11.

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Percebo que Noah não está mais no quarto, aproveito fazer as minhas higienes. Quando termino, vou para o quarto vestir, acabei usando uma camisa de Noah que fica um vestido em mim. Saio do quarto lentamente e desço as escadas, achando que não encontraria ninguém, mas vejo Noah lá sentado no sofá. Paro de descer bruscamente, olhando para ele com medo.

— Noah? — Chamo ele, mas não entendo porquê o chamei.

— Querida — Diz ele levantando do sofá — Já disse que você fica linda e gostosa usando minha camisa?

— Não me faça mal, por favor.

— Só acho que você deveria pensar duas vezes antes de tentar me matar, Si — Ele levanta sua camisa mostrando seu corte já enfaixado. — Mas não se preocupe, você não sofrerá diretamente.

— O que vai fazer? — Pergunto apreensiva.

— Apenas senta e assista — Ele passa seus dados em meus lábios — Tenho uma saída à noite e você vai comigo.

— Para onde vamos?

— Não é da sua conta. Vá trocar de roupa, vou levar você para comprar roupas novas. Não me faça esperar muito tempo, Si — Diz ele.

— Idiota — Sussurro para que apenas eu ouça e voltei a subir as escadas. 

Ouço Noah soltar um palavrão, virei para ele o vendo olhar diretamente para minha bunda. Ignorei seu olhar e voltei a subir as escadas.Entrei em meu quarto e tirei a camisa de Noah. Não parava de pensar no que ele poderia fazer, o que o fez mudar de humor tão repentinamente.

Optei por usar um short jeans e um cropped preto. Claro que Noah detestaria me ver assim vestida, mas eu estou pouco me importando.Saio do quarto e vou até a sala onde está Urrea.

— Que merda de roupa é essa? — Ele pergunta.

— Vai mandar até em minha roupa? Já é um esforço muito grande que eu faço ao sair com você, Noah— Respondo. O mesmo empurra meu corpo bruscamente contra a parede e forçando para que eu olhasse para ele.

— Não me provoque, você não sabe o que eu sou capaz de fazer com apenas uma ligação. — Diz ele — Agora vamos antes que eu perca a paciência.

Reviro os olhos e passo na frente dele, pisava fundo sentindo a raiva dominar meu corpo, mas não adiantava nada pois ele conseguia me acompanhar facilmente. Entrei em seu carro sem esperar que o mesmo abrisse a porta para mim, ele dá a volta e entra também, seu olhar pousa sobre mim.

— Você não estava com pressa? — Pergunto sem olhar para ele.

— Para você nunca, meu amor — Diz ele.Noah finalmente dá partida à viagem. Encostei minha cabeça no vidro, olhando para as pessoas passar, pensando em quando teria a minha liberdade para poder andar novamente. Ao passar por uma lanchonete vejo alguém conhecido por mim, quando ele vira pude ver que era Lucca.

— LUCCA — Comecei a bater no vidro e gritando ao mesmo tempo.

— Que você está fazendo, Si? — Diz Noah alternando seu olhar entre a estrada e eu.— Para o carro Noah, eu vou embora daqui — Falo puxando sua camisa.— Para com isso porra ou vamos acabar mortos — Diz ele.

Parei de puxar sua camisa percebendo que Noah perdeu o controle do carro. Olhei de olhos arregalados para a estrada onde vinha um caminhão em alta velocidade. Meu corpo entra em choque, não conseguia nem me mecher, apenas lágrimas caíam de meus olhos. Era como se passasse a retrospectiva da minha vida nesses minutos de choque.

Fechei meus olhos com força, não acreditando que essa seria a minha morte, ao lado de um psicopata, mas nada acontece. Voltei a abrir meus olhos e vejo que o caminhão passou e Noah tinha parado o carro. Olhei para Noah,percebendo seu semblante furioso e preocupado ao mesmo tempo.

— Que merda deu em você Si? — Ele pergunta tentando parecer calmo. 

— Se está com vontade de morrer é só falar que eu mato você.

— Eu te odeio, Noah — Falo enquanto chorava.

— Quem é Lucca? — Ele pergunta erguendo minha cabeça para que eu olhasse para ele.

— Não é da sua conta — Agradeço por ele ter esquecido.

— Si, eu tenho sido bastante paciente contigo — Diz ele.

— Se não está com paciência mais, me deixa ir embora e eu garanto que vou sumir da sua vida e do mapa.

— Escuta aqui — Ele aperta levemente meu pescoço — Eu matei pessoas que tentaram aproximar-se de você e não me arrependo, gastei muito dinheiro para silenciar qualquer testemunha, até mesmo a merda dos policiais. Você acha mesmo que vai se livrar de mim tão facilmente? Você foi destinada à mim, Si e é comigo que você deve estar.

Não respondo, volto a encostar minhas costas no banco e encarando a estrada. Pelo retrovisor via Lucca sair da lanchonete e ir pelo caminho oposto. Queria não ser fraca nesse momento, mas era difícil lutar contra as lágrimas, do mesmo modo, difícil aceitar que querendo ou não eu estava desistindo.

𝗉𝗌𝗒𝖼𝗁𝗈 ☆ noartOnde histórias criam vida. Descubra agora