26.

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Antony

Mais um dia sendo ignorado pela Isabella, e dói. Vi ontem ela e o Ney juntos, e ele disse que estavam conversando sobre mim, mas não entrou em detalhes.

Eu fico observando ela de longe, a forma de agir, de andar e sorrir. Eu a acho incrível, de todas as formas possíveis.

Já estamos no Rio, e eu sei que ela também está aqui, mas não sei onde, com quem está e como está. Tenho medo de ir atrás e encontrar o que eu não quero ver.

Mando a última mensagem dizendo que eu queria vê-la, espero não ser ignorado novamente, não vou ficar correndo atrás dela pra sempre, espero que ela tenha consciência disso.

Tomo um banho gelado e desço pra área das piscinas pra colocar a cabeça um pouco no lugar. Lá encontro a Isabella, Ísis e o Lucas. Talvez seja por isso que ela esteja tão ocupada.

— Não entenda errado, Antony. — Escuto uma voz atrás de mim.

Era o Neymar, ele estava em todo canto observando, parecendo assombração.

— Eles são uma família, não posso me intrometer nisso mais. Eu já entendi tudo. — Digo com uma cara apática.

— Calma, não é assim que as coisas funcionam. Ela não tem nenhum tipo de sentimento por ele, entenda. Eles precisam de ter contato pra ter uma relação saudável.

— É diferente, você sabe. Eu não tenho essa relação com a Rosy, ela sempre faz de tudo pra eu ver também, mas me deixa sozinho com meu filho, não fica presente 100% do tempo.

— Eu sou a prova viva que isso funciona, só tendo um pouco de maturidade. Eu e a Carol vivemos juntos pelo Davi, e porque temos uma amizade incrível também, e ela é casada.

— Mas eu sinto que as coisas são diferente, se ela não gosta, ele gosta e muito. Só você reparar.

— Isso eu não posso negar. Mas se ela não gosta, porquê a preocupação?

— Não sei, eu tenho um pouco de medo de no fundo, a minha preocupação ser verdade.

— Talvez não seja, não tenha tanta preocupação assim. A Isabella precisa do Lucas por perto e manter uma relação bem, nem que seja apenas na frente dela. Ela quer dar tudo pra Ísis que ela não teve, pais unidos e presente. Muito provável que você não sabe, e não é eu que vou contar, mas, Isabella passou muitas coisas sofridas na infância e adolescência, ela só quer que a filha dela tenha uma vida tranquila e feliz, assim como você.

— É. Mas eu não sei se continuarei aqui por ela, é difícil você mandar mensagens pra uma pessoa a quase 5 dias e não obter nenhum tipo de respostas. Não vou ficar aqui pra sempre

— Eu sei, mas é o momento dela, tentando entender tudo, talvez não seja certo, mas na visão dela sim. Então não mande mais mensagens, deixe ela com o tempo dela, quando ela se entender, provavelmente voltará.

Balanço a cabeça e vou em direção ao bar com ele, precisava beber. Pego uma cerveja.

— Hoje temos uma resenha privada, que irá fazer você se preocupar um pouco menos. Topa? — o Ney disse.

— Claro. Se tem uma coisa que eu preciso é sair um pouco pra esquecer esses assuntos que estão tirando a minha paz.

— Só juizo, Antony. Apenas isso! Vou pra casa, qualquer coisa você me liga. — Ele sai da minha vista.

Fico observando de longe as duas, a Ísis feliz da vida brincando com seu pai na piscina, e sua mãe sentada rindo igual uma boba vendo aquela cena. Ela parecia bem, feliz, sem se preocupar com nada.

Família feliz.

••

Estava digirindo pra festa do Ney, a Isabella me mandou um "Oi", depois de algumas mensagens perguntando várias coisas, ela só falou isso. Espero que hoje ela não esteja presente, não quero mais um motivo pra me sentir mal.

Após chegar lá, celular como todas as festas que o neymar faz, é proibido celular. Então deixo o meu na recepção com meu nome e entro atrás de algum conhecido.

A primeira pessoa que eu vejo, é a última que eu queria ver no momento. Isabella. Ela estava linda, com uma saia prata brilhante, e um top da mesma cor. Eu voto que seja da sua marca, um rabo de cavalo, e uma maquiagem leve, mas um sorriso gigante no rosto,

Queria passar despercebido, mas ela me viu assim que aproximei.

— Antony, preciso conversar com você. — Ela pega no meu braço e respira fundo.

— Pode falar, Isa.

Ela saiu me puxando pra algum dos quartos da casa, parecia que conhecia bem o local.

— Onde estamos indo?

— Um lugar a sós.

Chegamos ao quarto, e ela fecha a porta e senta na cama, batendo a mão pra eu sentar pro lado.

— Me desculpe. — Ela disse.

— Por?

— Te ignorar, e te tratar mal.

— Relaxa.

— É sério, eu estava de cabeça quente. Tentando entender algumas coisas. E aquilo que saiu na mídia, eu fiquei bem confusa.

— Isa, aquilo é mentira. Nunca rolou nada e ela namora um amigo meu a muito tempo, só que a mídia não sabe nada referente.

— Conversei com o Ney, ele me disse isso também.

— Então é isso? — Pergunto

— Calma. Eu queria falar sobre outra coisa.

— Pode falar.

— Muitas pessoas me dizem sobre seus sentimentos sobre mim, que talvez eu deveria confiar, mas eu tô confusa sobre tudo.

— Eu também estou, mas eu gosto de você. Só que eu sinto que você talvez não goste.

— Eu to confusa, mas eu gosto da forma que você é, e leva a vida quando estamos juntos. Como você cuida de mim, da Ísis, como me faz me sentir bem. E eu gosto disso, até demais do que eu pensei que gostaria.

— Você é incrível, Isabella. Eu gosto muito de você.
Eu vi hoje mais cedo, você, a Ísis e o Lucas na piscina, e vi como ele te olha, como você sorri vendo eles juntos, e eu sei que você quer manter uma boa relação pela a Ísis, mas eu sinto que vocês são uma família e eu to entrando no meio atrapalhando isso.

— Não, não. Somos pais, somos a família da Ísis, mas pra mim, ele não é minha família. Você não sabe, mas essa semana eu deixei muito claro isso pra ele, que não tem chances de reatar um relacionamento, ou de ficarmos juntos nem que seja pra suprir carências. Apenas a relação de pais de uma garota de 3 anos.

— Eu entendi, mas ele gosta de você, não é?

— Acho que sim.

Ficamos em completo silêncio, estava desconfortável, e ela não estava sabendo o que dizer.

— Isa, não é porque eu gosto de você, que você tem que tentar algo. Você pode só não me dar mais esperanças, por favor.

— Desculpe se eu deixei algo escapar. Eu gosto de você, mas eu tenho medo de não conseguir viver um relacionamento agora.

— Tudo bem, Isa. Eu só quero que você seja feliz, e tá tudo bem, ok? O que aconteceu entre a gente é algo que sempre vai estar vivo dentro de mim, e eu ainda vou continuar aqui, sempre que precisar, é só me ligar que eu vou correndo até onde você estiver.

Ela me abraça, e isso foi suficiente pra me quebrar em pedaços.
Eu já sabia sobre isso, mas dói.

••••••

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Refém - Antony dos Santos Onde histórias criam vida. Descubra agora