quem bateu no meu carro??!

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Ano: 2025
Lexa Woods: 27 anos
Aden Woods: 10 anos

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A Morena dirigia tranquilamente pela estrada praticamente vazia, adorando a sensação de se mudar, renovar, recomeçar, Lexa fez tudo isso nos últimos 3 meses de 2025, queria começar o ano de 2026 em um lugar diferente. Sua profissão em Tecnologia da Informação lhe permitia trabalhar remotamente, então ela sempre aproveitava essa oportunidade para buscar liberdade, ela não era uma garota conectada a nada, a não ser a seu filho, Aden.
Aden não era filho biológico de Lexa, mas isso jamais a faria menos mãe, na verdade, a vida havia sido cruel com Aden... Sua mãe biológica simplesmente o abandonou quando tinha cerca de 3 anos, Lexa o encontrou vagando sozinho pelo estacionamento de um supermercado, carregando consigo apenas uma carta explicando a situação, mas sinceramente? Aden não precisava saber disso, ninguém precisava, ele não sabe que é adotado.

– já estamos chegando? – perguntou o garoto enquanto olhava pela janela.

hum.. bem, ainda estamos na estrada, o GPS prevê que vai levar mais uma meia hora... – a morena responde sem mentir, isso era visível no GPS instalado próximo ao painel do carro.

tomara que eu faça novos amigos.. eu podia ir na casa deles e eles na minha, então vamos a shows de rock! Posso ter uma bateria? – Aden se virou, observando a mãe.

eu vou pensar. – Lexa e Aden seguiram viagem ouvindo uma playlist de "músicas para viajar", a casa já estava pronta, Lexa escolheu os móveis e com a ajuda de uma empresa terceirizada, conseguiram completar tudo antes dela se mudar. Dessa vez ela escolheu um bairro discreto, calmo e seguro, não gostava de chamar atenção...

Quarenta (40) minutos se passaram, assim que Lexa estacionou, Aden correu para fora do carro, totalmente animado e feliz pela mudança, a antiga cidade não era tão boa, Aden não conseguia se encaixar e não tinha sequer um amigo, Lexa fez isso mais por ele do que por ela...

Enquanto os dois observavam a casa, perceberam que ela era ainda maior do que nas fotos, o frio daquele dia não atrapalhou o momento satisfatório deles. A senhorita Woods voltou até o carro para tirar algumas caixas do porta malas, querendo ajeitar o que faltava de itens pessoais logo, mas assim que saiu até a garagem, percebeu uma folha paradinha sobre o capô do carro, ela se aproximou e pegou o papel...

Sua reação ao ler foi sentir ternura, sorrindo e achando a coisa mais fofa do mundo o comportamento educado da criança desconhecida, mas sua ficha caiu ao ler novamente "bati no seu carro", fechando a expressão e andando em volta do veículo, procu...

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Sua reação ao ler foi sentir ternura, sorrindo e achando a coisa mais fofa do mundo o comportamento educado da criança desconhecida, mas sua ficha caiu ao ler novamente "bati no seu carro", fechando a expressão e andando em volta do veículo, procurando aonde estava a batida e logo encontra, vendo que arranhou a pintura e realmente amassou um pouco, mas nada demais. A garota apenas suspira fundo e se afasta, voltando pra dentro de casa sem a caixa que foi buscar.

filho, vem ver isso aqui...

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Clarke já havia saído do banho e se vestido, andando tranquilamente pela casa quando observa Madi entrando pela porta, ela se aproxima e percebe a garotinha segurando o pulso enquanto chora, seus olhos estão levemente vermelhos e seu rosto um pouco molhado, Clarke se abaixa na altura da criança e observa o pulso, ouvindo a voz infantil e chorosa falar – mamãe.. e-eu bati em um carro, eu acho que.. que quebrei o carro – a pequena morena confessa, chorando ainda mais pelo que fez mas Clarke não parece se importar com isso. – deixa a mamãe ver? Tá doendo muito? Como você bateu no carro meu anjinho? – a garotinha solta o pulso e mostra, sua mãe segura gentilmente sua mãozinha e observa com seus olhos experientes, Madi era uma criança agitada, ela vivia se machucando. Com um suspiro longo Clarke percebe que provavelmente ela torceu, não era nada grave mas iria ficar dolorido alguns dias – eu tava na bibicleta e aí eu virei naquela casa aliii que nunca tem ninguém, e PAH.. tinha um carro vermelho. – Clarke pegou Madi no colo enquanto ela falava, levando ela até a bancada da cozinha e colocando ela sentadinha no mármore.

tá tudo bem, você só torceu, vamos passar uma pomadinha e enfaixar tá bom? O dono do carro viu? – Clarke acariciou a bochecha molhada da filha, limpando suas lágrimas com cuidado enquanto a criança se acalmava e parava aos poucos de chorar, negando com a cabeça. – não viu mamãe... mas aí eu deixei um bilhetinho pedindo desculpas e.. aí eu coloquei seu número lá. – a mais velha já estava com os curativos na mão, pegando um pouco de pomada antiinflamatória para o lugar da torção, indo passar mas Madi choraminga e puxa o braço – hey calma, não vai doer.. quer passar você? – a garotinha concorda, espalhando o líquido gelado conforme a loira manda, deixando-a enfaixar depois e recebendo mais colo e beijinhos, era visível que Madi estava assustada, ela era assim, apesar de ser jovem, já tinha visto sua mãe passar por situações complicadas, já teve que ser compreensiva tantas vezes que entendia que não dava pra quebrar as coisas, já que seria difícil conseguir comprar outra igual, isso também era válido para quebrar as coisas de outras pessoas, por isso ela costumava ser cuidadosa, mas agora se sentia culpada por acreditar que Clarke teria que comprar um carro novo pra outra pessoa, sendo que elas nem sequer tinham um.

desculpa.. – pediu a garotinha, enquanto abraçava os ombros da mulher. Clarke estava sentada no sofá e Madi no seu colo.

acidentes acontecem, Madi, não precisa pedir desculpa se você não fez de propósito. – aquelas palavras acalmaram o coração da mais jovem, Clarke acariciou seus cabelos morenos e reconfortou a garotinha.

mas vai ser muito caro né? – perguntou, ainda preocupada. Clarke se incomodou, odiando a si mesma por deixar sua filha ter uma preocupação com coisas que deveriam ser problemas de adultos.

meu amor, a coisa mais importante aqui é você, você se machucou, não me importo com o carro e nem com nada, não foi nada demais, crianças fazem isso o tempo todo okay? Não vai ser um problema, eu juro, não se preocupe, isso é conversa de adulto, porque está pensando nisso? Você é a minha prioridade. – aquele foi do o início de uma longa conversa, Clarke levou meia hora até fazer Madi compreender que dinheiro não era mais um problema, ela mentiu mas a garota acreditou, haviam épocas ruins e épocas boas mas idai? Isso não tinha nada a ver com Madi.

A mamãe urso foi tirada de seus pensamentos ao ouvir seu telefone tocar, Madi deu um pulo em seu colo, Clarke atendeu sem olhar o número.

alô?

alô, tudo bem? O meu nome é Lexa, eu peguei o seu número em um papel que uma criança escreveu aqui.. – Lexa dizia enquanto observava o bilhete em sua mão – acho que seu filho ou sua filha bateu a bicicleta no meu carro. Sinceramente eu não me importo, foi só um arranhão, eu gostaria de saber se tá tudo bem.. amassou um pouquinho então deve ter sido uma batida forte.

Clarke ficou alguns segundos em silêncio, não estava esperando esse tipo de ligação, muito menos alguém que não fosse grosseiro como todos em seu trabalho.

b-bem.. o meu nome é Clarke, foi minha filha, uhum, ela me contou, ela torceu a mãozinha mas vai ficar bem, aliás você ligou mas eu esqueci de avisar que somos vizinhas rs... – a voz da loira soava ansiosa, desacostumada a gentileza.

meu deus, sério? Eu posso ver como ela está? Aliás meus parabéns, sua filha parece ser tão educada. – Lexa sorriu enquanto falava, realmente curiosa sobre a criança.

tudo bem.. somos da casa 139, pode passar aqui rapidinho, ela vai gostar de saber que tá tudo bem porque já tava toda tristinha e preocupada. – Clarke riu, não sabia porque mas teve a sensação de uma coisa boa em meio a tantas coisas ruins, achando que seria bom para reforçar a confiança de Madi em suas palavras de conforto.

ah, tadinha, eu vou aí dar um oizinho rápido, aproveito e já me apresento e faço uma amiga na vizinhança, sou nova na cidade e.. enfim, eu tô indo aí – Lexa sorriu ao telefone e Clarke também, se despediram e logo desligaram. Clarke contou a Madi a situação, não se passaram nem 10 minutos e a campainha tocou, era ela.

Bati no seu carro - ClexaOnde histórias criam vida. Descubra agora