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                                                                                    pov                                                                                                                                                                                          Noah Urrea

Não acredito que Si escondeu isso de mim. Eu tenho uma filha e que merece conhecer seu pai. Hoje mesmo começaria tratando de todos os documentos para ter a guarda da mesma. Paola saiu finalmente do hospital, passados 3 dias em que tudo aconteceu. Nada mudou entre nós, o que me impressionava sua calmaria sendo que ela acabou de perder um filho.

— Senhor? — Um de meus funcionários entra em minha sala — Acaba de chegar esse documento para o senhor.

— Obrigado — Recebo o envelope branco de suas mãos e o mesmo assente e sai da sala.

Soube logo que era o documento da guarda de minha filha, eu só precisava assinar e mandar para o tribunal, que diriam o veredito final. Não me preocupava muito com isso porque eu sei que de qualquer forma eles estariam ao meu lado. 

Vejo as horas e guardo minhas coisas para sair da empresa. Desço com o elevador e saio do grande edifício seguindo até meu carro. Chego em minha casa e estaciono o carro, logo que entro já começo por tirar a minha gravata. Ouvia vozes vindo do quarto enquanto eu subia as escadas, era Paola falando ao celular.

"Foi tudo uma farsa" — Ouço ela falar sussurrando, mas ainda assim conseguia ouvir — "Ele acreditou em tudo, estava tudo indo perfeitamente, mas ela teve que aparecer e estragar tudo" Entro lentamente no quarto e encosto na batente da porta, continuando a ouvir sua conversa, queria é saber até onde isso chegaria.

"Claro que estou falando de Si" — Diz ela e eu afasto da porta — "Sim, depois de Noah ter acreditado que eu perdi um filho que nem existia, eu fiquei sabendo que aquela vadia e Noah têm uma filha"

— Paola? — A chamo e ela dá um pulo de susto, desligando rapidamente a ligação

 — Que história é essa? Você mentiu para mim?

— Não é o que parece, meu amor. Me deixa explicar — Ela aproxima de mim, mas eu a empurro na cama.

— Que merda, Paola — Derrubo o pequeno vaso decorativo, irritado — Você me fez achar que eu novamente perdi um filho e para quê isso? Porra, Paola. Eu maltratei Si por sua culpa, a fiz se sentir culpada por uma coisa que nem é verdade. Você nunca esteve grávida de verdade.

— Eu te amo, Noah. Faria tudo para ficar com você, me perdoa por isso, mas por favor, não me deixa. Você não pode deixar isso e nem Sina destruir o que a gente tem.

— Não, Paola. Você sempre mostrou estar interessada em meu dinheiro, não é mesmo? Então você terá, mas só porque eu quero que você vá para a merda.

— Você nunca será feliz com Si __ Ouço ela dizer antes de eu sair do quarto.

A ignoro e pego novamente a chave de meu carro. Estava disposto a ir até a casa de Si, agora mais do que nunca eu precisava ver minha filha e talvez pedir desculpas à ela.

Assim que chego em sua casa, dou dois toques na porta e ouço a mesma gritar de dentro. Passado 1 minuto, a mesma abre a porta e parece não acreditar que eu aqui estava. Ela tenta fechar a porta, mas eu travo e entro em sua casa.

— Noah o que você quer aqui? — Ela pergunta.

— Si — Começo — Eu sei que é tarde demais e eu devo ter magoado você com minhas palavras, mas finalmente eu percebi que você não teve culpa de nada.

— Você tem razão, Noah. Suas palavras magoaram e muito. Você falou do filho que perdemos, não imagina como isso me atormentou toda noite, se não fosse por Lia, eu já não estaria aqui.

— Me perdoa, Si — Pego em sua mão e ouço a mesma suspirar — É tarde para nós dois, mas me dê uma chance para te provar que eu mudei, vamos começar do zero.

— É difícil esquecer tudo que um dia você me fez passar, são como cicatrizes. E toda vez que eu vejo meu corpo, elas estão lá, todos os hematomas que você causou. Foram agressões físicas e psicológicas.

— Eu me arrependo de tudo, Sina — Ajoelho em frente da mesma — Por você eu faço tudo e agora te peço, me perdoa.

— Levante, Noah. Por favor. — Diz ela — Eu aprendi com alguém muito especial para mim. Nunca guardes rancor por mais mal que a pessoa tenha te causado. Eu te perdoo, e se você quiser ajoelhar, vá para igreja.

— Eu te amo, Si. Nunca deixei de te amar — Falo acariciando seu rosto — Todos os dias eu pensava em você, mesmo que tivesse com Paola.

— Sinto muito pelo que ela fez com você.

— Não liga para isso, Paola não merece o meu amor. Mas agora me deixa ver a minha filha.

𝗉𝗌𝗒𝖼𝗁𝗈 ☆ noartOnde histórias criam vida. Descubra agora