14.

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Nem mesmo complicada seria a palavra certa para definir minha situação agora. Me sentia como se tivesse perdida no meio de uma floresta ou mesmo em uma rua sem saída. Acabei envolvendo Emma nisso e aceitando ou não, Noah com certeza seria capaz de fazer algo com ela e eu nunca me perdoaria por isso.

— E se eu ligar para Luca e Giulia? Talvez eles possam ajudar — Diz Emma.

— Não — Respondo rapidamente — Não liga para eles.

— Mas... — Ela começa por falar mas logo é interrompida por batidas fortes na porta. Corri até seu lado, ambas tremíamos de medo.

— Si, abra essa porta ou será pior para você — Ouço a voz de Noah, o que aumentou meu medo. — Eu sei que está aí.

— Como ele conseguiu achar você? — Emma pergunta.

— SINA — Insistia Noah batendo na porta.

— Acho melhor eu abrir, Si, você pode ficar lá no meu quarto.

— Não. Ele pode fazer mal à você. Vai você para lá, deixa que eu abro. Confia em mim — Falo.

 As lágrimas não paravam de cair. Assim que Emma vai até seu quarto, andei em passos lentos até a porta. Sentia como se tivesse em um filme de terror, onde o assassino estava por trás da porta, literalmente. Rodei a chave e abri a porta, me deparando com um Noah furioso.

— Vadia — Dito isso Noah dá um soco em meus lábios, fazendo um corte. — Paciência é algo que eu não tenho e mesmo assim você conseguiu acabar ela.

— Você é um idiota — Falo limpando o sangue em meus lábios. O desafio mesmo sabendo que estava à um passo da morte, em troca recebo um soco do estômago.Sinto o ar faltar em meus pulmões vendo Noah apertar meu pescoço. Como se ele tivesse esquecido que eu poderia estar esperando um filho seu ou mesmo não se importava com isso.

— Vou acabar com você — Diz ele vendo meu corpo já fraco.Desisti de lutar contra Noah. Minhas mãos que seguravam as suas caem lentamente para o lado, minha visão ficava turva. Sim, eu queria isso, queria partir para não ter que sofrer mais. Se for para viver e nunca ter minha liberdade, preferia morrer.

— Solta ela — Emma aparece empurrando Noah para o lado.Puxo o ar que me faltava enquanto tossia sem parar. Ainda deitada no chão e fraca, vejo Noah olhar para mim preocupado.

— Si, meu amor, me perdoa, deixei a raiva tomar conta de mim — Diz ele tocando meu rosto — Por favor, fica comigo.Por mais que eu lutasse para manter meu olhos abertos, era em vão, eu estava fraca demais. Direcionei meu olhar para Emma que chorava descontroladamente, dou um sorriso fraco para ela e só assim tudo fica escuro.

                                                                                       ...                                                                                                                                                                                          P.O.V Bill

Tinha feito merda novamente, deixei a raiva tomar conta de mim. Ver Si desacordada em meus braços foi como um tiro em meu coração. Tudo isso foi culpa minha. Me recuso a ver Si partir, ela é minha e sempre será, até que a morte nos separe.

— Tudo isso é culpa sua. Porquê não deixa Si em paz?! — Diz sua amiga.Ignoro suas acusações e pego Si em meu colo, levando-a até meu carro.

 Dirigi rapidamente até ao hospital. Ao chegar desço com ela em meu colo e ando até a entrada do hospital, e assim que me vêm, os enfermeiros levam Si em uma maca até a sala de emergências.Horas passavam e eu já ficava irritado com a demora. Precisava de alguma informação sobre Si. Passava um médico ao meu lado, puxo o colarinho de seu jaleco e o mesmo olha para mim assustado, até mesmo as pessoas que aqui estavam.

— Como está Si? Porquê ninguém me diz merda nenhuma sobre o estado dela? — Pergunto.

— Senhor, por favor, mantenha a calma — Diz a recepcionista. Largo o jaleco do médico e continuava o encarando, esperando por uma resposta.— Desculpa fazê-lo esperar, Sr. Urrea. Sina acabou de sair da sala de emergências. Seu estado é agora estável, mas tenho uma má notícia — Diz ele ajeitando os óculos em seu rosto.

— Fale de uma vez porra — Falo impaciente.

— Lamento informar que a senhorita Sina Deinert perdeu o bebê em seja o que for que aconteceu com ela.

Negava com a cabeça várias vezes, não querendo acreditar no que ele falou. Si estava mesmo esperando um filho meu, mas eu o matei. Queria que isso não fosse verdade, andava de um lado para o outro enquanto puxava meus cabelos de raiva. Sim, raiva de mim mesmo, não, dessas malditas vozes em minha cabeça. Me sentia a pior pessoa do mundo e eu realmente era. O monstro, é o que eu sou. Me odiarei para sempre. E esse pensamento me mataria "Eu matei meu filho".

𝗉𝗌𝗒𝖼𝗁𝗈 ☆ noartOnde histórias criam vida. Descubra agora