet Friend | hjs + lkwOnde histórias criam vida. Descubra agora