Emboscada

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Sasuke Uchiha

– Melhor? – Vou em cima do Rei segurando a gola de seu traje. – Era o meu filho, porra!

– E ela é a minha mulher! – Naruto afirma sem nem mesmo mudar sua expressão. – Me solte, General. Ou haverá mais uma morte.

Sakura fica entre nós dois e coloca uma de suas mãos no meu ombro, enquanto isso Hinata continua chorando baixo, é agonizante escutar sua dor.

Solto Naruto, não só porque ele mandou, mas porque o respeito, ele é meu Rei. Não posso perder a cabeça de tal forma.

– Saim daqui. – A voz de Hinata saiu baixa mas com uma tonalidade amarga. Nós a olhamos ao mesmo tempo, ela está destruída por dentro e por fora, ainda com o bebê nos braços.

Eu dou um passo em sua direção, e ela nega, levantando uma mão em um gesto de pausa e eu paro.

– Eu mandei sair, General. – São palavras difíceis, porque ela me trata como se eu fosse apenas um homem que ocupa um cargo, e não o homem que ela sempre disse que amou. Eu não concordo, mas respeito sua decisão, não estou sentindo o mesmo que ela, estou sofrendo também, entretanto, sei que ela sofre muito mais.

Naruto vira as costas sem dizer uma palavra, e quando ele sai do quarto, deixa a porta aberta, há muitas pessoas lá fora, curiosos. Sua voz grossa pode ser ouvida de longe, ela é imponente e forte.

– Cancele qualquer comemoração. – Em meio às falas dele, Sakura tenta acalmar Hinata que ainda chora com angústia. – Fechem o castelo. – O fechamento das portas significa o luto.



A cerimônia privada em frente ao lago é uma das coisas mais tristes que já presenciei. Há uma pequena estrutura de madeira na beira d'água, nela está meu filho, o pequenino tem algumas flores a sua volta, mas também tem pequenos graveto embaixo que, vão facilitar quando precisar incendiar a estrutura.

Hinata se mantém ajoelhada no chão, totalmente devastada, ela veste um vestido preto que cobre todo seu corpo. Seus filhos, Himawari e Boruto, estão ao lado de Naruto chorando desde a hora que chegamos. Sarada está de mãos dadas comigo, a pequena aperta ela a cada vez que Boruto chora alto que, acontece em curtos espaços de tempo, sei que eles estavam empolgados com a vinda do pequeno, Hinata me contava nas cartas que trocamos.

Sarada sente a dor de Boruto, pois eles vivem brincando e aprontando para cima e para baixo juntos, a ligação deles é algo admirável e me lembra muito quando Naruto e eu éramos crianças, quando ele estava triste eu também estava, quando eu estava ele estava.

Sakura está ao lado de Hinata, acariciando suas costas enquanto ela chora silenciosamente, é agoniante a situação, meu peito se aperta a cada minuto, queria poder abraçar Hinata e confortar ela, mas as circunstâncias e os fatos de que ela não olha para a minha cara há quatro dias, me impede de qualquer aproximação.

A cerimônia precisou de uma preparação especial e por esse motivo demorou tanto para ser realizada. Quatro malditos dias de tortura.

Perdi a conta de quantas vezes tive que escutar Sakura me crucificando por eu ter engravidado Hinata, que os Deuses haviam se enfurecido, e pois esse motivo eles não permitiram que a criança viesse com vida, um comentário infeliz, no entanto, ela tinha razão.

O sacerdote termina de fazer o último pedido aos deuses, eu particularmente não escuto uma só palavra do que ele diz, apenas observo quando Hinata se inclina para frente e sela os lábios na face do bebê como o último adeus. Ela está com uma afeição amargurada no rosto balançando a cabeça a todo o momento. Esse com certeza é um grande pesadelo, minha amada faz questão de empurrar o pequeno barco para dentro da água, a correnteza o leva vagarosamente mais para dentro do lago.

Minha Soberana  +18Onde histórias criam vida. Descubra agora