18.

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Eu sonhei acordada, mas parecia tão real. Será mesmo um sonho? Seu cheiro era tão real, seu toque, sua voz, tudo. Eu não sabia o que se passava comigo, o porquê de eu estar sempre pensando em Noah ou porquê não o odiava depois de tudo que ele me fez passar. 

Ainda encarando o cartão em minhas mãos, essa seria a melhor hora para ligar e finalmente sair daqui, mas eu simplesmente não conseguia.

"Si" — Ouvia vozes me chamando mas apenas eu estava aqui nessa rua andando sem destino. Insistia em chamar meu nome, que de certa forma já estava me irritando — "Si...Si...Si...Si...Si..."

— Quem é você e porquê está fazendo isso?! — Grito puxando meus cabelos irritada e já chorando descontroladamente — Para, por favor.Mas não parava, ajoelho na calçada agora chorando baixinho, não entendia o que era isso, porquê ouvia vozes em minha cabeça.

— Meu amor — Agora a voz soou mais real, viro para trás vendo Noah imóvel como uma estátua e me encarando.

— Noah, o que está acontecendo? — Pergunto ainda chorando — Eu não paro de ouvi-las, por mais que eu peça para parar, elas não param.

— Ouvi-las? Quem, Si? — Ele aproxima de mim e abaixa para ficar em minha altura.

— Essas vozes em minha cabeça — Ele olhava para mim preocupado. Ao lado de Noah elas paravam, era como se de certa forma eu me sentisse em segurança ao seu lado, mas estaria eu ficando louca?! — Eu estou com medo.

— Eu vou cuidar de você, meu amor, não deixarei que nada e nem ninguém te faça mal — Ele me abraça e beija o topo de minha cabeça. 

                                                                                ...

Voltei para o quarto de hotel em que eu estava e acompanhada de Noah, ao trancar a porta, fui para minha cama e sentei lá, olhando para o nada.

— Como está se sentindo, Si? — Noah pergunta sentando ao meu lado.

— Bem — Respondo curto

— Eu vi você ajoelhada lá na calçada e chorando, não esperava voltar a ver você, mas não poderia deixar você lá sabendo que algo se passava — Diz ele, mas eu permaneci calada — Me diz, Si, porquê você não foi? Porquê não foi para bem longe de mim? Sendo que eu ainda posso achar você e fazer-te sofrer.

— E-eu...não consigo — Falo mais em um sussurro. — É como se tudo que você me faz passar se transformasse em amor, eu não conseguiria ficar longe de você. 

Fico admirada com o que acabei de dizer, assim como Noah ficou. Porquê eu falei isso? Era como se minhas palavras e ações tivessem sido controladas pelo meu outro eu.

— Não foi isso que eu quis dizer — Falo. Noah sorri levemente.

— Eu acho sei o que se passa contigo, Si, mas preciso ter a certeza, obviamente.O meu outro eu sorri para Noah e que abriu caminhos para ele, para que o mesmo aproximasse seu rosto ao meu e me beijasse.

— Não — Afasto do mesmo e levanto da cama, passando a mão em meus cabelos e andando de um lado para o outro — Eu ainda te odeio, Noah.

— Odeia? — Ele levanta e para em frente de mim.

— S-sim. Por sua culpa eu perdi a única pessoa que eu amei mesmo sem o ver, meu filho.

— O que você imagina que eu passei, Si? Eu também sofro com isso, merda, também era meu filho. Você sabe quantas vezes tentei tirar a minha própria vida por causa disso e por te perder? — Ele pergunta — RESPONDE PORRA — Ele grita me assustando.

— Não grita comigo — Altero o tom de voz — Não me interessa quantas vezes você tentou se matar, quem dera desse certo na primeira tentativa.

— Sua puta — Ele me arrasta pelos cabelos até a cama e subindo em cima de mim — Eu sempre soube onde você estava, Si, sempre segui seus passos, mas sabe porquê não fui atrás de você? Porque eu sabia que você não conseguiria ficar longe de mim.

— Você está me machucando, Noah — Falo me remexendo em baixo do mesmo, o que o fez dar um sorriso malicioso.— Me diga, Si...gosta que eu lhe faça isso?! — Ele desce suas mãos até meus seios, apertando levemente, por mais que eu impedisse, acabo deixando escapar um gemido — Vejo que sim — Ele sorri convencido e distribui beijos molhados por toda a extensão do meu pescoço.

— Noah — Sussurro ao sentir sua ereção em minha intimidade.

— Puta que pariu, Si, você consegue me deixar mais duro que uma pedra, mas não se preocupe, eu vou te foder até você esquecer meu nome — Ele diz fazendo minha intimidade pulsar.

— O que está esperando então? — Falo não me surpreendendo mais com minha decisão. Essas cinco palavras foram suficientes para que Noah tomasse controle total da situação. Quem diria que a noite com o homem que destruiu a minha vida, seria a melhor de todas.

                                                                                           ...                                                                                                                                                                                            08:10 AM

Acordo com o calor do corpo de Noah, sua mão estava em volta de minha cintura, tento levantar mas o mesmo me puxa para mais próximo.

— Onde você pensa que vai? — Ele pergunta. Virei para ele que ainda estava de olhos fechados.

— Embora — Respondo seriamente, só assim o mesmo senta na cama, reparo que estava usando apenas sua calça.

— Não, Si! Você não vai embora, seu lugar é ao meu lado...você...não pode — Ele diz parecendo querer chorar — Eu preciso de você.

— Nada me fará mudar de ideias.

— Vejo que você gosta de ser forçada, não é mesmo? — Ele aperta meu pescoço — Você deve ficar e quem tentar levar você para longe de mim, acabará morto e da pior forma.

Batidas altas na porta são ouvidas, sorrio vitoriosa já sabendo de quem se tratava. A porta é arrombada e 4 seguranças e 1 médico entram no quarto e imobilizam Noah.

— Tirem essas mãos de mim ou eu mato vocês — Diz Noah tentando se soltar — Foi você, não é mesmo Si? Como teve coragem de ligar para a merda de um hospital psiquiátrico? Eu sempre soube que você era uma vadia.

— É onde você merece estar — Sorrio ajeitando o lençol em meu corpo.— Eu vou conseguir sair, Si e você vai pagar bem caro.

— Levem ele, homens — Diz o médico. Noah  é arrastado para fora pelos seguranças, era possível ouvir suas ameaças por todo o hotel.

— Obrigada — Falo para o médico.

— Obrigado você por denunciar o Sr. Urrea, ele é bastante perigoso para estar solto, mas que eu saiba ele sempre teve suas formas de escapar à isso.

— O que farão com ele? — Pergunto. 

— Será submetido à tratamentos especias. Só por curiosidade, quanto tempo você tem sido vítima de Noah?

— Há alguns meses.— Deve ter sido difícil para você, se quiser, eu tenho o cartão de um amigo meu psicólogo, ele pode ajudar você.

— Está querendo dizer que eu estou louca? — Altero o tom de voz.

— Não, Srta. Si, só acho que pode ter sido um trauma para você. Tudo que Noah fez com você, aliás, ele tem distúrbios mentais avançados, na qual podemos chamar psicopata.

— Não preciso, desapareça daqui e nunca mais volte a falar assim de Noah. — Agarro o colarinho de seu jaleco.  O mesmo ajeita seus óculos e assente desajeitadamente, largo seu jaleco e o mesmo sai rapidamente do quarto. 

Parece que meus pensamentos voltaram ao normal, paro de frente ao espelho e me encarando. Meu cabelo estava descuidado, olheiras de noites mal dormidas eram visíveis, noites ouvindo vozes, vozes que me faziam ter pensamentos suicidas, vozes que mesmo eu não querendo me levavam de volta para Noah.

𝗉𝗌𝗒𝖼𝗁𝗈 ☆ noartOnde histórias criam vida. Descubra agora