Sweet Friend | hjs + lkw

20 • Unmasking your nuances

"Desmascarando suas nuances"

 

‼️ Este capítulo contém cenas de cunho sexual explícito. Se é menor de idade ou não gosta desse tipo de conteúdo, sinalizei esta parte da história com este símbolo (⚠️) caso queira ler o capítulo sem esbarrar com este conteúdo.

 

 

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Depois da noite que passou com MinHo onde Jisung expôs sua vontade de exterminar da face da Terra o Sr. Yang (seu insuportável chefe), ele havia se tornado "seu cachorrinho", por onde ia Lee queria ir junto e todas as noites fazia questão de adorá-lo como um semideus — não negava que estava gostando dessa bajulação toda mas no fundo desconfiava do porquê. Apesar da doçura sufocante, muitas vezes ele parecia sombrio e assustador e naqueles momentos sentia vontade de fugir pois aqueles olhos estavam direcionados para si e pareciam exalar uma vontade mórbida de matar seu alvo, as vezes sentia que ele estava fingindo algo por tempo demais.

O clima na pensão havia se tornado estranho, Lee não falava com a mãe nem com Chan, eles passavam um pelo outro e nem um olhar pelo canto dos olhos eles trocavam entre si é como se tivessem decidido ignorar a existência de cada um, mas todos conversavam com Han mas em nenhum momento o tópico era sobre os outros. A pensão passou a ter um cheiro horrível de putrefação que era camuflado por amônia e cada vez mais os ambientes pareciam úmidos e mofados tanto que a Sra. Lee já havia fechado a pensão para novos inquilinos e muitas coisas estavam sendo guardadas em caixas de papelão.

A cena mais esquisita dentre aquelas duas semanas desde a noite onde confessou seus desejos doentis para MinHo, foi a de quando chegou mais cedo do trabalho — porque seu chefe havia o demitido quase no final do expediente, e por isso, trabalhou à toa e estava puto com a vida — e acabou entreouvindo uma conversa da velha com alguém no telefone.

— Você não entende, eu tenho que sair daqui o quanto antes, sem que ele saiba. Ele quer que a gente suma do mapa para que só sobre ele e o rapaz, vou ser morta e dada como desaparecida para sempre, podia levar meu filho mas é arriscado, ele já está muito ferido e é tarde demais... — Ela disse quase num sussurro e sua voz parecia abatida e sombria demais para ser falso, até mesmo seu timbre de voz soava natural como se aquela fosse a verdadeira Ji-ha, o sotaque de Daegu estava muito evidenciado, talvez fosse alguém de extrema confiança do outro lado da linha. — Irei voltar para aí, me espere. Ele não sabe dessa propriedade. Até o fim do mês que vem irei, se eu não for saberá quem foi.

Quando a ligação foi desligada correu o mais rápido possível de maneira silenciosa (o que não era muito) até seu quarto, onde abriu a porta — que estranhamente estava aberta — e a trancou, respirando aliviado em seguida. Tinha muito o que processar.

Aquela fala foi muito estranha. Ela era de Busan, então como tinha sotaque de Daegu? Quem seria o "ele" que desejava matá-la e dá-la como desaparecida? MinHo estava machucado? Era Bang que queria matar a Sra. Lee e o filho para que só sobrasse... Han sentiu seu cérebro dar um nó dolorido, nada fazia sentido ou, desejava que tudo isso fosse fruto de sua imaginação porque se recusava a aceitar a realidade.

Apoiou suas costas na porta e escorregou até o chão encarando qualquer ponto aleatório do chão enquanto ficava pensativo, "Tudo que aconteceu aqui até agora é normal porque é uma espelunca ou tem algo de errado de fato?". E um flashback de todas as cenas estranhas que presenciou desde que chegou na pensão passaram como um filme em sua cabeça; a sensação de estar sendo observado 24/7, coisas estarem mexidas, a garrafa atrás da porta um dia ter magicamente sumido (além dos dias que ela estava em posições diferentes de onde foi deixada), as vozes/sussurros especialmente a noite, os barulhos e gritos abafados no quarto andar, sua paranoia e instinto de sobrevivência terem se aflorado desde que se mudou para lá, o fato de todos os inquilinos terem sumido, as estranhas mortes de conhecidos, os pesadelos que pareciam reais, as paredes úmidas e descascando por toda a a pensão mas especialmente em seu quarto — se contasse tudo isso para alguém seria tachado de louco (ou sobrevivente).