Capítulo Onze.

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- E como faz isso? - Ele me perguntava enquanto eu escovava os dentes naquela manhã.

- É igual o que temos, a diferença é que vamos ficar de forma mais...íntima.

- Eu vou foder você?

- Richarlinson! - Eu engasgo com a espuma da pasta de dente, rindo.

- O que eu fiz?!

- Nasceu! - Eu me acalmo da minha risada, voltando para o quarto e me trocando.

- Eu vou poder fazer um pedido de namoro? - Ele pergunta.

- Claro, mas por enquanto não.

- Por quê?

- Leve isso como um teste. Nós vamos fazer uma experiência pré namoro, se der certo, nós prosseguimos, se der errado, não gastamos dinheiro com aliança. - Me sento na cama, colocando os sapatos.

- Mas não vai dar errado, eu sou um bom namorado. - Ele se defende.

- Então vai ser fácil para você. - Sorrio, me levantando e pegando minha bolsa.

- Já vai? - Richarlinson pergunta quando estou próxima da porta.

- Já. Hoje você vai ter o melhor jogo da sua vida, vai arregaçar a Coreia e vai fazer mais um gol incrível.

- Mas é contra o Son.

- Sim, mas se você perder para fazer ele ganhar, automaticamente países como a Argentina podem chegar a final, e você não quer isso, né?

Querem uma dica de como motivar um jogador? Ameace ele com argentinos, ou apenas mostre o 7-1.

- Não! - Ele responde convicto.

- Então, bom jogo.

Quando estava passando pela porta, pronta para ir para o meu trabalho, o qual hoje seria documentar sobre o jogo de mais tarde, sinto Richarlinson me puxar levemente.

- Acho que namorados se despedem um beijo, e isso é uma simulação, né?

- Sim, isso é uma simulação. - Dou um selinho demorado nele, e me despeço. - Até mais tarde.

- Não se esqueça de comer!

- Não roube nada do clube! - Grito do corredor, ouvindo ele rir.

Enquanto eu chegava no meu trabalho, conversando com Carlos, o motorista, durante o trajeto sinto meu celular vibrar com algumas mensagens de Vini.

O carro para na frente do estádio, o que não me rende tempo de ao menos ler as mensagens. Saio do veículo e sigo para dentro do local.

- Eai, Clarinha! - Defante me cumprimenta ao entrar.

- Finalmente está por aqui! Já estava achando que estava preso. - Respondo, o abraçando.

- E ele quase foi, Clara. - Ouço cazé pelo computador, que falava por uma chamada, como sempre.

Começo a separar as coisas no estúdio, para depois começar uma reportagem, a qual passaria no globo esporte na manhã de hoje no Brasil.

Desde a semana a qual eu havia chegado, meu progresso profissional foi insano. Eu consegui enxergar porque aquela oportunidade tinha batido em minha porta tão repentinamente.

A minha vida estava ótima em todos os aspectos, profissional, amoroso, exceto pelo familiar. Mas como Vini me dizia, família é quem está com você em todos os momentos, e dividir um sobrenome não é sinônimo de uma relação eterna.

Durante toda a minha vida, sempre havia tido medo de ter filhos e criar a próxima geração da minha família, pois eu tinha receio de ser uma mãe como o meu pai havia sido para mim. Eu não quero que meu filho me enxergue como um banco, onde ele apenas pede o que precisa, não existindo amor ou contato algum.

What If - Richarlinson.Onde histórias criam vida. Descubra agora