4.

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       Isabella

Hoje era o dia do jogo, Brasil x Chile no maracanã, estávamos todas prontas pra ir pro estádio. Ísis com uma camiseta tradicional verde e amarela com o nome e número do seu pai nas costas.

Ela estava correndo pra lá e pra cá com o seu brinquedo, enquanto esperávamos a Bruna se arrumar.

— Anda logo titia, quero ver o papai — Ísis disse segurando na perna da Bruna

- Já tô prontinha, meu bebê.

Bruna pega a Ísis no colo enquanto eu saio pegando a bolsa da Ísis, porque desde que eu fui mãe, minha bolsa é a bolsa da minha filha com fraldas e roupas.

Coloco ela na cadeirinha, e sento no banco da frente e dirigo até o Maracanã. Eu estava nervosa, encarar Antony e Lucas no mesmo ambiente não seria tão legal.

Chegamos, e o Lucas havia pedido pra eu levar a Ísis no vestiário pra dar um beijo nela antes do jogo.

— Atrasadinhas em. — Ele ri. — Oi princesinha do papai. — Ele da um beijo nela.

— Papai, já tava com saudade. — Ela deita no ombro dele.

Aquela cena aquecia meu coração e fazia meus olhos brilharem. O bem mais precioso da minha vida é ela, e foi ele quem me deu, entre aspas. Não tem como não sentir pelo menos um pouco de amor por ele.

Vejo Antony e Richarlison se aproximarem de nós.

— E aí zoi azedo. — Richarlison me abraça — Oi loirinha do tio.

— Oi garota. — Antony sorriu enquanto me dava um beijo na bochecha, que tirou todo o sorriso que estava no rosto do Lucas.

— E aí meninos, ansiosos pro jogo de hoje?

— Você sabe que o pai vai deitar né, Isinha. — Antony deu uma leve sambada enquanto ria.

— Pouco convencido é péssimo sambista. — Falo rindo

O Lucas ficou totalmente desgostoso com aquela interação minha e do Antony.

— Que cara é essa, se anima. — A Bruna disse.

— Tô animado, Bruninha. — Ele da um sorriso falso

O Tite chamou os meninos pra dentro, o jogo já iria começar, ele me entrega a Ísis e da um beijo na bochecha dela, e um beijo na minha testa, o que fez o Antony soltar uma expressão confusa.

Vou com as meninas até o camarote e me sento.

— Bom, foi muito engraçado a cara do Lucas. — Bruna sentava na cadeira ao meu lado com um copo de cerveja.

— E você falou só pra alfinetar, não é?

— Foi. — Ela ri. — Eu gosto muito do Lucas, ele é um ótimo amigo, um ótimo pai, mas como o homem pra você, ele não é muito bom, vocês não dão certo, e acabam sempre se machucando e você sabe que você sempre sai muito mais machucada que ele, não quero te ver mal, por isso se eu puder fazer algo pra vocês não terem nada, eu farei.

— Eu te entendo, e eu entendo muito bem essa situação, mas as vezes me bate uma pontada no coração por conta da Ísis, ela sente muita falta do pai dela, não é tal legal crescer sem o pai.

— Mas quem disse que ela vai crescer sem o pai? Ele sempre que pode roda o mundo pra ver ela, sempre estão fazendo chamadas de vídeo, ele sempre faz algo por ela, e isso quando ela crescer, vai entender 100% que é o trabalho do pai dela. E outra, já parou pra pensar que pode ser mais triste pra ela ver o pai e a mãe brigando, vivendo em um pé de guerra dentro de casa?

Refém - Antony dos Santos Onde histórias criam vida. Descubra agora