Capítulo 27 - Despedida

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Capítulo 27 - Despedida


DON MASSIMO

Como em minhas lembranças antigas, Portugal sempre me trazia os melhores dias. A presença de Laura por aqui tem acrescentado muito mais valor aos meus dias. Tem sido meu refúgio e apoio nos dias de luto que se seguiram.

Claro que por mais ausente que estivessemos da Italia, eu saberia o que vinha acontecendo durante esses dias em que estamos em Portugal. Meu tio tem dado todo o suporte, mas tem coisas que somente eu conseguiria resolver. Até porque nem tudo ele conseguiria lidar, por isso meu pai tinha sido o escolhido para representar os Torriceli e não seu irmão ao qual não lutou por isso. Não o julgo pois sei o inferno que é viver sendo a principal peça desse jogo.

Laura vinha não se sentindo tão bem ja tinha uns três dias e se recusava que um médico viesse consulta-la pessoalmente na fazenda. Acabo respeitando seu pedido mesmo que contrariasse as minhas opiniões. Vinhamos transando frequentemente, mais do que o normal, e talvez ela estivesse entrando em período menstrual. Geralmente, costumava ficar mais fechada.

Em respeito a seu desconforto matinal, a deixo de repouso no quarto enquanto ando a cavalo.

Cavalgo tão inerte em meus pensamentos que não percebo de imediato onde tinha ido parar. Ao longe, havia uma cabana a qual eu já conhecia e não pude deixar de trincar o maxilar devido a tensão que cai em meus ombros.

Na porta, comendo alguma fruta, esta meu irmão. 

Devido a sua irresponsabilidade e negação de meu pai, Matteo vivia em Portugal numa cabana que minha mãe havia deixado para ele. Mesmo pequena não lhe faltava nada e por sua livre escolha vivia dos frutos de seu trabalho.

Com a blusa suja por o que quer que fosse, ele sorri em pura ironia ao notar a minha presença em suas terras. Ele prontamente me identifica e abre os braços.

- Não creio no que meus olhos veem. - diz.

Fico em silêncio e apenas o observo.

- Don Massimo Torricelli. - diz.

Seguro a alça de meu cavalo e dou-lhe as costas.

- Perdido, irmãozinho? - pergunta.

Paro o cavalo e respiro fundo.

- Matteo. - digo.

- Quer entrar? - pergunta.

- Não. - respondo. - Não imaginei que ainda vivesse por aqui.


Da de ombros.

- Minha vida é aqui. - diz. - Escondido da minha amada família. Soube de seu pai... - suspira. - agora entendo o motivo de ter vindo. Deve estar sendo difícil assim como foi para mim ter perdido nossa mãe.


Minhas mãos formigavam de nervoso.

- Esta na fazenda a passeio? - pergunta. - Posso fazer uma visita qualquer hora e tomarmos um vinho. Você deve ter grandes histórias a contar.

- Você é proibido de se aproximar das minhas terras. - respondo. - Não atreva-se me perturbar. Não somos grandes amigos.

- Claro... - diz. - Os Torricelli sempre deixaram isso claro pra mim "o bastardo".


Dou de ombros.

- Passar bem. - digo e vou embora.

De Caso Com Meu RivalOnde histórias criam vida. Descubra agora