Capítulo 33 - Dias em Portugal - Parte 3

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Capítulo 33 - Dias em Portugal - Parte 3


LAURA BIEL

Cavalgo com velocidade quando meus olhos acabam incomodados com a claridade do sol. Diminuo a intensidade e o cavalo passa a trotar comigo afim de nos distanciar um pouco da fazenda.

Dessa vez, eu estava sozinha e quando percebo estou próxima aquela casa a qual passei mal anteriormente. O rapaz que havia me ajudado no dia estava consertando algo na caminhonete e não percebeu a minha presença de prontidão. Quando ele sai debaixo do carro, limpa as mãos na própria calça jeans. Estava sem camisa e me sinto constrangida.

Ele me encara com curiosidade.

- Oi. - digo.

- Oi! - responde. - Precisa de alguma coisa?

- Na verdade, eu vim agradecer por me ajudar naquele dia. Eu não o vi mais pelas redondezas então como acabei passando por perto, achei que deveria agradecer. - respondo. - Obrigada.

Ele sorri.

- Disponha. - diz. - Esta melhor?

- Sim. - digo hesitante. - Talvez seja a mudança de horário e tempo. Leva um tempo para se acostumar.

- É. - da de ombros. - Talvez seja isso.

Ficamos em silêncio.

- Então, é isso. Tenha um bom dia. - me despeço.

- Você é da Itália? - pergunta.

Franzo o cenho.

- Você tem um pouco de sotaque. - esclarece vendo minha expressão confusa.

Pelo visto, a convivência em Sicília realmente me afetou drasticamente. Depois de tantos anos vivendo longe da Itália, cá estou com sotaque italiano.

- Sim. - digo. - Você é daqui?

- Sim. - diz. - Mas minha mãe é italiana.

- Já foi a Itália? - pergunto.

Ele fica em silêncio.

Sua expressão simpática muda drasticamente para irritada. Vejo suas mãos fecharem em punho e ele volta-se para sua caminhonete.

- Tenho coisas a fazer. - diz. - Tenha um bom dia!

Engulo em seco. Era um rapaz muito estranho!

Apenas aceno com a cabeça e cavalgo pela estrada indo em direção a fazenda, que era um tanto afastada dali. Cercada por arames e gado, não demora mais do que vinte minutos para chegar.

E dessa vez sou surpreendida pelo carro preto na entrada da fazenda. Era o carro de Don Massimo.

Instintivamente, recuo com o cavalo e sinto um frio na espinha. Na soleira da porta de entrada estava James. Tento ver se por detrás dele surgiria o Torricelli, mas ao que parece ainda não.

James estava sério eme observou de cima embaixo.

Quase levo um susto ao ver alguém aparecer atrás dele, mas era Olga.

Sigo com o cavalo para perto da entrada e desço com calma indo cumprimenta-lo.

- James. - digo.

- Laura. - corresponde.

Ficamos num silêncio desconfortável até que Olga nos interrompe. Ela da um pigarro e o abraça por trás.

- James veio se certificar de que estamos vivas. - diz.

De Caso Com Meu RivalOnde histórias criam vida. Descubra agora