Capítulo Quinze.

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- Estou ansioso. - Richarlinson fala, enquanto dá pulinhos, já vestindo a camisa da seleção.

Daqui algumas horas começaria o jogo Croácia e Brasil, onde todos os jogadores entrariam em campo, e o Brasil todo enfim saberia se iríamos para a semifinal da Copa Do Mundo.

Desde que as oitavas haviam começado, os jogadores ficavam cada vez mais nervosos, o que afetava em seus respectivos sonos. Hoje foi a vez de Richarlinson.

Eu dormia tranquilamente essa noite, um pouco apreensiva para o futuro jogo, mas ao mesmo tempo, muito confiante. De repente, senti alguém me chamar bem baixinho e logo acordei.

Richi reclamou de não estar conseguindo dormir, falava rapidamente e suas mãos suavam. Ele estava com medo.

As plenas três da manhã, eu resolvi aplicar uma solução que normalmente funcionava comigo em algum momento de estresse. Ofereci a ele o joguinho no celular.

Ele jogou por uns dez minutos o Subway Surfers, mas quando bateu pela terceira vez em um caminhão, começou a ficar nervoso novamente.

Foi aí que eu tive uma ideia mais clara, logo depois de lembrar o que eu havia feito com o Benício perto do seu primeiro dia de aula.

Coloquei Titans na televisão.

Cinco minutos depois ele dormiu, tranquilo.

- Vai dar tudo certo, amor. - Coloco a camisa do Brasil, dessa vez a número 9, o homenageando.

- Eu quero muito isso. - Ele suspira pesado. Se apoiava na parede do quarto, esperando eu me arrumar.

- Vamos fazer assim, se tudo der errado, eu pego aquele Golden chamado Thomas que nós tínhamos planejado, tudo bem? - Pergunto, o vendo dar um grande sorriso.

- Sabe que vai ter que me dar o Thomas de qualquer jeito, né? - Pombo pergunta rindo.

- Não custa tentar. - Ele me rouba um beijo, e damos uma enrolada até saímos.

Fiz questão de deixá-lo junto com toda a seleção no estacionamento do hotel, onde o ônibus estava.

Desejei boa sorte para todos os garotos, e conversei em particular com Antony, Richarlinson e Vini.

- Sei que estão enlouquecendo de ansiedade, sei que querem muito isso e também sei que vão jogar até o último minuto para conseguir. Quero que saibam que vocês são capazes de tudo, e que nada disso prova o tamanho do potencial de vocês. - Eu começo a falar, e fico com um aperto no coração quando ao menos Antony me zoa. Eles estavam muito nervosos. - O que tiver que ser, será. Independente do que acontecer naquele estádio hoje, eu irei dar todo o suporte que eu possa dar a vocês.

Eu os abraço forte, os desejando boa sorte e um bom caminho até o estádio.

- Odiei sua camisa. - Antony reclama, com a voz abafada por estar me abraçando.

- Estava demorando. - Dou risada e me despeço.

Todos entram no ônibus, exceto Richarlinson, que volta antes de subir todas as escadinhas.

Ele não fala nada, apenas me abraça, colocando todo o seu rosto escondido no meu pescoço, e seus braços apertando firmemente meu corpo.

Ficamos assim por alguns minutos, e enfim ele me beija.

Prometo estar com ele em qualquer resultado que seja o jogo de hoje, fazendo ele subir no ônibus de forma mais tranquila.

Partindo de lá, vou direto para o estádio.

Diferente dos outros jogos que eu estava acostumada a documentar, esse estava mexendo comigo. Talvez fosse por conta da noite mal dormida, ou até mesmo do nervosismo do próprio Richarlinson, mas eu estava preocupada.

What If - Richarlinson.Onde histórias criam vida. Descubra agora