Capítulo 2 - Caçando a presa

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Eu estava em minha sala do escritório, imerso em meus projetos de arquitetura e tentando não me lembrar da zona que a minha vida tinha se tornado, quando Sarah entrou rapidamente. Ela parecia ansiosa e animada.

— Aconteceu alguma coisa? — mirei minhas vistas em suas mãos, notando que carregava consigo algumas folhas. Na verdade, pareciam fotos.

— Sim, aconteceu! — Seu entusiasmo me deixava seriamente temeroso. — Você tem três pretendentes a marido às avessas! — Quê? Mas, já? Em somente uma manhã ela conseguiu fazer todas as buscas? — Tudo bem que eles ainda não sabem que são seus pretendentes — soltou uma pequena risadinha. — Mas, você já tem um encontro marcado para amanhã!

— Sério? — arregalei os olhos, claramente em choque.

— Ora, você não queria que eu fosse rápida? — ergueu as sobrancelhas para mim de maneira sugestiva. Ela estava mais do que certa. Era melhor assim. Talvez, a rapidez dos fatos também me fizesse não ficar com tanto peso na consciência pela loucura estávamos planejando. — Eu tomei a liberdade de imprimir fotos dos três e vim aqui te mostrar. Veja! — aproximou-se de mim e colocou as várias fotos em cima de minha mesa. — Eu escolhi três homens com características diferentes. Um mais bonito que o ou...

— Espera, Sarah — a interrompi antes que pudesse completar a frase. — Quais foram os critérios que você usou para escolher?

Eu não queria apenas beleza. Eu queria um cara que, pelas descrições, pudesse dar entender que seria capaz de topar.

— Primeiro de tudo, a beleza, como você mesmo pediu. Segundo, consultei os valores que eles cobram para um encontro e vi que os preços destes três são razoavelmente em conta. Então, eu pensei que, se para um encontro o preço é razoavelmente bom, para um casamento... — soltou uma pequena risadinha. — Talvez também seja. Terceiro, perguntei a orientação sexual. O moreno é bissexual, já o loiro e o ruivo são gays. Quarto, último e mais importante, foi que esses são os únicos, que me disseram que aceitam ser acompanhantes por tempo prolongado. Eu sei que quando eles dizem "por tempo prolongado", eles, logicamente, não estão se referindo a um casamento de fachada... — riu sutilmente, mais uma vez. — Mas, não custa tentar.

— Sarah, para de tirar onda com a situação. Isso é sério! — me remexi inquieto na cadeira. — E custa sim, já que terei de pagar por estes três encontros — suspirei em desânimo. Eu já começava a sentir o peso das minhas decisões, nos meus bolsos.

— É por uma boa causa, Elli... Uma causa não tão justa aos olhares das autoridades americanas, mas, ainda assim, é uma boa causa. Agora, observe bem esses homens maravilhosos — e apontou para as fotos espalhadas em cima da mesa.

Mirei meu olhar em todo o material, analisando milimetricamente cada um deles. Um loiro, um moreno e um ruivo. Todos em boa forma. Eu não podia negar... Eram atraentes. Mas... O que pensariam da minha proposta? Aceitariam fazer um contrato daquele tipo?

Senti meu couro cabeludo pinicar e minha barriga dar voltas.

— Com qual desses eu vou me encontrar amanhã?

— Esse aqui — Sarah apontou para a foto do moreno. — Os outros dois, você vai encontrar depois de amanhã. O ruivo no almoço e o loiro no jantar. Marquei para o mesmo dia. Assim, ganhamos tempo na escolha.

Todos haviam, de fato, me chamado atenção, afinal, não era todos os dias que eu via fotos de homens tão bonitos. No entanto, eu não sabia explicar o porquê, nem o que me aconteceu, mas o moreno tinha algo diferente, um aspecto que o diferenciava dos demais. Não que eu estivesse interessado, óbvio que não. Ele só tinha algo diferente.

Marido às AvessasOnde histórias criam vida. Descubra agora