sixty.

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Megan Relyks, point of view.

O som da chuva que batia nas janelas do meu quarto de hospital era como uma perfeita harmonia. Eu considerava a chuva um lugar seguro. Acreditava que, se você não tivesse alguém para falar, não conseguisse pensar claramente ou apenas não se consegue concentrar em algo, a chuva era a coisa perfeita para transformar isso no oposto.

Era o primeiro dia a chover desde o inicio das ferias de verão–talvez porque já passasse da metade de setembro– e a única coisa que interrompia o cair da chuva era a voz da Sarah ao meu lado. Ela repetia vezes sem conta que eu precisava de ajuda nos proximos dias porque não podia fazer grandes esforços.

Para falar a verdade, os médicos diziam que eu precisava de uns dias de repouso, até poder voltar à vida normal, mas eu só queria a minha vida simplesmente de volta. Precisava de ação, algo que me tirasse daquelas camas e me ponha longe daquela comida horrível. Já não aguentava mais estar ali presa e JJ, que era minha única esperança para mudar isso, não colaborava na minha fuga.

Sah me ajudava a colocar toda a roupa que usei numa mochila enquanto eu me vestia no banheiro.

— Eu já falei que não é preciso. Eu fico bem. – falo pela quinta vez para Sarah, que insistia para eu ficar em sua casa enquanto recuperava.

— Mas você vai precisar de apoio estes dias. Não ouviu a médica a dizer para não fazer esforços?

— Mas eu estou ótima. Sinto-me como se tivesse acabado de nascer. – digo, saindo do banheiro e abrindo os braços como se fosse óbvio.

— A querer chorar e nua? – JJ pergunta e eu lhe dou um leve soco no peito.

Por muito que gostasse de ficar uns dias em casa de Sarah, não podia. A probabilidade de Rafe voltar para casa agora que Ward está morto é de mais de 60% e arriscar vê-lo a toda a hora era uma coisa que não me podia sujeitar agora.

Depois da morte de Ward, Sarah parece menos abalada do que achei que estaria. Ela está estranha e parece cansada o que é normal. Reparei que não tem comido muito, sendo que fica no meu quarto mais tempo do que o que passa fora dele. Tenho a certeza que ela percebeu que Rafe fez o que tinha de fazer e que eu apenas estou aqui pelo seu pai. Mas não deixa de ser o seu pai, é normal que esteja mal de qualquer forma.

Descobri que ninguém foi culpabilizado pela sua morte. A policia andava à meses à procura de provas para os crimes que cometeu. Apesar de me ter sentido um pouco culpada depois, também dei meu depoimento dizendo os maus tratos que dava ao proprio filho. Talvez não fosse o meu papel fazer isso, mas sim de Rafe. Porém sentia que alguém teria de fazer queixa e o loiro com certeza não o faria.

Agora com a baixa por causa do tiro, só daqui a uns dias é que voltaria a trabalhar, até lá, teria de me manter quieta e fechada em casa.

Depois de muita resistência minha, Sarah decidiu que ia ficar todo o dia em minha casa para me ajudar com as coisas que eu não podia fazer. Acho que percebeu porque não quis ficar na sua e eu falei que podia ficar lá a dormir se quisesse.

Não sinto quase nenhuma dor, apenas um desconforto no estômago. A médica disse também que não podia beber nenhum tipo de álcool por causa do local da lesão e nunca ouvi coisa tão absurda. Porém, infelizmente, terei de cumprir as ordens.

[...]

— Sim! – grito quando faço um gol – Veja, eu ganhei a você! – atiro na cara de JJ que parecia chateado.

𝐇𝐎𝐋𝐃 𝐌𝐄 ᯾ rafe cameron.Onde histórias criam vida. Descubra agora