capítulo 36

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Já era o dia da tão esperada terapia, mas antes a Dra. Daniela F pediu uma sessão individual com cada um pra conhecer o lado de todos e depois realmente começar a enfrentar os problemas dessa família.
E chegou nas seguintes conclusões:

O Jason está com medo de tudo isso, mas não medo de entrar novamente em uma relação abusiva com os pais e sim de se decepcionar, ele está com medo de acreditar que os Mikaelsons estão arrependidos, se entregar e acabar quebrando a cara.

A Hope apesar do que todos os Originais pensam não teve a infância perfeita, ela cresceu com medo de falhar e esse medo ainda há acompanha, ela sempre teve medo de fazer algo errado e ser tratada como o irmão e depois que o Jason foi embora isso só piorou e ela ficou com muito medo da sua família também a esquecer.

O Jason nunca enxergou uma mãe na Hayley e isso graças a total negligência da parte da híbrida. Diferente do Klaus que o Tri-hibrido vê como um péssimo pai pra ele, a Híbrida é a mãe da Hope, não dele.

Hoje na tão esperada terapia em família a Daniela começou com uma pergunta ao Jason.

DANIELA: De 0 a 10 o quão estranho foi começar a chamar seus pais biológicos pelo nome?

O Tri-hibrido soltou uma risada anasalada e respondeu

JASON: Eu sempre chamei eles pelo nome. Então 0?

A doutora parou por minuto então perguntou ao Klaus

DANIELA: Com quantos anos ele começou a chamar vcs pelo nome?
Diz enquanto anotava um asterisco na pergunta em caderno.

KLAUS: Ele sempre nos chamou pelo nome.
Diz simples e a doutora anota a resposta.

DANIELA: Isso nunca incomodou vcs?
Perguntou dessa vez pra todos.

HAYLEY: Eu nunca prestei atenção nisso...
Diz tentando lembrar do Jason a chamando de Hayley ou mãe, mas foi difícil lembrar de uma única conversa com o filho.

JASON: Pra mim sempre foi normal.
Diz dando de ombro.

HOPE: Eu nunca entendi.
Fala sincera.

KLAUS: Nunca me incomodei.
Responde e fica confuso com isso, ele sempre achou falta de educação quando os filhos dos outros faziam isso, mas parecia estranho o Jason o chamar de pai.

JASON: Mas um taco de lacrosse...
Diz como quem não quer nada.

KLAUS: Vc sabe muito bem o porquê.
Responde seco. Essa história ainda o extressava muito.

DANIELA: Vcs se incomodam de me falar o motivo?
Pergunta passando as páginas do caderno pra uma limpa.

KLAUS: O Jason acabou com o dia da Hope, de propósito, fez ela chorar e desistir de ser líder de torcida, que era o sonho dela e que ela era ótima.
Explica por cima.

JASON: Eu fiz ela desistir? Eu?—Pergunta irritado. E completa— Não foi nada disso.
Fala pra Doutora e quando iria contar a história é interrompido pela Hayley.

HAYLEY: Foi exatamente isso. Sua irmã estava radiante, super animada que conseguiu entrar no time e na primeira apresentação vc arruinou tudo.
Fala também se irritando com a lembrança.

DANIELA: Vamos deixar o Jason contar o seu lado da história.
Diz e aponta pro Tri-hibrido que logo aproveitou a deixa, ele nunca tinha falado isso pra ninguém, mas ele estava louco pra desengasgar essa história.

JASON: Eu tinha 10 anos e era a primeira temporada de lacrosse que eu jogava como titular, nosso time estava imbatível, literalmente, éramos invictos, eu sempre chamava a minha "família" pra ir me assistir, mas eles "tinham mais o que fazer do que ficar vendo crianças atrás de uma bola"— Ele para e respira fundo, a próxima parte machucou muito e ainda doía lembrar— Era a grande final, a primeira vez em 15 anos que tínhamos chance de ganhar o campeonato, só que dessa vez eu nem precisei chamar a minha família, no jantar que eu faria isso, eles estavam falando que era um jogo importante e que não perderiam por nada— Mas uma pausa e então ele continuou sem olhar pra ninguém— Então eu comecei a me dedicar 3 vezes mais, seria o primeiro jogo que eles assistiram e pra mim, o jogo não era mais importante por conta do campeonato e sim porque eles me assistiriam. No grande dia, eu estava uma pilha de nervos, mas eu consegui me concentrar, eu não poderia falhar e se eu fosse mal e eles nunca mais voltassem pra um jogo?— Ele revirou o olho, soltou um sorriso cheio de sarcasmo e então continou— Eu não poderia deixar isso acontecer, então eu fui em todas as bolas, não perdi a chance de um gol, nós ganhamos de lavada e eu fui a estrela do time. Ganhamos a medalha e quando eu consegui sair da multidão que me parabenizaram pra encontrar a minha "família", não tinha mais ninguém ali. Eu fiquei decepcionado ali, mas respirei fundo e falei:"eu devo ter demorado muito com o pessoal, eles devem estar me esperando em casa". Fui pro vestiário, tomei o banho mais rápido da minha vida, peguei as minhas coisas e fui pra casa correndo, quando cheguei o Klaus realmente estava me esperando, com uma vara e ódio no olhar. Só ali eu descobri que eles não foram me assistir, eles foram ver a Hope. E pra surpresa deles, em um jogo de lacrosse, o jogador de lacrosse chamou mais atenção do que a líder de torcida— solta mais um riso de escárnio e completa— Enfim, eu apanhei, o Klaus quebrou o meu taco, me tirou do time e me proibiu de jogar o esporte que eu amava, hoje em dia eu não consigo mais jogar, sem lembrar dele me batendo e gritando.

o filho de klausOnde histórias criam vida. Descubra agora