Capítulo Sete.

460 34 9
                                    

Por incrível que pareça, tudo correu bem. Eu consegui fazer a minha entrevista de forma tranquila e muito profissional, e a primeira pessoa que eu comuniquei quando isso aconteceu, foi Richarlinson.

Agora já havia passado algumas horas, e o estádio estava em um completo escuro, passando o show de início do jogo mais esperado do dia, Brasil e Sérvia.

Nenhum dos garotos havia me respondido naquela manhã, o que me fez pensar que talvez eles estivessem nervosos, já que hoje o Tite comunicou que os jogadores não iriam treinar até a hora do jogo.

Eu não estava na arquibancada, já que fazia parte de um grupo de jornalistas nacionais, que cobriam todas as informações da copa no Brasil, o que me rendeu um lugar especial e bem perto do campo.

Eu vestia a camisa do Brasil com o número do Vini, demonstrando apoio a um dos melhores jogadores da seleção, e bom, o meu melhor amigo.

- Ah, estou nervosa! - Isa gritava devido o barulho no estádio.

- Eu também! - Respondo, não tirando o olho do gramado.

Os jogadores já tinham entrado, e logo em seguida começou o hino das duas nações.

Após a cantoria, consigo cumprimentar alguns jogadores que estão no banco de reserva, já que onde eu estava, me dava uma visão bem nítida de cada um deles.

O jogo em fim começou, e depois disso, eu não respondi mais por mim.

A partida no primeiro tempo foi difícil, sofrida. Eu conseguia ver a tensão dos jogadores, e mesmo o primeiro jogo não importando muito para a decisão das classificações seguintes, aquilo era muito bom para a seleção brasileira, pois querendo ou não, ganhar o primeiro jogo sempre lhe faz ter um incentivo e uma confiança maior para continuar.

Eu conseguia observar meu pai gritando as instruções para os meninos logo que o segundo tempo virou, mas também vi o brilho de alguns jogadores que entraram no último minuto, com a sua primeira estréia em uma copa do mundo, como por exemplo, Rodrygo.

- Não é possível que isso vai ficar zero á zero! É a Sérvia, porra! - Eu berrava, sem me importar com a torcida do outro país ao meu lado.

Eu conseguia ouvir alguns comentários que Casimiro fazia, algo sobre a defesa estar impecável, mas não consegui prestar atenção em nada quando a bola finalmente chega na rede.

Eu grito, comemoro e pulo juntamente com a Isa, e não me aguento quando vem outro logo em seguida.

Um voleio.

Dois gols consecutivos do Richarlinson, dois gols lindos!

Consigo lembrar do treino de ontem que eu "sem querer" invadi, e a memória esclarece quando consigo visualizar Richarlinson treinando exatamente o mesmo gol que ele fizera há alguns minutos.

Eu não consigo sentir algo mais que felicidade e orgulho, e quando o país vitorioso aparece nos telões do estádio, junto com o apito de encerramento de jogo do juiz, eu posso finalmente respirar.

Quando eles voltam para o vestiário, tento ir atrás, mas sou segurada pela Isa.

- Você não pode ir, Clarinha, os seguranças vão te barrar.

- Mas eu preciso falar com o Richarlinson! - Exclamo, como uma criança mimada.

- Eu sei, eu sei! Mas precisa esperar, todos nós queremos falar com ele. - Eu aceno, descontente.

Depois disso, o trabalho que eu mais amo em toda a minha curta vida, se torna insuportável. Isa e Defante pegavam uma fila enorme para tentar entrevistar um dos jogadores, e eu ainda nem havia parabenizado os garotos.

What If - Richarlinson.Onde histórias criam vida. Descubra agora