38.

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Sentia um aperto em meu peito à cada passo que Noah dava para o recinto. Estávamos completamente parados sem poder fazer nada e rezando para que tudo desse certo para o nosso lado. Minhas unhas terminavam assim como minha paciência, não aguentava mais esperar.

— Eu vou entrar — Falo para meus amigos — Eu não posso ficar aqui parada sabendo que Lia e Noah correm perigo.

— Si, você precisa ficar. Os policiais estão aqui e eles só precisam de um sinal para poder avançar. — Diz Giu.

— Eu sinto muito, mas trata-se da minha filha, Giu — Respondo — Eu vou entrar.

Dou as costas para todos e seguindo o mesmo caminho que Noah, ouvia eles me chamar, mas minha mente estava ocupada por um único pensamento. Salvar Lia e Noah.Tive a sorte de encontrar uma porta aberta e foi de lá que eu entrei, alguns homens andavam de lá para cá armados, mas consegui passar por eles. Cada vez mais ouvia vozes saindo de uma sala maior e logo reconheço as três. Noah, Paola e...Josh. Aproximo mais à porta para ouvir melhor e assim ouço uma 4ª voz que encheu meu coração de saudade, minha filha chorando.

— Você deveria ter ficado comigo, Si não merece você. Poderíamos ser felizes juntos e longe daqui — Ouço Paola dizer.

— Mas não se preocupe, levarei Si comigo e você pode finalmente ficar com Paola — Diz Josh para Noah.

— Ficar com Paola é das últimas coisas que eu quereria. E se você ousar encostar um dedo nela, eu mato você sem pensar duas vezes — Noah responde.

Era angustiante ver que até mesmo Josh e Paola estavam armados e Noah completamente indefeso. Ao tentar sair daí para procurar algo que me ajudasse nisso, acabo esbarrando em algo, ou melhor, alguém.

— Está perdida, vadiazinha? — Diz um dos seguranças.

— Estou parecendo a sua mãe agora? — Respondo e o mesmo me olha irritado.

— Sua puta — O mesmo dá um tapa em meu rosto e me arrastando até dentro da sala onde estava Paola. O segurança me joga no chão e saindo logo em seguida.

— O que você está fazendo aqui, Si? — Diz Noah me ajudando a levantar.

— Eu vim ajudar você, Noah, eu não podia ficar parada e sem fazer nada.

— Que comovente — Diz Josh e eu olho para ele.

— Porquê você está fazendo isso, Josh? — Pergunto — Eu pedi desculpas à você.

— Não é suficiente, Si. É comigo que você deveria ter ficado e se não quer ficar, então, não pode ficar com mais ninguém.

— Você é louco?

— Mais do que você possa imaginar — Ele responde e sorrindo — Diga adeus ao seu amado.

— Você não pode matar Noah, nós temos um acordo — Diz Paola.

— Foda-se o nosso acordo. Eu vou matar ele, você querendo ou não.

— Então eu vou acabar com Sina — Ela direciona sua arma para mim — Assim ficaremos quites.

— Já não preciso de você para nada — Josh responde e o som alto do disparo de sua arma ecoa pela grande sala.

Olhava aterrorizada Paola cair já morta, assim como Noah parecia não acreditar. Lia começa a chorar mais ainda e eu só pensava em correr ao seu lado. Nunca imaginei que Josh fosse mais um psicopata em minha vida.

— Agora você — Ele vira para Noah e sua arma já destravada.

— Josh não faz isso, por favor — Falo chorando descontroladamente — Eu sinto muito por ter magoado você, mas por favor, não faça isso.

— Vem comigo, Si. Vamos para bem longe daqui, apenas eu, você e sua filha. Casaremos e não deixarei nada faltar à você.

— Você não está em um filme de romance clichê — Diz Noah— Eu falei que você não vai encostar nenhum dedo em Si e minha filha.

— POLÍCIA, solta a arma — A voz do policial é ouvida pelo interfone — Saia com as mãos no ar.

— Acabou para você, Josh — Falo — Eu nunca ficarei com você. Antes morta do que casada com um psicopata.

Cada vez mais os policiais pressionavam Josh e ele não tinha como fugir. Até começarmos a ouvir barulhos de disparos. Um conflito entre os homens de Josh e os policiais.

— Vou perguntar uma última vez, Si. Você vem comigo ou não? — Josh pergunta.

— Não — Respondo curta.

— Então ficará sem ele.

Aquele momento em que você vê o filme de sua vida e não imaginava que um dia daria à vida para aquele que quase te tirou. Josh havia disparado e aquele pequeno e destruidor objeto perfura minhas costas. Noah olhava para mim de olhos arregalados e segurando meu corpo que caia fraco no chão.

— Si, por quê? — Diz Noah e já se podia ver algumas lágrimas rolar de seus olhos — Eu que deveria levar essa bala, era para mim.

— Não deveria ter passado na frente, não é? — Sorrio levemente.

— Não.

— Mas eu o fiz porque eu te amo — Foram minhas últimas palavras até tudo ficar escuro.

𝗉𝗌𝗒𝖼𝗁𝗈 ☆ noartOnde histórias criam vida. Descubra agora