17.

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Aquelas palavras eram como uma tortura para mim "Noah nunca vai deixar de ir atrás de você". Eu sabia que estava condenada desde o primeiro dia que vi ele, mas talvez não soubesse de todo. Estava destinada a viver condicionada, por Noah ainda estar por aí.

Pego o cartão que Bianca deixou, na qual continha um número de alguém que poderá me ajudar nisso. Pensava se seria a melhor opção, "mudar de país e começar uma nova vida". Antes de ligar para esse número, marquei o de Giulia e ao segundo toque a mesma atende. Com uma voz de sono.

— Quem fala? — Ela pergunta.

— Giulia, sou eu, Sina.

— Si? Você está bem? Onde você está? Me diz, eu vou até aí com Luca.

— Estou bem agora, estou em um hotel onde ele não consegue me achar. Liguei para você para dizer justamente isso, eu estou bem, você não imagina como estou morrendo de saudades suas. As coisas vão melhorar para nós e tão logo que eu voltar, serão apenas momentos de glória. — Falo sentindo um aperto no coração.

— O que você está falando, Si? Como assim voltar? Você não está em Londres?

— Estou! Mas muito em breve não estarei mais.

— Não entendo, Si. Porquê você tem que ir? — Ela pergunta.

— É necessário. Até tudo se resolver.

— Por favor, Si, não vá sem antes eu saber que você está bem mesmo. Não sei onde você está, mas pode vir até minha casa?!

— É perigoso, Giu.

— Tudo bem, eu peço para Luca ir pegar você. Me diz qual é o hotel?

                                                                                    ...                                                                                                                                                                                            06:10 PM 

Giulia já sabia de tudo e não parava de chorar com isso. Eu não tinha mais lágrimas, apenas a dor em meu peito ao lembrar de alguém que eu jamais esquecerei...meu filho.

— Quando você pensa em ir, Si? — Emma pergunta.

— É só eu ligar para esse número e no mesmo dia vou embora.

— Merda! Se eu achar esse desgraçado, farei ele pagar bem caro — Diz Luca.

— Não, Luca. Não faça nada, Noah pode ser perigoso, acredita em mim. Ele tira sua vida sem piedade, seu olhar é repleto de vazio.

— Eu espero que tudo melhore para você — Diz Emma — Sua felicidade é a minha.

— Obrigada, Ma— Dou um sorriso.

— Como eu tive saudades desse sorriso, e já que estamos aqui todos e aproveitando que é o último dia de Si, provavelmente, vocês querem beber alguma coisa? — Diz Emma fazendo todos gargalhar.

Toda a noite foi assim, conversas e bebidas. Eu não tinha mais controle de nada, era como se eu afogasse todas as minhas mágoas na bebida. Ria de coisas sem sentido, dançava até mesmo quando não tinha música. Eu tinha saudades de momentos assim, mas devo aceitar que a minha vida não é mais a mesma.

Saio de casa, parando em frente da mesma, aproveitando que todos estavam distraídos para apanhar um ar. A noite estava calma e serena. Em pensar que eu não soube o que é natal esse ano. Noah conseguiu tirar tudo de mim, mas agora eu não conseguia o odiar.

— Si — Ouço uma voz me chamar. Olhei para os lados mas não estava ninguém. Minha cabeça rodava, talvez seja esse o efeito da bebida — Meu amor, olha para mim. A voz ficava cada vez mais próximo e me chamando vezes sem conta. Olhava sempre para os lados e já chorando, puxo meus cabelos irritada e com uma vontade enorme de gritar.

— Si — Alguém pega em meus braços. Me debatia para tentar me soltar, foi quando olhei em seu rosto.

— Noah? — Falo sem acreditar. Um sorriso assustador estampado em seu rosto.— Você nunca estará livre de mim. Nem que eu tenha que morrer, eu vou te seguir sempre, Si — Ele gargalha me assustando.

— Me solta — Continuo me debatendo. Quanto mais eu sofresse, mais ele ria — Você é um desgraçado.

— SINA — Alguém grita em meu ouvido me fazendo acordar de meu transe. Olhei para Luca assustada e lágrimas não paravam de escorrer — O que você está fazendo aqui?

— E-eu vi...ele estava aqui, parecia tão real.

— Si você estava há 2 minutos aí de pé e olhando para o nada, e agora você está chorando. Está tudo bem?

— Não sei, Luca — Abracei ele — Estou com medo.

— Tudo vai dar certo, não se preocupe. É o que você merece, ser feliz.

𝗉𝗌𝗒𝖼𝗁𝗈 ☆ noartOnde histórias criam vida. Descubra agora