sixty seven.

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Megan Relyks, point of view.

É JJ... Megan, JJ teve uma overdose.

O mundo cai aos meus pés no segundo seguinte. Sinto que todo o sangue que tinha desceu e que a qualquer momento vou cair para o lado.

JJ teve uma overdose.

Acho que nunca me senti tão mal como agora, nem quando fui baleada. Queria vomitar e sintia que podia desmaiar a qualquer momento. A minha perna abanava descontroladamente com os nervos e eu não conseguia controlar as lágrimas que desciam pelo meu rosto.

O meu melhor amigo teve uma overdose.

Rafe tentava me confortar, mas apenas conseguia colocar a mão na minha coxa e esfregar o polegar, sendo que estava conduzindo à mais de cinco minutos agora.

O percurso parecia uma eternidade. Aos poucos ficava mais nervosa e segurei apenas a mão de Rafe quando ele agarrou a minha. De certa forma, 1% da minha ansiedade acalmou.

Sentia o mundo cair aos meus pés e eu não tinha qualquer controle no que estava acontecendo. A chamada de Sarah tinha me colocado em prantos e Rafe continuava tentando que me acalmasse. Era uma boa intenção mas com um resultado nulo. Nada podia me fazer ficar bem neste momento para além de ver JJ bem.

O tempo que me mantive no carro apenas me fazia pensar mais e mais. Sinto me culpada por não ter percebido que o meu melhor amigo estava mal e andava a consumir. O facto de fumar não ajuda para o caso também, mas nunca pensei que chegasse a este ponto.

Chego ao hospital com os braços de Rafe no meu pescoço, como se ele tivesse medo que caísse a qualquer momento. Os pougues estavam sentados na sala de espera, aguardando noticias. Corro até Kie que andava em círculos e abraço a. Sinto a chorar no meu ombro e choro ainda mais com ela.

Abraço o resto dos pougues e Kie limpa as lágrimas quando diz:

— Estamos aqui à horas e não temos notícias de nada. Estou dando em louca.

— É o JJ. Ele vai ficar bem. – John B diz, mais para ele acreditar do que propriamente nós – Certo?

Ele olha para nós em busca de respostas que nós não tínhamos. Rafe me mantem nos seus braços, esfregando as minhas costas e deixando um beijo no topo da minha cabeça. Naquele momento nem pensei em como eles se sentiam em ver me ali com ele, apesar de lhes ter contado que estavamos juntos, acredito que seja complicado. Mas acho que nenhum de nós estava preocupado nem pensando nisso agora. JJ era mais importante neste momento.

Ficamos mais uns longos minutos nas cadeiras esperando notícias, apenas uma hora depois uma médica passou as portas e veio diretamente a nós. A minha atenção virou automaticamente para ela assim como a de todos.

— Ainda não temos noticias concretas sobre o seu estado, mas sabemos que está estável o suficente para receber visitas. Não há nada que possamos fazer neste momento. – fecho os olhos e passo as mãos no meu rosto.

Ao menos vou poder vê-lo.

— Só podem ir dois de cada vez. Os dois primeiros, venham comigo.

Depois de uns segundos, decidi ficar por último, apesar da ansiedade aumentar a cada segundo, queria o fazer sozinha. Deixei os todos ir primeiro e Rafe me acompanhou até à porta do quarto.

— Estou aqui te esperando. – assinto em agradecimento e respirei fundo antes de entrar no quarto.

Jay estava deitado como se estivesse dormindo profundamente e eu desejei que estivesse mesmo. Engoli as lagrimas que ameacavam sair, apesar de acreditar ter ficado completamente desidratada e sento me na cadeira ao lado da sua cama.

Ele estava pálido, queria poder fazê-lo acordar e ter os seus olhos azuis olhando para mim novamente. Olho para o teto e respiro fundo mais uma vez antes de voltar a olhar para ele. O meu peito apertou com a possibilidade de poder ver novamente o seu sorriso. Estiquei a mão para pegar a sua e comecei a falar.

— Espero que isto seja apenas mais uma das suas brincadeiras, porque eu realmente quero acreditar que sim. – o meu tom de brincadeira desapareceu, agora estava chorando novamente, enquanto segurava sua mão. A dor crescia mais e mais no meu peito e eu já a não sabia o que fazer. Queria acreditar que Jay ia abrir os olhos a qualquer momento. – Apenas acorde, por favor.

Encosto a cabeça à minha mão que segurava a sua e continuei chorando. Podia sentir o meu corpo tremer e o meu peito apertar mais.

Não se atreva a me deixar. Não agora.— a minha voz quebrou a meio. Não conseguia parar de chorar, mas continuei. – Não sei se consigo fazer isto sem você. 

Após uns minutos, deixo um beijo na sua cabeça e aperto sua mão antes de sair do quarto. Assim que passo a porta, Rafe estava encostado à parede me esperando como prometido. Caminha até mim e abraço o mais uma vez.

— Você precisa de descansar. Vamos para casa e amanhã venho com você de novo.

— Ele tem razão. Você precisa de dormir. Eu vou ficar aqui mais um pouco, nao demos ter mais noticias hoje qualquer das formas. Mas fique descansada que ligo para você se houver. Agora, vá.  – Kie concorda com Rafe.

—Você também precisa de descansar, Kie.

— Daqui a pouco eu vou. Não se preocupa comigo. Eu aguento um mais um tempo.

— Tem a certeza? – ela assente, deixa um beijo na minha bochecha e me abraça. Dá-me um sorriso fraco e me despeço do resto antes de ir.

Durante o caminho para casa, fico revendo na minha cabeça a imagem de JJ naquela cama. Ele tinha ainda mais fios ligados ao seu corpo do que quando eu estava na sua posição. Estava sendo alimentado por tubos, para não dizer que ainda respirava apenas por causa das máquinas. Não parecia em sofrimento, mas vê-lo naquele estado, mexia completamente comigo.

Não consegui dormir durante algumas horas, ficando apenas a dar voltas à cama. Rafe agarrou o meu corpo e me aproximou a ele, abraçando-me.

— Relaxa, amor. Descansa. – deixa um beijo no meu ombro e após varios minutos, deixei me adormecer nos seus braços.

notas da autora.

O que acharam??? Deixem comentariosss <3

𝐇𝐎𝐋𝐃 𝐌𝐄 ᯾ rafe cameron.Onde histórias criam vida. Descubra agora