Lerdinha...

1.8K 144 164
                                    

O dia seguinte ao 25 foi triste, Madi não chorou nem fez um escândalo quando Clarke a deixou na casa de Raven, ela só ficou triste, realmente triste, Raven até deixou ela brincar com um campo eletromagnetico que ela estava trabalhando mas Madi não quis, um desenho animado foi a única coisa que a garotinha prestou atenção, Raven montava muito de seus projetos em casa, assim como Lexa, ela também era Programadora, além de engenheira mecânica, formada em robótica e com planos para a engenharia aeroespacial, sua inteligência era de outro mundo. Madi se sentiu entediada em certo momento e se afastou da sala, indo até o escritório da sua tia, observando a porta aberta e se aproximando, olhando a bancada e o que ela estava fazendo.

– tia Rae.. o que é isso? – Madi apoiou as mãozinhas na beirada da mesa, prestando atenção no dispositivo estranho na mesa da cientista.

– é uma IA, eu e minha amiga Becca estamos trabalhando nela, sabe o que é uma IA? – Rae voltou seu olhar a criança, Madi negou levemente com a cabeça.

– é uma Inteligência Artificial. Por exemplo, se eu te contar que 5 + 5 é 10, você vai aprender, certo? – Madi concordou, Raven se afastou da mesa empurrando a cadeira de escritório e chegou próxima da criança, sorrindo gentil.

– a Inteligência Artificial funciona do mesmo jeito, eu vou ensinar a ela como pensar e ela vai pensar sozinha, eu vou ensinar a ela várias coisas e ela vai desenvolver a noção de compreender sem a minha ajuda a novas perguntas. – a explicação foi lenta, Madi conseguiu entender e fez uma expressão curiosa.

– mas tia Rae.. porque você faria uma coisa assim? Não é mais fácil.. usar o nosso celebro... Cereblo... cereboro... – Madi se perdeu na pronúncia, repetindo baixo pra ver se lembrava.

– cérebro. Então meu bem, sim mas.. a inteligência artificial pode ser muito mais inteligente do que um ser humano com cérebro, ela pode.. guardar todas as informações, e nunca esquece de nada, a gente vive esquecendo né? – Raven esticou o braço, convidando Madi pra vir no colo e a garotinha foi, ganhando um abraço suave e aconchegante. A pequena continuou em silêncio, esperando mais explicação.

– se uma pessoa muito inteligente morre, o que acontece com a inteligência dela? – a criança pensou um pouco, dando de ombros por não saber, olhando os olhos castanhos da mecânica.

– vai Madi, você sabe essa, pensa um pouquinho, se eu sei um segredo que só eu sei, e eu morro... O que acontece com o segredo? – Madi entendeu dessa vez. – o segredo desaparece, porque só você sabia né? – Rae sorriu, orgulhosa de incentivar o pensamento filosófico e cientista da criança. – mais do que isso, e se o meu segredo pudesse salvar a vida das pessoas? É uma informação importante, então a Inteligência Artificial nunca morte, ela nunca esquece e ela nunca erra, ela é muito importante porque.. vai ajudar as pessoas.

Madi compreendeu o assunto, perguntando mais um pouco sobre, achando que Raven era um tipo de bruxa que entendia de magia porque aquelas explicações só faziam sentido se ela soubesse controlar o invisível, Raven gostou do elogio, fazendo Madi guardar segredo sobre "sua magia", prometendo que tornaria Madi em uma mágica quando a garota crescesse. Rae colocou Madi no chão e entregou a ela um livro de Stephen Halking, chamado "A Chave Secreta para o Universo", era um livro de astronomia para crianças a partir de 8 anos, Madi tinha 6 mas era a coisa mais infantil que Raven Reyes tinha em casa.

Madi foi até a sala, desligando a TV e focando seu dia em ler o livro, ela não sabia que ler poderia ser tão divertido, Clarke até tentou incentivar, comprou alguns livros mas não conseguiu prender a atenção da garotinha, Raven, por outro lado, conseguiu.

Lexa trocou algumas mensagens com Murphy, ele insistiu que essa conversa deveria ser feita pessoalmente, Lexa apenas teve um receio, Murphy era um estranho, tinha informações importantes e talvez perigosas, Lexa ainda não sabia onde estava se metendo, encontrar Murphy era arriscado... Pelo menos, era arriscado se ela fosse sozinha.

Bati no seu carro - ClexaOnde histórias criam vida. Descubra agora